Essa foi uma mulher de fé!


Se eu fosse fazer uma lista das personagens bíblicas que têm sido tratadas injustamente pelos cristãos, com certeza, eu incluiria Marta. Sua imagem é quase sempre associada a preocupação com as coisas terrenas, inquietação e até mesmo falta de fé. Parece que suas atitudes não ensinam nada de positivo. Parece, mas não é isso que a Bíblia mostra. Em meio ao episódio do adoecimento e da morte de Lázaro, bem como de sua ressurreição (Jo 11), três atitudes da atarefada moça de Betânia tornam-se muito significativas.

A primeira atitude que percebo em Marta é o reconhecimento da importância de Jesus. Por causa da narrativa de Lc 10:38-42, Marta é conhecida como aquela que deu pouca ou nenhuma importância aos ensinos do Senhor, preferindo os afazeres domésticos. Porém, em Jo 11:21, ela manifesta profundo reconhecimento de quão fundamental era a presença de Cristo para ela e sua família: “Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido”.

Outra atitude que vejo em Marta é o reconhecimento da autoridade de Jesus, quando ela declara: “Mas sei que, mesmo agora, Deus te dará tudo o que pedires” (Jo 11.22). A amiga do Mestre reconhecia que ele tinha autoridade sobre a morte e era o único intercessor diante do Pai. Marta não confiou em si mesma. Sua esperança estava depositada em Jesus e nos méritos que só ele possui.

Entendo que ela também teve a atitude de reconhecimento do senhorio de Jesus: É surpreendente a fé que Marta manifesta na pessoa de Cristo, ao afirmar: “… eu tenho crido que tu és o Cristo, o Filho de Deus que devia vir ao mundo” (v.27). Para ela, Jesus era mais que um amigo: era Senhor sobre tudo e sobre todos, por ser o Filho de Deus.
Essa foi uma mulher de fé, pois via aquele rosto comum, aqueles pés empoeirados, mas o reconheceu como o Cristo.
A confiança que Marta depositou em Jesus, em meio à dor da morte, foi o maior milagre que Cristo promoveu, naquele dia. E, de fato, não existe milagre maior do que um ser humano confiar em Deus, sem ver algo extraordinário acontecer, exatamente quando teria todos os motivos para se tornar um descrente.

(Eudoxiana C. Melo)

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Fonte: Poeira de Ouro compartilhado no PC@maral

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