Procura-se um Pecador

Pr Ismael Narcizo


"E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?" (Jo 9:1-2).

É estranho como os problemas das pessoas remetem-nos preconceituosamente a um juízo de pecado. Ainda mais quando se enxerga passando de largo, bem largo, de maneira que cheguemos ao nosso destino, sãos e salvos, livres da responsabilidade para com o sofrer do outro. Devemos entender que nem sempre os sofrimentos humanos, necessariamente sejam os débitos ou tarifações do pecado.

Os discípulos associaram a cegueira do pobre homem a algum tipo de pecado. Considerando que nasceu cego, que mal teria cometido esse homem? Chutou forte demais a barriga da mamãe? Eles categorizavam: alguém havia pecado. Para eles, o pecado não ia além dos limites da própria família. Ou era o pai, a mãe ou o próprio cego. Julgamento temerário, precipitado e falho. Não é mera coincidência a atualidade deste tipo de juízo.

Para os discípulos a cegueira era inapelavelmente pecado. Mas para Jesus não. As boas obras de Deus seriam manifestadas. É lamentável que o julgassem assim. Mesmo que carregasse alguma culpa, a atitude dos discípulos para com o homem cego deveria ser de compaixão e amor práticos. "Basta ao discípulo ser como o seu Mestre" (Mt. 25:1a).

Nosso amor deve ir além das palavras. Quem está cego, sofrendo, não precisa de acusação, precisa de Jesus. Se não for para apresentar Jesus, melhor ficar calado.

"Tudo o que dantes foi escrito para o nosso ensino o foi" (Rm 15:4). Se quisermos entender os motivos, as razões, o sofrer das pessoas, temos que parar para ouvi-las, dar nosso tempo e amor cristão.

Temos que aprender com Jesus. No caso do homem cego, ele acabou com as dúvidas...

Parou e respondeu: "Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus"...

Praticou ensino: "Cuspiu na terra, e com a saliva fez lodo, e untou com o lodo os olhos do cego"...

Manifestou a glória de Deus... "E disse-lhe: vai e lava-te no tanque de Siloé. Foi, pois e lavou-se e voltou vendo" (Jo 9:3,6,7).

Não procuremos encaixar um pecado que se ajuste e justifique a cegueira das pessoas. Busquemos no exemplo crível de Jesus, manifestar a glória de Deus, enviando-os a fonte, que lava e faz enxergar.

"Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados" (Lc. 6:37a).

Com os olhos em saliva e barro, caminhava o cego, na direção das águas do tanque de Siloé.

Eis que chega ao tanque; eis que chega às águas; eis que chega ao milagre.

"Não é este aquele que estava sentado e mendigava? Uns diziam: é este. E outros: Parece-se com ele. Ele dizia: sou eu" (Jo 9:8b,9).


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Fonte: Ismael Narcizo

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