Fé, razão, pecado e redenção no pensamento de Blaise Pascal [5]

Publicado originalmente em Revista Ultimato

Dor e consolação em conjunto

Em 1659, aos 36 anos, cinco anos depois de se converter, Blaise Pascal adoeceu gravemente. O alívio só veio em junho do ano seguinte. Provavelmente foi nesse período que ele compôs “A oração para pedir a Deus a graça de fazer bom uso das enfermidades”. Ela mostra a grandeza de sua fé e é uma das mais consoladoras peças para encorajar quem está na mesma situação de doença. Dessa formidável oração retiramos as seguintes frases:

Tu não és menos Deus quando estás me afligindo e punindo do que quando estás me consolando e mostrando compaixão por mim.

Possa o teu cajado me confortar, possa eu agora provar da celestial doçura de tua graça por meio destas aflições que permitiste virem sobre mim.

Concede-me, ó Senhor, graça para unir as tuas consolações aos meus sofrimentos e que possa sofrer como cristão.

Que eu jamais sinta a dor sem o conforto! Mas que eu possa sentir a dor e a consolação em conjunto e, mais tarde, possa lograr sentir apenas o teu conforto sem qualquer dor!

Ó Senhor, tira de mim aquela autopiedade que o amor próprio tão prontamente produz e a frustração de não ser bem sucedido no mundo como eu naturalmente desejaria, pois esse sucesso não tem consideração por tua glória.

Não oro por saúde ou doença, vida ou morte, mas oro para que a tua vontade use a minha saúde, a minha enfermidade, a minha vida e a minha morte para a tua glória, para a minha salvação, para o benefício de tua Igreja e dos santos.

Une-me a ti, preenche-me com a tua presença e com teu Espírito. Entra em meu coração e em minha alma. Lá, alivia as minhas aflições e preserva em mim o que permanece de tua paixão!

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