Não Tenham Medo Confiem em Jesus!

Mas, ainda que venhais a sofrer por causa da justiça, bem-aventurados sois. Não vos amedronteis, portanto, com as suas ameaças, nem fiqueis alarmados; antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração (I Pe 3:14-15a).

Coisa bela é ver a confiança que a criança costuma ter em seu pai. Ele é o seu herói. Por mais falho e frágil que ele seja, ela confia em sua proteção e em seu cuidado. É por isso que, estando num lugar alto (da mesa, por exemplo), o pequeno é capaz de pular lançando-se, sem medo, aos braços do pai. Sabe e confia que ele vai apará-lo, e que não vai deixá-lo cair no chão. Acredita inteiramente nisso! A criança, perto do pai, se sente segura e protegida. Para ela, não há razão para ter medo de nada. Quem teve a bênção de usufruir da companhia de um bom pai, sabe muito bem o que isso significa. Precisamos ter uma relação assim com o Senhor. Já aprendemos na lição anterior que os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas, mas o rosto do Senhor está contra aqueles que praticam males (I Pe 3:12). Isso significa que Deus sabe de todas as coisas que estão acontecendo. Nada escapa aos olhos dele. O Senhor é poderoso e está no controle de tudo. E o mais precioso, é ele está cuidando de nós. Ele está atento às nossas orações [Swindoll (2002:130)]. Podemos confiar nele! É com base nisso Pedro nos encoraja, dizendo: Não tenham medo.

Na primeira Carta de Pedro, capítulo 3, versículos 13 a 18, encontramos como lidar com os temores que tiram a nossa paz. Nessa passagem Pedro se dirige aos servos de Deus que estavam aterrorizados com as ameaças feitas por homens maus que os odiavam por causa da fé eles professavam. Estavam com medo de serem maltratados e injustiçados. Temiam sofrerem retaliações por serem seguidores de Jesus. Temiam por eles mesmos e por suas famílias. Por isso, o apóstolo os orienta e lhes mostra alguns segredos para superar o medo.

1. Fortalecendo a confiança: Pedro começa mostrando aqueles cristãos que não havia motivos para tanto medo. Primeiro, porque se agissem corretamente, os opositores não teriam porque maltratá-los. Ora, quem é que vos há de maltratar, se fordes zelosos do que é bom? (I Pe 3:13). Essa pergunta retórica e que tem resposta óbvia, mostra que se vivermos como um cristão deve viver com pureza e integridade não haverá motivos para sermos acusados. Como diz o ditado popular: “Quem não deve não teme”. Além disso, se o cristão agir sabiamente não há de criar problemas [Welch (1978:66)]. Depois Pedro mostra, que se mesmo assim, fossem acusados injustamente e sofressem por causa de Cristo, eles, deveriam encarar aquela situação como uma bênção e não como uma maldição. Afirma: ...bem-aventurados sois (I Pe 3:14a). Era motivo de alegria e não de medo! Em seguida são encorajados: Não tenham medo... antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração (I Pe 3:14-15a). Essa é uma menção de Is 8:13, que diz: Ao Senhor dos Exércitos, a ele santificai; seja ele o vosso temor, seja ele o vosso espanto. Isaías falou isso quando Jerusalém estava preste a serem invadida pelo exército assírio e o povo de Deus estava desesperado. O que Isaías fez? Incentivou-o a confiar no Senhor e temê-lo de todo coração. O que aconteceu? Deus salvou o seu povo! Esse é o ensino de Pedro: Quem teme a Deus não teme mais ninguém. Jesus Cristo deve ser o Senhor de nossa vida e é preciso crer e confiar nele. Devemos fortalecer essa confiança sempre. Pois ele é poderoso para nos livrar. Mas se nos permitir passar por certas situações, ele ainda é soberano e sabe o que faz. Mas uma coisa é certa: ele está no controle! “Todo cristão enfrenta crises e é tentado a ceder aos medos e a tomar decisões erradas. Mas santificando a Cristo como Senhor em seu coração, jamais será preciso temer os homens ou as circunstâncias” [Wiersbe (2006:533)].

2. Cultivando um testemunho prático: Após mostrar que para superar o medo é fundamental temer ao Senhor e confiar nele, Pedro oferece outro segredo: Estejam sempre prontos para responder a qualquer pessoa que pedir que expliquem a esperança que vocês têm (I Pe 3:15b - NTLH). A expressão “para responder” é tradução do grego pros apologian, que significa simplesmente “para defesa ou explicação racional” [Mueller (1991:196)]. A fé cristã não é irracional. O plano de Deus não violenta nossas mentes. Ainda que o homem natural possa tê-la por loucura, mesmo assim é possível conhecê-la e compreendê-la. Segundo Pedro, todo cristão deve saber no que crê e por que crê, sobretudo, o que diz respeito à sua fé em Cristo e sua esperança de vida eterna. É preciso ser capaz de defender a sua fé. Isso é uma responsabilidade pessoal de cada crente [Welch (1978:63)]. O termo “qualquer pessoa” é inclusivo e está relacionado a todas as circunstâncias. “Sempre devemos estar preparados enfrentar a zombaria dos críticos e a investigação honesta daqueles que buscam a verdade” [Taylor (2006:233)]. Pois a vida cristã, especialmente sua atitude de alegria diante do sofrimento, há de provocar perguntas dos que não são salvos. Então é a hora de uma resposta apropriada. Para tanto, o conhecimento bíblico é fundamental. Ele fortalece nossa convicção e nossa confiança em Deus. Como diz a Bíblia, a verdade nos liberta, pois quando entendemos quem é Deus e o quanto ele nos ama, somos livres dos mais terríveis temores, pois o perfeito amor lança fora o medo (I Jo 4:18). Pedro ainda ensina que o testemunho deve ser dado com mansidão e temor (I Pe 3:16). Não podemos falar de Cristo com arrogância, pois isso seria uma incoerência. É preciso testemunhar de uma forma amorosa e respeitosa, pois o alvo não é a contenda, mas ganhar a pessoa para Cristo. Assim, quando Jesus é Senhor do nosso coração, até a crise se torna oportunidade para testemunhar [Wiersbe (2006:533)]. Pois a boca fala do que o coração está cheio (Mt 12:34).


3. Preservando a consciência: O texto continua dizendo: com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo (I Pe 3:16). Aqueles cristãos deveriam fazer o que é correto e ficarem tranqüilos diante dos acusadores. “Nada fala mais alto e poderoso do que uma vida íntegra. Absolutamente nada! Nada como um caráter sólido para enfrentar as provas” [Swindoll (2002:139)]. A palavra “consciência” diz respeito a nossa capacidade de julgar entre o certo e errado. É ela que censura ou aprova nossas ações. Contudo, a consciência pode ser boa ou má, isso depende do conhecimento da pessoa e das influências que recebe. Desse modo, a consciência só é boa quando é instruída e influenciada pela palavra de Deus. E assim, torna-se um guia seguro para o cristão. Mas vale perguntar: De que forma uma boa consciência pode ajudar o crente em Cristo nos tempos de tribulação e oposição? Ela “o fortalece com coragem, pois ele sabe que sua vida está em ordem com Deus e com os homens, de modo que não há coisa alguma a temer” [Wiersbe (2006:534)]. Ela traz paz ao coração humano e quando temos paz interior somos capazes de vencer todas as guerras exteriores. Para preservar a boa consciência é preciso ter bom procedimento em Cristo (I Pe 3:16). “Com muita freqüência a conduta do cristão dá ao inimigo tanta munição que ele nem precisa mentir, basta que diga a verdade” [Welch (1978:67)]. Por isso, o crente deve combater o pecado e confessá-lo prontamente. Se por um lado, a má conduta é munição para o inimigo, por outro, a consciência limpa é arma de defesa! Se Cristo é o Senhor que tememos e se estamos bem com ele, não há porque temer as opiniões e as ameaças daqueles que falam contra nós. O Senhor está comigo; não temerei. Que me poderá fazer o homem? (Sl 118:6). Podemos ficar tranqüilos, pois os acusadores serão envergonhados.

4. Devemos entender o sofrimento: Há momentos na vida que os sofrimentos podem e devem ser evitados (cf. I Pe 3:13), mas há também ocasiões que elem são inevitáveis. Nessas, as aflições nos sobrevêm por permissão e vontade divina. Precisamos entender isso! Veja o que Pedro escreveu: porque, se for da vontade de Deus, é melhor que sofrais por praticardes o que é bom do que praticando o mal. (I Pe 3:17). Em outras palavras: Se temos que sofrer, então que soframos por algo digno. Padeçamos por uma causa justa. É melhor sofrer injustamente, do que sofrer por punição. Isso agrada ao nosso Deus. Vivemos em um tempo que se prega um evangelho sem cruz. Ensina que o crente não pode sofrer, pois essa não é vontade de Deus. Por isso, para muitos evangélicos hoje, sofrimento é algo degradante e abominável. O slogan mais comum deles é “pare de sofrer”. Mas, Pedro escreve a cristãos que estavam com medo de sofrer por serem fiéis a Cristo e lhes diz: “Sofram! Essa é a vontade de Deus para vocês”. Para nós, hoje em dia, é muito difícil entender essa mensagem. Mas, nessa carta, Pedro nos ajuda a entender. Ele explica que nem todo sofrimento significa derrota ou desaprovação do Senhor. O sofrimento é algo comum à fé cristã. Quem pensa ao contrário, deveria lembra que o cristianismo nasceu do sofrimento. Para que o plano da salvação fosse realizado, foi necessário que o Filho de Deus sofresse (cf. I Pe 3:18) [Welch (1978:68)]. Cristo sofreu e morreu por nós, então sofrer por ele, é privilégio. Sobre isso, escreveu Paulo aos Filipenses: A vocês foi dado o privilégio de não apenas crer em Cristo, mas também de sofrer por ele (Fl 1:29). É por isso, que Pedro inicia essa parte sua carta dizendo que se aqueles cristãos viessem a sofrer por causa da justiça eles eram bem aventurados (I Pe 3:14). Vale dizer que o Senhor não nos deixa passar pela aflição por acaso. Sempre há um propósito maior, que visa o nosso bem (Rm 8:28). Através do sofrimento, Deus aperfeiçoa o nosso caráter e nos torna semelhante ao seu Filho. Então, apesar dos sofrimentos Jesus Cristo continua sendo Senhor de nossas vidas, portanto, não há porque temer. Então falemos com disse Davi: O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza da minha vida; a quem temerei? (Sl 27:1).

II. PARTICANDO A PALAVRA DE DEUS

Devemos confiar plenamente no cuidado que Jesus tem por nós - Como seres humanos que somos, é comum sentirmos medo. Medo da enfermidade, medo da solidão, medo da violência, medo da morte etc. Porém, os nossos medos podem ser vencidos! De que modo? Através da confiança que temos de que Jesus cuida de nós. Esse cuidado se expressa no perfeito amor advindo da sua pessoa. Por isso, João escreve: No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. (Jo 4.18a). Portanto, não nos esqueçamos: Em meio ao sofrimento, Jesus está ao nosso lado, providenciando-nos a sua paz e a certeza de que nada nos faltará (Sl 23:1).

Devemos confiar plenamente no domínio de Jesus - Certa vez, Jesus diz aos discípulos: Não se turbe o vosso coração; crede em Deus, crede também em mim (Jo 14:1). Na Bíblia Viva, está escrito assim: não fiquem aflitos (...) confiem em mim. Em outras palavras: “fiquem tranquilos, podem descansar, porque eu estou na direção”. Os leitores da carta de Pedro estavam atemorizados, mas ele incentivou-os a acreditar no senhorio de Cristo. Jesus é Senhor em qualquer situação! Quer vencer o medo? Entregue o seu caminho ao Senhor, confie nele (Sl 37:5). Se você já se entregou a ele, então, pode confiar! Seu o barco não está à deriva, mesmo que as ondas se levantem, mesmo que os ventos sejam contrários. Descanse, Jesus está não direção!

Devemos confiar plenamente nos métodos que Jesus - Há ocasiões em que Jesus nos permite passar por sofrimento e injustiças. Não é fácil entender isso! Mas, se esse é o seu caso, por favor, não duvide do cuidado e do amor de Jesus por você. Nem duvide do domínio dele sobre a situação. Se Jesus é Senhor de sua vida e lhe deixou passar por essa circunstância, é porque ele tem propósito com tudo isso. Confie no método dele! Pois ele visa tornar-lhe um cristão santo, firme, humilde, maduro e paciente. Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em sua vida há de completá-la (Fp 1:6).

CONCLUSÃO

Não podemos prosseguir em direção ao prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus (Fl 3:14), se não nos despojarmos das garras do medo. Isso só será possível mediante algumas atitudes da nossa parte: quando fortalecermos a confiança, cultivarmos o testemunho, preservarmos a consciência e entendermos o sofrimento. O fato de Jesus nos garantir a sua ajuda nos trará habilidades suficientes para trabalharmos nesse sentido. Como vimos, a nossa confiança no cuidado de Jesus nos ajuda a vencer o medo, pois ela nos traz a certeza de que ele nos ama e está ao nosso lado em todo o tempo; a nossa confiança no domínio de Jesus torna-nos seguros de que ele está no controle de todas as coisas e que, por isso, não devemos temer o sofrimento, por mais árduo que seja. Por fim, a nossa confiança no método de Jesus nos faz entender, que devemos suportar, sem medo, o sofrimento e de modo paciente, lembrando-nos que, desse modo, chegaremos ao amadurecimento, à santificação, à firmeza e à humildade.

Que Deus nos abençoe!

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DEC - PC@maral

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