Niterói decreta estado de calamidade pública


A cidade de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, atingiu 104 mortos em decorrência das chuvas que atingiram a região no início da semana. No total, são 179 mortos no Estado, conforme informou o Corpo de Bombeiros. As equipes de buscas ainda continuam os trabalhos nas áreas mais atingidas.

Vista geral do morro do Bumba, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro após um deslizamento ocorrido na noite de quarta-feira (7) e deixou centenas de casas soterradas
Foto: Marcos de Paula/AE

Niterói, que decretou estado de calamidade pública nesta quinta-feira (8), enfrenta desde a noite de segunda (5) um dos momentos mais difíceis de sua história. Primeiro no Morro do Beltrão , em Santa Rosa, e, horas depois, no Morro do Bumba, no Cubango, na Zona Norte, a cidade passa um drama que envolve mortes e pânico coletivo. Só no Cubango, a estimativa é de que haja 200 soterrados. Os bombeiros acham a possibilidade de encontrar pessoas com vida nos deslizamentos muito remota. Não há prazo para o fim dos trabalhos, mas, na melhor das hipóteses, pode demorar 15 dias.

Nesta quinta-feira o governador Sérgio Cabral (PMDB) disse que vai priorizar Niterói na distribuição de verbas liberadas pelo governo federal. O Estado receberá R$ 200 milhões.
- O presidente me ligou ontem [quarta-feira] e nesta quinta. Rapidamente liberou R$ 200 milhões para ajudar o Estado, sendo R$ 90 milhões para a capital e outros R$ 110 para outros municípios. Vou priorizar Niterói e São Gonçalo, que foram os municípios mais atingidos.


Juliana Rezende

O Morro do Bumba, no Cubango, na Zona Norte da cidade, foi um dos locais mais atingidos. Os bombeiros já retiraram 13 corpos dos escombros e o subsecretário de Defesa Civil de Niterói, coronel Pedro Machado, calcula que ainda há cerca de 200 pessoas soterradas. Ao todo, foram registrados óbitos em 13 localidades do município. A Defesa Civil interditou 60 casas. No Rio, o IML (Instituto Médico Legal) triplicou o número de funcionários para atender a demanda de corpos que chega na unidade.
Orgulhosa da sua qualidade de vida – segundo o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), da Nações Unidas, o terceiro do país e o primeiro do estado do Rio –, a cidade se dá conta, de forma dolorosa, de que seus morros foram ocupados de forma desordenada, o sistema viário pifou com o fechamento de algumas ruas, e a falta de segurança pública deixou a cidade em caos.
Suposta tentativa de arrastão

O pânico coletivo desta quinta-feira (8) teria sido provocado pelo alerta de um suposto arrastão que começou com um protesto de moradores de uma comunidade que reclamava da falta de atenção das autoridades. O medo chegou até as áreas nobres da cidade. Shoppings, restaurantes e centros comerciais de Icaraí, na Zona Sul, fecharam as portas nesta quinta-feira (8) alarmados com a possibilidade de saques e roubos. Vários moradores não saíram de suas casas e quem estava na rua procurou refúgio nas portarias de prédios. Desde o final de 2009, a segurança pública de Niterói sofre com a saída de 350 policiais militares do 12ºBPM (Niterói), que foram transferidos para outras cidades.

Região Oceânica ilhada

Alguns moradores da Região Oceânica da cidade estão ilhados. De acordo com a prefeitura de Niterói, muitos ônibus não estão circulando entre a região e o Centro da cidade. O motorista que vem da Região Oceânica em direção à Alameda São Boaventura e o Centro de Niterói tem poucas opções de acesso. Confira os acessos alternativos da Região Oceânica ao Centro

Faltam hospitais e IML

Em meio à situação de calamidade, Niterói não tem uma base do Instituto Médico Legal (IML). Os mortos dos deslizamentos são encaminhados para os IMLs de municípios vizinhos, como São Gonçalo e Rio de Janeiro. O sistema de saúde de Niterói também enfrenta dificuldades. Apenas dois hospitais estão com a emergência funcionando, são eles o Hospital Azevedo Lima, no Fonseca, e a unidade de saúde Mário Monteiro, na Região Oceânica. Com a dificuldade de acesso à Região Oceânica, os atendimentos às vítimas dos deslizamentos são priorizados no Azevedo Lima. Na noite de quarta-feira (7), a emergência do Hospital Universitário Antonio Pedro (HUAP) reabriu as portas para receber algumas vítimas da chuva.



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Fontes: G1.com - R7.com - divulgação PC@maral

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