A Última Tentação De Cristo


Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres. (Mt 26:39b)

Quando pensamos na tentação de Cristo, logo imaginamos aquela em que esteve no deserto, sendo tentado por satanás (Mt 4:1-10). Esta, com certeza, foi terrível, porque Jesus estava iniciando o seu ministério, e uma vacilação representaria o fim do plano de salvação. Mas, bravamente, Jesus derrotou o mal, em todas as fases, e provou que a sua humanização não era de brincadeira e que estava disposto a tudo para salvar a humanidade. Na resistência de Cristo às propostas indecentes do maligno, ficou claro que o pão, o prestigio e o poder, sem Deus, não valem a pena. Outras tentações vieram e foram igualmente derrotadas. Jesus foi tentado a assumir o governo daquela região (Jo 6:15), a desistir da cruz (Mt16:23) e a escapar da cruz (Lc 23:39), mas não desistiu.

Quando, porém, chegamos a última tentação de Jesus, um misto de gratidão, temor, respeito e alegria envolve a nossa alma. Jesus estava no jardim do Getsêmani. O elemento tentador não foi externo, mas a própria carne, a natureza humana da qual estava vestido. Era noite, estava sozinho e nem mesmo os seus três mais fiéis discípulos conseguiam orar com ele. O futuro sombrio aproximava-se e ele sabia de tudo: Do beijo falso de Judas, do valor pelo qual fora vendido, do julgamento mentiroso, da multidão impiedosa, da crueldade dos algozes, das vestes rasgadas, da dor dos cravos, da sede, do abandono, da morte. Agitou-se profundamente, a ponto de os seus poros eliminarem gotas de sangue. Procurou despertar Pedro, Tiago e João, mas estes não reagiram.

A tentação chegou ao auge, e, no momento mais difícil, quando tinha a oportunidade de usar os seus poderes em beneficio da sobrevivência, curvou-se submisso, fiel e orou: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres. A sua vontade, embora fosse primária, não era superior à do Pai. Esta, sim, era prioridade. Essa foi a mais heróica das orações. Assim, Jesus recuperou suas forças, suas emoções, sua paixão e caminhou absoluto até o fim. Ele recebeu, ali, no Getsêmani, o conforto dos anjos; na ressurreição, a glória do Espírito Santo, e, na ascensão, o abraço do próprio Pai.

Esta última tentação de Cristo nos ensina que podemos ser tentados a olhar para trás, a desistir do projeto dos céus, a retornar às velhas práticas, a abandonar os princípios do reino de Deus; a ficar com dó de nós mesmos, da própria carne; a lançar fora o cálice, quando este está amargo. Mas, graças a Deus, Jesus venceu a tentação e nos deixou exemplo de que, se formos fiéis, poderemos derrotar nossas paixões, trabalhar para o Senhor, viver vitoriosamente, acima das circunstâncias e alcançar o céu.

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DEC - PC@maral

2 comentários:

  1. Fala amigo Pc! Estou de volta a ativa!
    Já sabes que serei papai? Se não, sabes agora!

    Quanto ao post, gostei muito do que lí.
    Nossa! QUantas vezes pensamos em olhar pra trás.
    Eu pelo, menos, penso em largar tudo todo dia!
    Graças a Deus que o Senhor Jesus nos deu exemplo até nessa área de nossa vida.

    PAZ.

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  2. O Pastor

    Parabéns! Que excelente noticia! realmente um benção de Deus na sua vida!

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