Se Deus é por nós quem será contra nós?

Em julho deste ano, o irmão Odilar Jr, que congrega na IAP em Oliveira dos Brejinhos, Bahia, recebeu um email e repassou logo para vários irmãos no Brasil. No email, além do pedido de oração, explicava a situação em que estava passando o jovem Cleiton Borges dos Santos, de 21 anos, que fora preso no lugar de outra pessoa com mesmo nome que ele. Na ocasião, publiquei no blog da igreja e pulverizei o Twitter e Orkut para mobilizar a igreja no Brasil a levantar um clamor a Deus para que a situação se resolvesse o mais breve e melhor possível. Afinal, um jovem, temente a Deus, de caráter integro e dedicado na obra do Senhor estava sendo preso injustamente e seria colocado em um presídio lotado com todo tipo de criminosos perigosos. Todos temiam pela vida do rapaz.

Meu pedido de oração é por um jovem de nossa igreja, que congrega na IAP da cidade de Criciúma em Santa Catarina. O nome dele é Cleiton, 21 anos, um jovem que nasceu na Promessa e nunca se desviou dos caminhos do Senhor, sempre envolvido no ministério, líder dos jovens e ministro de louvor. Admirado e querido por todos em sua igreja. Eu o conheci pessoalmente porque minha tia é desta igreja e o viu crescer. Mas existe uma outra pessoa com o mesmo nome e sobre nome, eles são honômios (pessoas diferentes com nomes iguais), e este outro rapaz cometeu alguns crimes e inclusive o assassinato de 3 pessoas em Curitiba. Dia 11/07 faz um mês que o Cleiton (da IAP) foi preso injustamente no lugar desta outra pessoa. É com lágrimas nos olhos que peço suas orações...

Quero mais uma vez agradecer a todos vocês que separaram um tempo para orar pela vida deste rapaz, A todos que dobraram seus joelhos e levantaram um clamor ao Deus Todo Poderoso, Agradecer a Deus que atendeu as orações dos irmãos e em 19 de julho de 2010, trinta e quatro dias após ser preso,[ele foi detido no dia 11 de junho de 2010] Cleiton foi liberto da prisão. Deus agiu e Justiça paranaense libera jovem acusado injustamente.

Hoje recebi o testemunho escrito pelo próprio Cleiton, que reproduzo aqui, na integra, no PC@maral, para todos vocês, queridos irmãos em Cristo, de nossa igreja no Brasil e de todas as outras denominações, que se mobilizaram para interceder por este servo do Senhor. Obrigado! Deus foi Glorificado através de todos vocês!

"Invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás."

O testemunho de próprio punho do jovem Cleiton

A Paz do Senhor.

Bom irmãos venho através de esta carta dar meu testemunho de vida e agradecer a todos vocês pelas orações, porque foram essas orações e esse clamor em meu favor que me deram a vitória de hoje poder estar em casa outra vez e podendo estar na casa de DEUS onde sei que é meu lugar.

No dia 10/06/10, fui intimado a comparecer a Delegacia na Cidade onde resido no dia seguinte 11/06/10 por causa da minha carteira de motorista, no dia seguinte então como todos os dias faço, me levantei arrumei minha comida e minha bolsa para ir trabalhar, porque pensei que seria coisa rápida na delegacia, achei que seriam só algumas perguntas, então arrumei a bolsa e fui pra delegacia sem medo algum, com a consciência limpa, pois nunca me envolvi com nada que pudesse me incriminar, mas nunca imaginei que estava prestes a receber uma noticia nada agradável.

Chegando lá esperei o investigador chegar, esperei tranqüilo, então o investigador chegou, e adentrou a delegacia na sua sala, até então ele não tinha me dito nada, e depois de algum tempo ele voltou e perguntou meu nome e respondi a ele, e daí ele me disse que a situação não era nada favorável a meu favor, e eu perguntei a ele o porque disso, e ele me respondeu, “Cleiton você têm um mandado de prisão correndo desde 2008 de um homicídio ocorrido no Paraná”, na hora em que ouvi isso fiquei sem ação, a minha única reação na hora foi me sentar e comecei tremer, fiquei sem chão, não acreditava no eu estava ouvindo, ai o investigador começou a falar os direitos que eu tinha, a um advogado e etc.

Depois eu liguei pra minha tia pra ela avisar pro meu pai sobre o que estava acontecendo e pra ele ir lá à Delegacia porque minha mãe e minha irmã estavam na Cidade vizinha e eu não tinha como falar com elas, passou um tempo meu pai e minha tia chegaram lá, e contei pra eles o que estava acontecendo, eles ficaram chocados porque como falei eu nunca em minha vida me envolvi com nenhum tipo de problema com a policia graças a DEUS, ai liguei também pro Pastor Israel Cardoso que cuida da IAP aqui, ele estava muito ocupado com a preparação do PIJ [Pensando Igreja Jovem] que aconteceria no dia seguinte dia 12/06/10 sábado, ele falou que o mais rápido estaria lá, passou uma meia hora ele chegou na Delegacia, e contamos pra ele, ele se assustou porque ele conhece muito bem a mim e a minha família, ai ele já entrou em contato como os Pastores em Curitiba para ver o que eles poderiam fazer em meu favor, eles conseguiram um advogado lá pra mim e a patroa da minha mãe contratou outro aqui onde moramos porque só o advogado podia entrar pra me visitar no presídio, e meu pai naquela sexta feira foi falar com vereador de nossa cidade, ele nos conhece desde de que chegamos aqui, ai ele foi lá na Delegacia e perguntou ao delegado o que poderia ser feito e o delegado disse assim:” Nem eu, nem vocês podem fazer nada porque o processo é em outro estado”, então mais ou menos ao meio dia minha mãe chegou lá, quando a vi chorei muito, quando eles estavam me levando ela me disse assim: ”Meu filho Deus é Amor, mas também é fogo consumidor e logo eu seria solto”.

Então, quando eram umas 14:30h me levaram pro presídio, passaram tantas coisas pela minha cabeça, tipo o que aconteceria comigo lá dentro, chegando ao presídio logo me revistaram e me perguntaram um monte de coisa e fizeram meu registro, e eles me explicaram como eram as coisas lá dentro, como chamar os agentes e etc., e logo me algemaram e colocaram em mim marca passo também, irmãos foi um constrangimento muito grande sabe, quando qualquer preso chega ao presídio ele é levado á Ala chamada de Máxima é tipo um castigo, ai me colocaram na cela 8 com mais seis lá dentro, ai imaginem vocês o que passou pela minha cabeça, num lugar frio com pessoas que você nunca viu em sua vida e pessoas que você sabe que estão ali porque cometeram delitos graves perante a lei dos homens. Então dentro da cela eles começaram a me perguntar o porquê de eu estar preso, e eu respondi a eles, que eu não tinha feito nada, falei que um fugitivo do estado do Paraná tinha conseguido falsificar meus documentos não sabia como e eu estava preso no lugar dele, ai achei um cantinho dentro da cela e me sentei e comecei a chorar, chorar, chorei muito por que não sabia o por quê de eu estar naquele lugar... E já estava anoitecendo e estava muito frio e eu sem blusa, sem toalha para tomar banho, então um dos que estavam comigo lá por nome Anderson me emprestou uma blusa e cortou pela metade a toalha dele e me deu, ali aprendi uma lição irmãos, vi uma pessoa que nunca vi em minha vida fazer algo tão simples, mas ao mesmo tempo um gesto muito lindo, vi ali que DEUS estava ao meu lado.

A primeira noite praticamente não dormi, até porque passei muito frio naquelas primeiras noites que passei lá, quando amanheceu o sábado me desesperei, porque eu sabia que todos estavam no PIJ bem pertinho de mim e eu não poderia estar junto com eles, eu estava muito ansioso pra participar do PIJ, porque eu sabia que eu iria conhecer muitos jovens de varias IAPs e porque eu sabia que minha namorada iria estar lá hehehe.

Eu sabia que assim como eu estava sofrendo aqui, lá fora minha família e irmãos da IAP e muitos estavam sofrendo junto comigo, irmãos acho que eu nunca tinha chorado tanto em toda a minha vida. Então passou o sábado e eu naquele lugar com aquelas pessoas, sem ter pra onde ir, sem nem mesmo poder me movimentar direito. No domingo mais tristeza e choro, na segunda-feira foi que recebi um colchão, cobertor, roupas e um pouco de alimento que meus pais tinham mandado para mim, no sábado mesmo, mas eles só me entregaram na segunda-feira.

E a primeira semana foi passando até que chegou o sábado seguinte, ai mais tristeza, por quê, eu sabia que se eu estivesse em casa eu estaria me arrumando no sábado de manhã para ir pra Igreja, aí mais choro, e minha rinite atacou demais nos dias em que passei lá, eu tenho muita alergia, e lá dentro a maioria dos detentos fumam cigarro, mais também fumavam maconha e até craque, isso fez com que minha alergia só piorasse, eu não conseguia respirar direito. Na segunda semana lá dentro um dos meus colegas de cela começou com uma ameaça contra mim, ele disse assim pra mim: ”Cleiton, como você é primário e ninguém aqui no presídio te conhece, quando vier teu alvará de soltura eu vou sair no teu lugar,” eu não falei nada pra ele naquele momento pra não arrumar confusão pro meu lado, ai passou aquele dia e no dia seguinte meu advogado me visitou e contei tudo a ele, logo após a visita do meu advogado o Agente me chamou novamente e disse que eu tinha uma visita, pensei que era o advogado outra vez, quando cheguei na sala de visitas era uma irmã da igreja que faz trabalho de evangelismo com as detentas no presídio, até a ultima semana em que eu estive preso essa irmã me ajudou muito indo me visitar, também porque ela sempre dava noticias da minha família e sobre o processo todo aqui fora.

Na sexta feira da segunda semana fui trocado de galeria, passei da galeria E para a galeria B, quando cheguei nessa galeria me assustei, porque comigo seriam 13 na mesma sela, ai mais desespero né, cheguei lá já era sexta a tardezinha, naquela noite não dormi nada, pois eu estava muito assustado, no sábado então era dia de visita na galeria B, eu arrangei um cantinho na quadra que lá tem e me sentei e comecei a ler a Bíblia, minha rinite estava muito atacada naquele dia, numa certa hora da manhã daquele eu comecei a chorar muito pensando na minha família, porque a maioria dos outros detentos estava com algum parente visitando eles e eu ali naquele lugar praticamente sozinho, ai eu pedi a DEUS assim: ”Deus, por favor, me mande alguém que eu conheça aqui hoje, porque eu não agüento mais este lugar Meu DEUS”, logo após ter pedido isso a DEUS, a tarde umas 13:30h, olhei para o meu lado direito então vi a irmã Marlene que tem um filho preso onde eu estava, quando ela me viu ela me abraçou muito forte e choramos muito, para mim aquele dia já foi muito melhor do que os outros dias em que lá eu estive, aí ela me contou tudo o que estava acontecendo aqui fora, me falou como estavam meus familiares, minha namorada, os irmãos da igreja, e ela me contou tudo sobre como todos os irmãos no Brasil e fora do Brasil estavam clamando em meu favor, naquele momento tive muito mais certeza que DEUS estava do meu lado.

Então aquele fim de semana se findou e começou mais semana em que ansiedade aumentava cada dia mais e mais, sem dormir direito a noite, mas DEUS estava trabalhando, recebi então mais uma visita da irmã que faz trabalho com as detentas no presídio, e era muito bom falar com ela, e ela me contava sobre os pedidos de liberdade que o Juiz negava, entrei na terceira semana naquele lugar, os dias iam passando e eu ia me desesperando e dentro da cela eles fumando muito cigarro, maconha e craque; e eu sempre participando dos cultos que alguns detentos fazem lá dentro, isso me acalmava muito.

A comida lá dentro é muito ruim, ás vezes muito salgada, ás vezes sem sal algum, mas eu tinha que comer porque se não eu iria morrer de fome lá dentro. Graças a DEUS naquela semana a irmã da Igreja continuava a me visitar, isso foi me ajudando muito cada dia que eu passava lá; e chegou mais um fim de semana, mais um dia de visita, graças a DEUS a mãe do Rudnei que era meu colega de cela me dava muita força, ela foi como uma mãe pra mim.

Enfim, a quarta semana, naquela semana na quarta-feira eu fui chamado pelos agentes para fazer uns registros, até então eu não sabia para que eu estava fazendo aquilo, na quinta-feira então, era umas 15:00h, fui chamado pelos agentes outra vez, me algemaram e me dirigiram a uma viatura, fiquei meio preocupado, então saindo do presídio, os dois policiais que estavam me levando começaram a conversar comigo, e eu perguntei a eles onde eles estavam me levando, e eles me responderam que estavam me levando para a central de Policia de Criciúma, para falar com o Delegado Airton Ferreira, ele me ajudou muito na minha saída.

Chegando à delegacia, me encontrei com esse delegado, e comecei a conversar com ele, ele me tratou super bem, ele me falou que a patroa da minha mãe iria também lá à delegacia e minha mãe também, nossa fiquei muito feliz porque depois de 27 dias eu iria reencontrar minha mãe, primeiro chegou a Patroa da minha mãe, e ela começou a conversar comigo, gente ela parecia minha mãe me acariciando, e ela me dizia que estava fazendo o possível e o impossível para me tirar daquele lugar, um tempo depois minha mãe chegou, imaginem o choro, que alegria senti naquele momento, minha mãe contou que tinha um Juiz do Mato Grosso que estava no caso também, ela me contou do que muitos irmãos estavam fazendo em meu favor, fiquei muito feliz por tudo o que estava acontecendo aqui fora, então fiz meu depoimento junto ao delegado, ele tirou fotos minhas e me falou que iria mandar tudo aquele material para a justiça do Paraná e também iria ligar pra lá, depois disso foi chamado um jornal local da cidade aqui, contamos a história pros jornalistas eles tiraram algumas fotos também.E depois disso tive que me despedir da minha mãe e dos patrões dela, não foi fácil, mas tive a certeza que muito em breve eu estaria de volta a minha casa, naquele dia já eram umas 19 horas, cheguei no presídio e os detentos que estavam comigo até acharam que eu já ido embora.

Então chegou mais um fim de semana, a visita seria no domingo, e eu estava muito ansioso porque meu pai iria lá me visitar, então chegou o domingo, e meu pai chegou, nossa choramos muito, aquele domingo foi muito bom pra mim, porque passei praticamente o dia inteiro com meu pai; meu pai me disse que esperava que eu saísse no máximo até a terça-feira daquela semana, então meu pai foi embora, e começou a semana novamente, e passou a segunda-feira, e a terça-feira e na quarta-feira a tarde meio desesperado, chegou a irmã pra me visitar novamente, e conversei muito com a irmã, e em um certo momento da nossa conversa ela me falou assim: “Quem sabe você não sai amanhã né Cleiton.”

Então, me despedi dela, o agente veio tirou minhas algemas e voltei pra cela, então chegou a quinta-feira, aquele dia eu estava muito angustiado, me deitei num canto lá e chorei me perguntando quando eu iria sair de lá, quando chegou as 17 horas fui chamado pelos agentes novamente, eu fiquei meio preocupado, ai me levaram para a Jurídica que é um setor que tem dentro do presídio, ao chegar lá me encontrei com o Delegado Airton, cumprimentei ele então entrei na sala da Jurídica e o rapaz me deu três folhas para assinar, e perguntei a ele sobre o que se tratavam aqueles papéis, e ele me respondeu:”Este papel é o teu alvará de soltura”, irmãos é inexplicável o que eu senti naquele momento, a alegria era muita mesmo, ao sair lá de dentro, no portão na frente do presídio estavam lá, a patroa da minha mãe, o Pastor Israel, o Toninho um irmão da IAP aqui e o pessoal do Jornal, a alegria foi muito grande.

Irmãos geralmente quando a pessoa recebe o seu alvará de soltura, ela ainda espera uns três dias ainda para sair, mas eu pra honra e glória de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo sai no mesmo dia em que o alvará foi enviado ao presídio, ou seja, era pra mim ter ficado ainda mais um fim de semana lá dentro. Mas DEUS não deixou, irmãos amados. Saindo de lá então, a patroa da minha mãe me levou pra casa, dentro do carro dela só faltou ela soltar fogos de artifício, era uma festa só, irmãos enfim, depois de 34 dias cheguei em casa, ao descer do carro minha irmã estava me esperando no portão de casa, o abraço que nos demos, foi muito forte, ai mais choro né. Daí pra frente só alegria.

Na sexta-feira a noite os irmãos da 1° e 2° IAPs aqui me fizeram uma surpresa, ai sim com fogos e cartazes de bem vindo. E daí pra frente graças a DEUS está tudo bem, fiz uns exames para ver como estava de saúde e graças a DEUS estou bem pra Honra e Glória de nosso DEUS, e eu agradeço a DEUS todos os dias porque foi só pelo agir de DEUS e através das orações de todo o povo de DEUS que eu estou livre porque mesmo eu sendo inocente o mínimo para mim ficar lá era de um ano, mas graças a ao Senhor Nosso DEUS fiquei só 34 Dias.
Irmãos mais uma vez agradeço a cada um de vocês, e em especial ao Diego e a Daysa que entre outros me ajudaram muito, e irmãos meus que DEUS dê tudo em dobro a vocês as bênçãos que recebi...

A Paz Do Senhor

Abraços

Ass: Cleiton Borges Dos Santos

[reproduzido na íntegra, conforme recebido em (.doc) por email de Odilar Jr]

PARA SABER TODA A HISTÓRIA ACESSE:
2 - Deus agiu e Justiça paranaense libera jovem acusado injustamente.

Por email de Odilar Jr

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