Dom do Discernimento de Espíritos (I Corintios 12:10)

Ao ler o artigo Basta do pastor Renato Vargens, que a certa altura do texto nos faz o seguinte questionamento: “Talvez ao ler este artigo você esteja dizendo com seus botões: Isso é exagero! Quem somos nós para julgar alguém?"

Eu pensei sobre o assunto e até comentei em seu post que concordava com todas as palavras ali registradas, e logo me veio a lembrança um fato ocorrido comigo há algum tempo, e que, agora compartilho todos vocês:

Jesus nos alerta: “NÃO julgueis, para que não sejais julgados.” (Mateus 7:1), e nos orienta: “Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça.” (João 7:24), mesmo quando se é manifestado o dom de línguas Deus nos orienta: “E falem dois ou três profetas, e os outros julguem.”( I Corintios 14:29). Existem outros exemplos mais na Palavra de Deus. O grande problema é que um determinado numero de irmãos se apropia do versículo um de Mateus no capitulo sete e joga em nossa cara a justificação para “continuar errando”.

Onde quero chegar: Eu mesmo fui testemunha e vitima de uma situação dessas, quando um irmão falou na minha cara que eu estava julgando as pessoas, mas o tempo passou e a verdade dos fatos veio à tona, e confirmou a minha afirmação sobre o fato.

A história aconteceu assim: Há algum tempo atrás nossa igreja estava com a equipe de louvor desfalcada, alguns componentes precisaram mudar de Estado por motivos profissionais e os que ficaram estavam iniciando o ministério e ainda não tinham grande experiência, mas, estavam se esforçando no aprendizado e logo estariam tocando como se deve, no caso de se louvar ao Deus Todo Poderoso, e, é certo, que Deus os ajudaria e os capacitaria cada vez mais.

Infelizmente, existem em nossas igrejas aqueles que nunca estão satisfeitos, e que tem pressa para tudo, e uma dessas pessoas vivia reclamando que:
“os nossos músicos não são como os da igreja “tal” aqueles sim, eu vejo o entusiasmo e o compromisso que eles tem com o ministério de música da sua igreja”.
Ao declarar isto, imediatamente, conhecendo o ministério ao qual ela tanto elogiava, disse que não deveria comparar a nossa equipe de louvor com músicos de outra denominação, eu poderia aceitar a comparação com a equipe de outra congregação nossa, mas nunca com a que ele se referia. Eu disse a ele que aquele ministério pagava seus músicos, daí o "entusiasmo", daí o “compromisso”. Esta era a maneira daquela igreja manter o compromisso daqueles “crentes levitas”. E que, se não fosse assim eles não estariam naquele ministério.

A reação foi imediata: “Você não pode julgar o que não sabe!”. Infelizmente, o pior é que eu sabia. Quase brigamos por isso e o assunto parou e passamos a falar de outras coisas.
Passados alguns meses, qual a minha “surpresa????” quando uma irmã me contou o seguinte:
Ela estava na faculdade e conheceu alguns evangélicos que estudavam em sua classe, conversa do reino vai conversa do reino vem e um deles disse que estava fora da igreja e que foi músico de uma grande congregação. Ela perguntou por que abandonou o ministério, a resposta foi que:

“Os pastores andam de carro do ano e nós, por causa do salário que nos pagavam só podemos andar de fusquinha ou chevete. Então a banda se reuniu e foi pedir aumento ao pastor, e, ameaçou que se não fosse dado o que pediam sairiam e deixariam a igreja sem músicos”.
Como era uma igreja grande, com muitos recursos, imediatamente mandou embora os “mercenários” e colocou outra banda que tinham na reserva. Confirmando, assim o “julgamento” feito muito tempo antes do ocorrido pois eles eram os “músicos empolgados e compromissados” que meu irmão em Cristo tanto admirava e defendia, ao ponto de me jogar na cara que eu “julgava sem conhecer”.

Jesus não nos permite julgar os que estão de fora, as pessoas que estão no mundo e que ainda não conhecem seu plano de salvação, Deus não nos permite julgar. Seja um ladrão, homicida, pedófilo, mal caráter, mentiroso, etc. Jesus morreu por todas as pessoas do mundo. Todo aquele que olha para Jesus, confessa seus pecados, se arrepende e o aceita como único, fiél e suficiente salvador é por Ele salvo e ingressa na família de Deus.

Mas os que estão dentro, que pertencem a família cristã, estes, Jesus nos orienta:

“Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores.
Por seus frutos os conhecereis. {Porventura} colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?
Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus.
Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons.
Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo.
Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que {está} nos céus.”

(Mateus 7:15-21).

Caros leitores, não estou aqui afirmando que devemos sair julgando as pessoas, mas que temos de pedir a Deus um dom que está sendo negligenciado na igreja, que é o dom do discernimento de espíritos, “E a outro a operação de maravilhas: e a outro a profecia; e a outro o {dom} de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas”. (I Corintios 12:10). O que vemos é a grande maioria buscar somente o dom de línguas deixando de lado os demais, ignorando a orientação de Deus: “Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente.”(I Corintios 12:31).

Discernir a intenção do coração humano se faz extremamente importante. Negligenciar esta tarefa com medo de ser acusado de estar “julgando o outro”, é entregar nas mãos de qualquer ”espertinho” que fale bem e seja eloqüente e envolvente, todo o rebanho do Senhor Jesus. Rebanho esse que Ele comprou com o seu sangue, quando morreu na cruz.





“Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça.” (João 7:24)


Pense nisso!



Paulo Cesar Amaral

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