A maior recompensa do justo é o próprio Deus!


Pisareis os perversos, porque se farão cinzas debaixo das plantas de vossos pés, naquele dia que prepararei, diz o SENHOR dos Exércitos. (Ml 4:3)

O justo servia a Deus, estudava a lei, sacrificava, dizimava e, ainda assim, passava por dificuldades, enquanto o perverso não fazia nada disso e “prosperava”. Logo, não havia valor algum em ser fiel e, não valia a pena servir a Deus. Essa era a lógica insana usada pelos judeus nos dias de Malaquias. Diziam: É inútil servir a Deus (Ml 3:14). “Não há vantagem alguma nisso” é o que pensavam. Na verdade, buscavam os favores de Deus e não a Deus. “A religião deles era um negócio, uma barganha” [LOPES, H. D. Malaquias: a igreja no tribunal de Deus. São Paulo: Hagnos, 2006 pág. 112]. Para Deus, aquilo foi uma afronta (Ml 3:13). Por isso, o profeta veio mostrar que eles estavam equivocados, pois, da maneira certa e no momento certo, o justo triunfaria.

Há três questões importantes que devemos considerar [COELHO FILHO, I. G. Malaquias: nosso contemporâneo: um estudo contextualizado do livro de Malaquias. 2 ed. Rio de Janeiro: Juerp, 1994 pág. 74]. Primeiro: O Senhor merece o nosso amor pelo que é e não pelo que pode nos dar. Segundo: A situação presente é transitória e ilusória. Terceiro: A gente deve olhar para vida na perspectiva da eternidade, pois, se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens (I Co 15:19).

Uma coisa é inevitável. 

Um dia, todo ser humano terá de comparecer diante de Deus para prestar contas com ele. Ali, veremos a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não o serve (Ml 3:18). Nesse dia, o justo triunfará. Como será isso? Deixemos que Deus nos fale, através de Malaquias 4:1-3

1. Pois eis que vem o dia: 

O último capítulo do livro de Malaquias começa da seguinte forma: ...vem o dia e arde como fornalha; todos os soberbos e todos os que cometem perversidade serão como o restolho... (Ml 4:1a). Essas palavras não são apenas um alerta aos homens, mas também uma garantia do triunfo dos servos de Deus. Na Nova Versão Internacional, esse texto está assim: Pois certamente vem o dia (...) diz o Senhor dos Exércitos. Podemos ter convicção: O grande e temível “dia do Senhor” virá! Jesus voltará, e todos os homens terão de comparecer perante ele. Esse dia especial tem uma característica marcante. Ele arde como uma fornalha! Malaquias já havia usado a figura do “fogo”: No capítulo 3, versículo 2, Deus é apresentado como o “fogo do ourives” que purifica os justos. Mas aqui ele é apresentado como o “fogo da fornalha” que destrói os ímpios. É diante desse fogo que se vê a diferença entre o “ouro” e a “palha”, entre o “justo” e o “ímpio”, entre o que serve e o que não serve a Deus. “O joio parece com o trigo, mas não é trigo. Um é alimento, o outro é veneno. No final, um irá para o celeiro de Deus, o outro para a fornalha” [LOPES, H. D. Malaquias: a igreja no tribunal de Deus. São Paulo: Hagnos, 2006 pág. 109]. É isso que veremos a seguir.

2. O dia que vem os abrasará: 

Na Bíblia, o fogo é, em linhas gerais, símbolo de juízo. Ele é um dos símbolos de Deus - O nosso Deus é fogo consumidor (Hb 12:29). Em Malaquias, dois grupos são, de forma especial, alvos do juízo e desse fogo consumidor: Os soberbos e os perversos. A soberba é um sentimento que pode ser camuflado atrás de mascarás. Mas Deus vê o íntimo. Já a perversidade é algo escancarado. Alude a uma vida desregrada e à maldade desmedida. Pois bem, os judeus acusavam o Senhor de ser injusto e complacente com ímpios. Mas ele prova o contrário. Os ímpios não escaparão da condenação. Serão como capim seco jogados numa fornalha. Por um momento, soberbos e perversos falam contra o Senhor, escarnecem do Senhor e ainda escapam, prosperam e parecem felizes, mas, um dia, o Senhor vai chamá-los para uma conversa. Eles terão de prestar contas! Diz a Bíblia: O dia que vem os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo (Ml 4:1b). Que terrível veredicto! Quando a raiz de uma planta é destruída, não há possibilidade de voltar a brotar. Em outras palavras, não restará mais esperança aos ímpios [REED, O. F. (et alli). Comentário Bíblico Beacon. 3 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, Vol. 5 pág. 370]. Eles vão ser completamente eliminados. A memória deles será apagada para sempre!

3. Mas para vós outros: 

Louvado seja o Senhor, pois existe um “mas” no versículo dois! O que essa palavrinha nos ensina? Ensina que a história de quem serve a Deus é completamente outra. Diz o profeta: Mas para vós outros que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas; saireis e saltareis como bezerros soltos da estrebaria (Ml 4:2). Para o justo, o dia da volta do Senhor será o dia mais feliz do mundo. Será o dia do seu triunfo! Nesse dia, “a maior recompensa do justo é o próprio Deus. Ele é a maior herança do salvo. Deus será para os justos naquele glorioso dia, o sol da justiça” [LOPES, H. D. Malaquias: a igreja no tribunal de Deus. São Paulo: Hagnos, 2006 pág. 126].  Essa expressão poética “nascerá o sol da justiça” é rica em significado espiritual, pois o sol, além de produzir luz e calor, “é fonte de vida. Sem ele nós não viveríamos” [COELHO FILHO, I. G. Malaquias: nosso contemporâneo: um estudo contextualizado do livro de Malaquias. 2 ed. Rio de Janeiro: Juerp, 1994 pág. 76].  Então, Deus é o sol da vida do justo. Ele nos trará a manhã de um novo dia, marcado por libertação e alegria. O profeta ilustrou isso através da figura de um bezerro que estivera preso no estábulo e que fora solto para correr pelo pasto. Ele sai saltando de alegria, desfrutando de uma liberdade deliciosa. O mesmo ocorrerá conosco, quando Cristo voltar. No dia do nosso triunfo, teremos liberdade plena e completa e uma alegria ilimitada.>

4. Pisareis os perversos: 

O dia do Senhor revelará a vitória dos justos sobre os seus inimigos. É isso que nos afirma a Bíblia: Pisareis os perversos, porque se farão cinzas debaixo das plantas de vossos pés, naquele dia que prepararei, diz o Senhor dos Exércitos (Ml 4:3). A expressão “pisareis” (hb. acac) transmite a ideia de esmagar com os pés. Deste modo, o fiel não apenas receberá a libertação do aprisionamento, mas também o completo triunfo sobre seus inimigos. A igreja de Cristo prevalecerá sobre todos os seus algozes, o que inclui Satanás. A Bíblia nos promete: Em breve o Deus da paz esmagará Satanás debaixo dos pés de vocês (Rm 16:20 – NVI). Voltemos o nosso olhar, mais uma vez, para o texto em estudo, agora para a palavra “cinzas” (hb. epher).

O significado dela no sentido figurado é algo sem valor, ou alguma coisa finalizada e acabada. Com base nisso, podemos concluir que a “idéia de os ímpios se desfazerem em cinzas sob os pés dos justos mostra a vitória total do bem e aniquilação total da iniqüidade” [COELHO FILHO, I. G. Malaquias: nosso contemporâneo: um estudo contextualizado do livro de Malaquias. 2 ed. Rio de Janeiro: Juerp, 1994 pág. 77]. Aqui, mais uma vez, Deus nos mostra que há uma diferença entre o justo e o perverso. Desta vez, a diferença está na eternidade. O justo triunfará eternamente e o perverso será extinto para sempre! Hoje, os homens maus podem até se dar bem e parecer prósperos e felizes. Mas como ficarão diante do tribunal de Deus? Quando tiverem que prestar contas a Deus, do que valerá o seu dinheiro? Onde estará a sua felicidade teatral e sua segurança enganosa? Por outro lado, hoje, o fiel pode ser afligido, menosprezado e afrontado. Pode até ser considerado escória da sociedade. Mas, quando Cristo voltar, ele será recompensado. Ele triunfará! Assim sendo, o dia do juízo revelará que valeu a pena servir a Deus e andar com ele! A seguir, veremos três aplicações sobre como será o triunfo do justo.

Aplicando a Palavra de Deus em nosso vida

1. O triunfo do justo será purificante

Não é fácil ser justo, em meio a tanta injustiça; ser santo, em meio a tanta perversão; ser puro, em meio a tanta imundície, e nem ser honesto, em meio a tanto corrupção. Quem tenta servir a Deus, padece, pois o seu desafio é manter-se limpo dentro da lama. Contudo, há uma poderosa esperança: A terra passará por um batismo ardente e purificador! [TAYLOR, R. S. (et alli). Comentário Bíblico Beacon. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, Vol. 10 pág. 279]. (cf. I Pe 3:1-12 e Ap 20:9). Deus enviará fogo sobre a terra e destruirá todos os soberbos e perversos (Ml 4:1). Meu irmão, vale à pena servir a Deus nessa terra corrompida, pois, você terá o privilégio de viver numa terra purificada. O triunfo do justo será marcado por uma “faxina” promovida por Deus nesse mundo!

2. O triunfo do justo será exultante

O dia da volta de Cristo “será para os justos um dia de alegria indizível, de liberdade plena, de recompensa eterna” [LOPES, H. D. Malaquias: a igreja no tribunal de Deus. São Paulo: Hagnos, 2006 pág. 127]. Será muito bom ouvir Jesus dizer: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo (Mt 25:34). Esse será o dia mais feliz de nossas vidas. Naquele dia saltaremos de alegria, como bezerros soltos no pasto (Ml 4:2–BV). Será uma alegria inexplicável! Diante disso, pergunto-lhe: Vale mesmo a pena servir a Deus? Sim! É claro. Portanto, aguarde esse dia com entusiasmo, e guarde o que você tem para que ninguém tome seu coroa (Ap 3:11).

3. O triunfo do justo será completo

Além de ser purificante e exultante, o triunfo do justo será completo. Malaquias 4 nos mostrar essa verdade. Primeiro no versículo um: ...lhes não deixará nem raiz nem ramo. E depois no versículo três: Pisareis os perversos, porque se farão cinzas debaixo das plantas de vossos pés. Aleluia! A nossa vitória será completa! O mal será por inteiro exterminado. Todos os inimigos serão derrotados. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou (Ap 21:4). Talvez, diante da lutas, você tenha desanimado. Mas saiba que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada (Rm 8:18-NVI). Quem lhe garante é o Senhor. Anime-se! Em Deus o seu triunfo será completo!

Conclusão

Todos os seres humanos terão que comparecer diante do Justo Juiz: Jovens e velhos, escravos e livres, ricos e pobres, grandes e pequenos, santos e profanos. Aqui, na terra, os juízes humanos podem ser subornados; então, os inocentes são condenados e os verdadeiros culpados são inocentados. Aqui, podemos ver os maus prosperando e os justos sofrendo aflições. Mas chegará o dia em que brilhará o sol da justiça. A terra será purificada. Os soberbos e profanos serão destruídos e o justo triunfará! Veremos que valeu a pena servir a Deus e andar na presença dele!

Fonte:
Departamento de Educação Cristã
Paulo Cesar Amaral

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