Noé e sua família foram salvos por Deus para um novo começo

ilustração do sacrifício oferecido por Noé e a família pela salvação de todos após o dilúvio devastar toda a terra

O dilúvio foi uma grande catástrofe, marcada pela destruição daqueles que viviam em pecado e desobediência (Gn 6:5-7). Porém, com certeza, essa medida extrema só foi adotada por Deus tê-la considerado necessária. Aliás, o próprio Deus declarou que a terra estava cheia de violência (Gn 6:13). Então, decidiu exterminar os seus moradores e começar uma nova geração. Fizeram parte desse novo começo da história humana oito pessoas: Noé, sua esposa, seus três filhos e as mulheres dos seus três filhos, os quais Deus preservou da destruição, por terem sido achados justos diante dele.

E lembrou-se Deus de Noé, e de todo animal, e de toda rês que com ele estava na arca; e Deus fez passar um vento sobre a terra, e aquietaram-se as águas. (Gn 8:1)

Analisando o relato Bíblico

A base bíblica da lição de hoje gira em torno dos capítulos 8 e 9 do livro de Gênesis. A Edição Revista e Corrigida da Bíblia emprega os seguintes títulos para dividi-los: “as águas do dilúvio diminuem” (8:1-6), “solta um corvo e depois uma pomba” (8:7-14), “Noé e sua família saem da arca” (8:15-22), “o pacto que Deus fez com Noé” (9:1-19) e “Noé planta uma vinha” (9:20-29). Eis um título que resumiria bem conteúdo desses capítulos: “a volta da misericórdia”. Esses dois capítulos transbordam misericórdia divina, como vamos ver a seguir.

1. O juízo é suspenso

Deus estava insatisfeito com a conduta dos seres humanos. Por isso decidiu exterminá-los. O dilúvio, portanto, foi a forma de juízo utilizada para julgar os ímpios daquela geração. Com isso, o Senhor deixou claro que toda maldade praticada pelos seres humanos é punida. Deus não tem prazer na morte do ímpio (Ez 18:32; 33:11); antes, quer que ele se converta dos seus maus caminhos e viva (Ez 18:33; II Pe 3:9). Porém, em muitos casos, a morte é opção escolhida pelo ímpio (Rm 1:21, 24, 28). Ao cumprir com o propósito de Deus, as águas do dilúvio, após cento e cinqüenta dias, começaram a diminuir (Gn 8:1-5).

Cinco meses haviam passado, desde que começara a chover, até então. Era o décimo sétimo dia do sétimo mês, quando a arca repousou num dos montes de Arará. Noé e os que com ele estavam na arca foram os únicos sobreviventes de tudo o que havia na terra. Até então, permaneceram na arca, aguardando o abaixamento completo das águas. Da arca, Noé soltou alternadamente, e por mais de uma vez, um corvo e uma pomba, que saíam da arca e voltavam para ela, até que não mais voltaram, por já terem encontrado terra firme. Aos vinte e sete dias do segundo mês do ano seiscentos e um da vida de Noé, a terra ficou seca (Gn 8:13-14).

Somadas todas as parcelas de tempo mencionadas nos capítulos 7 e 8 de Gênesis, é possível determinar o tempo em que as águas permaneceram sobre a terra. Nos cálculos feitos por Davidson, [DAVIDSON, F. O novo comentário da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 1963, vol. 1.], esse tempo foi de 371 dias.

2. A ordem de Deus é transmitida

Ao pisar em terra firme, a primeira providência tomada por Noé consistiu na construção de um altar e no oferecimento de um sacrifício a Deus, como prova de sua gratidão, por ter sido poupado da morte, numa circunstância em que todos os outros seres viventes haviam sido mortos e como sinal de consagração de sua vida a Deus. Teve Noé o cuidado de utilizar apenas aves e animais limpos (Gn 8:20), uma vez que estes já tinham sido classificados por Deus, no dia em que ordenara a entrada deles na arca (Gn 7:2).

Após sentir o suave cheiro do sacrifício de Noé (Gn 8:21), o Senhor assumiu perante si mesmo o compromisso de que jamais destruiria os habitantes da terra da maneira como tinha feito, isto é, através das águas. Assegurou, também, que o ciclo da natureza continuará o seu curso normal, sem interrupção, enquanto a terra durar (Gn 8:21-22). Foi aí que, a exemplo do que fizera com Adão e Eva, o Senhor abençoou Noé e seus filhos, Sem, Cam e Jafé, ordenando-lhes que frutificassem, se multiplicassem e enchessem a terra (Gn 9:1). E foi o que aconteceu.

Mapa com as regiões dadas a cada filho de Noé no principio do mundo após o dilúvio

De acordo com Gênesis, capítulo 10, versículo 32, desses três filhos de Noé, surgiram os povos que se espalharam por todas as regiões da terra de então, após o dilúvio. Os descendentes de Jafé foram para o oeste da região do Arará, onde, atualmente, é a Ásia menor e a Europa. Em direção a Canaã, Egito e norte da África, isto é, ao sudoeste, foram aqueles que descenderam de Cam. Para o sudeste da Mesopotâmia, no local que hoje é conhecido por Golfo Pérsico, foram os filhos de Sem.

3. A aliança e Deus é estabelecida

Após a transmissão da ordem, veio o estabelecimento da aliança: E eu, eis que estabeleço o meu concerto convosco e com a vossa semente depois de vós (Gn 9:8 e 9). O concerto feito por Deus com Noé consistiu na reafirmação da promessa de que ele não mais destruiria os habitantes da terra com um dilúvio: não será mais destruída toda a carne pelas águas do dilúvio, e que não haverá mais dilúvio, para destruir a terra (Gn 9:11 e 12). O Senhor deixou o arco-íris como sinal desta aliança, e como garantia de que sua promessa seria cumprida (Gn 9:11-15). É provável que o arco-íris já existisse, mas, agora, passava a ter um novo significado. Ao vê-lo nas nuvens, o ser humano se lembraria da promessa misericordiosa de Deus.

Sendo assim, ele poderia plantar e edificar, sem receio de ver, de repente, tudo destruído por um outro dilúvio. Em razão do dilúvio que devastou a terra, esta precisou de algum tempo para voltar a produzir alimento. Então, Deus autorizou o uso de carnes, e o regime alimentar vegetariano que parecia prevalecer até então (Gn 1:29), foi alterado (Gn 9:3-5). O Senhor, porém, proibiu o uso do sangue como alimento, depois de afirmar que, nele, estava a vida (Gn 9:3-4), e em virtude da importância que passaria a ter como objeto de sacrifício. Assim, em um mundo purificado pelo juízo de Deus, houve um novo começo.

Aplicando o conhecimento Bíblico

1. Para que haja um novo começo, é necessário que haja paciência.

Durante todo o tempo em que as águas permaneceram sobre a terra, Noé e sua família continuaram resignados, dentro da arca. Foi necessária muita paciência da parte de cada um dos integrantes dessa família, pois a convivência, por tanto tempo, com todos aqueles animais, deve ter sido muito desconfortável. Entretanto, não consta que tenham reclamado de tal desconforto. Estavam certos de que, no tempo certo, as águas baixariam e, então, poderiam sair da arca com segurança. A palavra de Deus recomenda: Sede vós também pacientes (Tg 5:7-8); necessitais de paciência (Hb 10:26).

2. Para que haja um novo começo é necessário que haja obediência.

O que vimos em Noé durante sua estada na arca foi um exemplo de obediência a Deus. Aliás, ele a demonstrou essa obediência já ao receber a incumbência de construir a arca, e, mesmo depois de a ter construído, não entrou nela, senão no momento em que Deus o autorizou. O mesmo aconteceu no momento de sair. Em muitas situações de nossa vida, precisamos seguir o exemplo deixado por Noé: nunca devemos fazer algo, se Deus não nos mandou fazer, assim como não devemos deixar de fazer o que ele nos mandou fazer. Para o Senhor, vale mais obedecer do que sacrificar (I Sm 15:22).

3. Para que haja um novo começo, é necessário que haja prudência.

Confirmando as palavras do Senhor de que a imaginação do coração do homem é má continuamente (Gn 6:5, 8:21), Noé, o homem escolhido por Deus para representar os novos moradores da terra, acabou por dar sinais de fraqueza, ao embriagar-se e despir-se no meio de sua tenda (Gn 9:20 e 21). Já havia dado prova de paciência e de obediência, mas não foi tão cuidadoso quanto deveria ter sido, com relação à prudência. Deus, certamente, o perdoou, pois continuou sendo tratado como justo (Ez 14:14). Ficou, porém, a certeza de que, mesmo depois do dilúvio, os seres humanos continuaram errando e, por isso, dependentes da graça e da misericórdia de Deus.

Concluindo

É muito triste lembrar o que aconteceu no passado, quando da inundação da terra pelo dilúvio e da destruição das criaturas que nela viviam. Porém, não é menos triste saber que algo semelhante está para acontecer no futuro, sem que a maioria das pessoas se deem conta disso. Todavia, assim como a arca foi, no passado, um meio de salvação para Noé e sua família, da mesma forma, Jesus Cristo se apresenta, hoje, como o único meio de salvação para aqueles que Nele acreditam. Portanto, crer em Jesus Cristo é o primeiro passo a ser dado por aqueles que quiserem usufruir o novo mundo, que por Deus será criado.

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