Vou viver aqui na terra de acordo com a vontade de Deus


Por não ser uma pessoa inanimada e por ter sido criado à imagem e semelhança de Deus, sou alguém dotado de vontade própria. Não tenho apenas instinto (aquela força de origem biológica que me leva a fazer alguma coisa). Tenho também vontade (aquele sentimento que me leva a desejar alguma coisa). Vivo porque tenho vontades. Sou eu mesmo e não outro porque tenho vontades que são minhas, que podem ou não coincidir com as vontades alheias.

Devo render graças à vontade. Mas nem sempre a vontade é um valor respeitável e uma realização pessoal. Posso ter muitas vontades ao mesmo tempo -- vontades fortes e dominadoras, vontades conflitantes, vontades geradas por circunstâncias passageiras, vontades nocivas, vontades impostas pela mídia, vontades impingidas por pessoas que querem tirar alguma vantagem sobre mim, vontades arriscadas, vontades que vêm daquele subterrâneo sórdido onde habitam desejos vis e equivocados. Há muito tempo descobri, então, que tenho vontades positivas e vontades negativas.

O que fazer para me proteger das vontades perniciosas e ficar sob o abrigo apenas das vontades sadias? Cheguei à conclusão de que a melhor proteção é a proteção religiosa: o temor do Senhor e a linha de conduta por ele imposta são capazes de filtrar as minhas vontades, eliminando aquelas que vão me fazer sofrer ou correr atrás do vento. Em outras palavras, devo abraçar a vontade de Deus e abrir mão das minhas vontades quando elas contrariam a vontade dele. Preciso chegar ao nível do salmista: “Eu tenho prazer em fazer a tua vontade, ó meu Deus!” (Sl 40.8).

A primeira vez que ouvi falar na vontade de Deus foi quando na infância comecei a orar o Pai-Nosso. Aquele pedido -- “que a tua vontade seja feita aqui na terra como é feita no céu” (Mt 6.10) -- me impressiona. Depois, quase por acaso, encontrei a exortação de Pedro: “De agora em diante, vivam o resto da sua vida aqui na terra de acordo com a vontade de Deus e não se deixem dominar pelas paixões humanas” (1Pe 4.2).

Hoje, estou plenamente convencido de que, se eu levar a vontade de Deus a sério, direi não às vontades malévolas. Estou ciente de que essa crucificação das vontades perniciosas é muito melhor do que a licenciosidade.

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Ultimato

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