A Queda E A Restauração Do Ser Humano

Se dizemos que não temos pecados, estamos nos enganando, e não há verdade em nós. Mas, se confessarmos os nossos pecados a Deus, ele cumprirá a sua promessa e fará o que é correto: ele perdoará os nossos pecados e nos limpará de toda maldade. Se dizemos que não temos cometido pecados, fazemos de Deus um mentiroso, e a sua mensagem não está em nós. (I Jo 1:8-10 NTLH)

O livre arbítrio é uma bênção proporcionada por Deus aos seres humanos. É um sinal de que somos livres para escolher que caminho trilhar. É das escolhas que dependem o sucesso ou fracasso das pessoas. Desse modo, a queda do ser humano surgiu de uma escolha mal feita. Quanto a este triste fato, devemos considerar três aspectos:

Em primeiro lugar, a ordem direcionada: mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; (Gn 2:17a). Deus foi claro e objetivo com o homem e a mulher, quanto a sua ordem: mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais. (Gn 3:3). Desobedecer-lhe implicaria pecado, [porque o pecado é a transgressão da lei. 1 João 3:4], e, conseqüentemente, tragédias presentes e futuras. Estava, portanto, muito explicita a melhor decisão a ser tomada por ambos.

Em segundo lugar, vemos a desobediência consumada: o alerta de Deus quanto aos perigos do pecado não impediu que o casal caísse na lábia sedutora do diabo, que lhes prometeu uma embalagem de vida com conteúdo de morte, uma falsa independência e uma ilusória exaltação: Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis, Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal. (Gn 3:4-5). Uma proposta sedutora, porém, falsa, despertou na mulher a cobiça da carne, dos olhos e a soberba da vida: Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu. (Gn 3:6). A humanidade estava a um passo da maior derrota da sua história. O que poderia ser evitado tornou-se inevitável. Assim, a queda tornou-se uma triste realidade.

Em terceiro lugar, vemos a conseqüência desastrosa: O pecado deixou o seu “vírus” em nosso corpo: a morte. Ela se tornou universal: Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. (Rm 5:12). A imortalidade, que antes, seria certa e desfrutável, fora extinta: Terá de trabalhar no pesado e suar para fazer com que a terra produza algum alimento; isso até que você volte para a terra, pois dela você foi formado. Você foi feito de terra e vai virar terra outra vez. (Gn 3:19 NTLH), Então o SENHOR Deus disse o seguinte: Agora o homem se tornou como um de nós, pois conhece o bem e o mal. Ele não deve comer a fruta da árvore da vida e viver para sempre. Por isso o SENHOR Deus expulsou o homem do jardim do Éden e fez com que ele cultivasse a terra da qual havia sido formado. (Gn 3: 22-23 NTLH). Agora o homem teria de encarar o fato de que, mais cedo ou mais tarde, morreria fisicamente, pois já se encontrava morto espiritual e moralmente, ou seja, já era escravo do pecado e, portanto, não mais deixaria de pecar. O pecado, inevitavelmente, afasta as pessoas de Deus: Pois são os pecados de vocês que os separam do seu Deus, são as suas maldades que fazem com que ele se esconda de vocês e não atenda as suas orações. (Is 52:9 NTLH). A desobediência humana trouxe crise ao mundo, gerou impactos terríveis nas áreas emocional, espiritual e relacional das pessoas, bem como nos aspectos físico e ecológico: E para Adão Deus disse o seguinte: Você fez o que a sua mulher disse e comeu a fruta da árvore que eu o proibi de comer. Por causa do que você fez, a terra será maldita. Você terá de trabalhar duramente a vida inteira a fim de que a terra produza alimento suficiente para você. Ela lhe dará mato e espinhos, e você terá de comer ervas do campo. (Gn 3:17-18 NTLH).

Porém, apesar da ofensa humana ao Criador, o pecado, por si só, constitui-se grave ofensa a Deus, e mesmo havendo ciência de que o ser humano era digno de nada menos que a morte, surgiram dos lábios amorosos do Pai palavras de esperança e restauração: Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. (Gn 3:15). “O Novo Testamento dá boa autorização para ver-se aqui o protevangelium, o primeiro vislumbre do Evangelho” [Kidner (1967-66)]. O descendente da mulher, Cristo, é a “luz no fim do túnel”, é a nossa garantia de vida diante da morte.

A Bíblia compara os dois personagens mais influentes da humanidade Adão (o homem que caiu) e Jesus (o homem que restaurou). O primeiro trouxe-nos ofensa e morte; o segundo, porém, presenteou-nos com perdão e abundância de vida: Entretanto, reinou a morte desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual prefigurava aquele que havia de vir. Todavia, não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um só, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foram abundantes sobre muitos. (Rm 5:14-15); aquele nos trouxe a amarga condenação, mas este nos justificou através da sua morte: Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo. Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida. Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos. (Rm 5:17-19).

Isso significa que não estamos sozinhos no mundo. O pecado pode até nos afastar da comunhão de Deus, mas não do amor Dele: Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. (Rm 8:38-39). Cristo é a nossa garantia de que um dia, de uma vez por todas, seremos livres do pecado e da morte: num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade. E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo. (1 Co 15:53-57).

Isto é fato: a humanidade pecou e caiu. Por mais inteligentes, bondosos, compreensivos e cuidadosos que possamos ser não estamos isentos de pecar. Os nossos pensamentos podem, em fração de segundos, voltar-se para aquilo que é profano, ímpio, repreensível. É isso mesmo. Podemos cair em tentação. Todavia, se isso acontecer, temos, ao nosso lado, Jesus Cristo, aquele que nos restaura. Ele tem poder e autoridade para nos purificar de todo pecado, através do seu sangue: Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. (I Jo 1:7).

Há esperança para os que caíram! Há vida no vale da sombra e da morte. Há perdão diante do pecado.

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DEC - PC@maral

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