Do que você tem medo?

Por Zildeli Ferreira do Carmo del Pozzo em Sou da Promessa

Se temos fé, não olhamos para Deus como o último recurso.



Você alguma vez já teve medo? Quando pequeno você tinha medo de trovões e relâmpagos? Tinha medo do primeiro dia de aula, de dormir sozinho e no escuro? Alguma vez já sentiu medo de não ter o que comer na manhã seguinte? E de ter uma doença incurável ou ainda de perder alguém querido? Você alguma vez já sentiu medo de morrer ou de não ser salvo?

O medo é tão antigo quanto o pecado e, nas Escrituras, temos revelado um mau conceito sobre os temerosos, porque Deus tem para os seus algo melhor do que o temor.

No Salmo 23, a palavra nos revela que “O Senhor é meu pastor e nada me faltará”. Isso só faz sentido profundo se, como cristãos, realmente compreendermos que o amor de Deus expulsa o medo e faz toda a diferença na nossa vida.

Nesta vida nada nos faltará. Vamos ter as alegrias e as tristeza, a riqueza e a pobreza, a saúde e a doença, a vida e a morte, a esperança e a dúvida, o riso e o choro, o sucesso e o fracasso, mas se tivermos o Senhor como nosso Pastor, passaremos por todas as circunstâncias sem medo. O “tudo” que não é “nada”, se o Senhor estiver ao nosso lado.

Há um episódio interessante na vida de Jesus descrito em Marcos, capitulo 4. É a tempestade no Mar da Galileia. Jesus convida seus discípulos a atravessar para a outra margem e, na travessia, Jesus adormece. Enquanto ele dormia, uma grande tempestade se ergueu. O vento desceu vertiginosamente das montanhas de Gadara e agitou violentamente o mar. Os discípulos, absortos no esforço de se salvarem, esqueceram que Jesus estava no barco com eles. Em desespero gritaram: “Mestre, salva-nos.” Sabemos que uma alma nunca fica sem ser ouvida, quando clama ao Senhor. Ele então ergueu as mãos, tão frequentemente usadas em atos de misericórdia, e disse ao irado mar: “Acalma-te, emudece”. A tempestade cessou, as ondas desapareceram, as estrelas voltaram a brilhar, o barco descansou num mar sereno.

Os discípulos nos ensinaram algo singular. Eles não disseram: “Senhor, venha nos ajudar!” Mas eles clamaram: “Senhor salva-nos, esgotaram nossas forças, nossos recursos e descobrimos que tudo o que podíamos fazer já fizemos. Dependemos exclusivamente do Senhor.” E o Senhor lhes pergunta: “Por que sois assim temerosos? Como é que não tendes fé?”

As pessoas que têm fé não olham para Deus como o último recurso. Em qualquer provação, voltam-se para ele tão naturalmente como as flores se voltam para o sol. Davi nos ensinou que “mesmo que eu ande pelo vale escuro, onde a morte está bem perto, continuo tranquilo e não sinto medo, porque a sua vara e o seu cajado me protegem.” (Sl. 23:4 BV). A pessoa que tem fé nunca se esquece de que Jesus está com ela e sempre se volta em cada emergência.

Os discípulos caminhavam com Jesus, conversavam com ele, oravam juntos, viajavam juntos, trabalhavam juntos e, nesse episódio, ficou demonstrado que apesar desse relacionamento, ainda não dependiam dele para todas as coisas. Mas o legal disso é que Jesus permaneceu com eles. Foi paciente e os ensinou como depender do Pai. Ensinou que o verdadeiro amor lança fora todo o medo. (I Jo.4:18).

Muitas vezes lutamos com a tempestade sozinhos, esquecendo que há alguém que pode nos salvar. Confiamos muitas vezes em nossas próprias forças e chegamos quase a perecer. Se clamarmos: “Salva-nos”, com certeza não clamaremos em vão. Embora possa repetir as mesmas palavras que disse aos discípulos, ele nunca deixa de dar-nos o auxílio que precisamos.

Concluindo, dizemos que existe algo de que realmente precisamos ter medo. Ter medo de confiar em nossa própria força, medo de largar a mão de Cristo ou tentar caminhar sozinho. Mesmo sabendo que “nada” nos faltará, quando tivermos que atravessar a tempestade em algum momento da vida, com certeza ouviremos a voz serena de Deus a nos dizer: “Aquietai-vos e sabei que Eu Sou Deus”. (Salmo 46: 10).


Nenhum comentário:

Todos os comentários serão moderados. Comentários com conteúdo fora do assunto ou do contexto, não serão publicados, assim como comentários ofensivos ao autor.

Tecnologia do Blogger.