Respondendo à falácia “quem é você para julgar?”


“Não julgueis” (Mt 7.1) é o único versículo bíblico que mesmo os críticos estão convencidos de que é divinamente inspirado, ou então parece ser assim baseado em quão confiantemente eles o utilizam contra os cristãos. Contudo, o uso indevido desse versículo é extraordinariamente fácil de ser combatido quando você percebe o que realmente está acontecendo.

Em primeiro lugar, um qualificador. Julgar é encontrar falhas, e a verdadeira falha; a verdadeira culpa moral; é central para a mensagem cristã. São as más notícias que tornam as boas notícias de fato boas. Se encontrar falhas é a nossa característica, isso está errado. Mas, se nosso julgamento é mera condescendência, então responderemos a Cristo por isso. Nunca devemos esperar que os não-cristãos se comportem como cristãos. Eles não têm a capacidade de fazê-lo. Isso deve ficar claro.

Contudo, não acho que a condescendência em geral seja problema. Usualmente, algo mais está presente. Por um lado, em uma consideração inicial, a acusação “quem é você para julgar?” está baseada em um mal-entendido.

Caso se trate de uma solicitação de nossas credenciais morais, então não temos nada a oferecer. Não criamos as regras que governam o comportamento. Estamos tanto sob essas responsabilidades; e condenados por elas; quanto qualquer outra pessoa.

Antes, sendo nós mesmos criminosos, nos foi mostrado o caminho para o perdão, e nós simplesmente comunicamos as boas novas. Deus é bom e nós não somos. Há uma justiça e, à parte da misericórdia, nós a sofreremos. Esclarecer isso para as outras pessoas é bondade, não condescendência.

Se você fosse passageiro no carro de um amigo e dissesse: “Caso não tenha notado, você está acelerando e há um policial nesta rua”, ele provavelmente pensaria que você lhe fez um favor. E você de fato teria feito. A ilustração tem as suas limitações, é claro, mas acho que ajuda no entendimento dessa questão.

Há outra coisa que também não quero que você ignore. É a coisa mais importante a ser conhecida sobre essa contestação. “Quem é você para julgar?” não é um questionamento, mas uma afirmação disfarçada: “Ninguém tem permissão para julgar de modo algum”. Se a moralidade for apenas uma questão de opinião pessoal, todos os julgamentos são proibidos. Esta é a estratégia do relativista.

É claro que o relativista está sempre enganando a si mesmo nessa questão. Embora ele possa ter se convencido por um momento, não é nisso que ele realmente acredita, já que ele é repleto de julgamento quando lhe convém. De fato; e você já pode ter notado; essa acusação é autodestrutiva, uma vez que ela é um julgamento implícito do cristão.

Assim, quando os críticos impõem qualquer versão de “não julgue”, não é um apelo para que você seja virtuoso; é uma demanda para que eles sejam deixados em paz. Eles citam Jesus não por convicção, mas por conveniência; não desejando ser sujeitos a qualquer crítica moral.

Então, como podemos lidar graciosamente, e ainda de modo perspicaz, quando enfrentarmos essa confrontação? Acho melhor lidar com situações semelhantes a essas fazendo perguntas.

À luz das observações acima, aqui estão algumas que me vêm à mente.

Seu primeiro passo ao enfrentar qualquer confrontação é simplesmente perguntar: “O que você quer dizer?”, e esperar uma resposta. Deixe seu amigo mostrar um pouco de sua inquietação. Obter mais informações lhe dará mais recursos a serem usados. Caso o seu próprio julgamento tenha sido motivado por desprezo ou desdém, então um pedido de desculpas pode ser feito.

Você também pode arriscar: “Fiquei confuso com a sua pergunta. Você acha que eu estava impondo meu padrão pessoal a você? Se dei essa impressão, sinto muito. Eu pretendia apenas alertar você a respeito do padrão de Deus, o mesmo sob o qual eu estou”.

Caso seu interlocutor pareça estar lançando mão do relativismo, pergunte: “Você está dizendo que nunca é correto apontar um erro? Caso sim, então por que você está fazendo isso comigo agora?”. Então, deixe-o responder. Ajude-o a ver que o relativismo pode ser facilmente usado contra ele mesmo. Se ele diz: “Quem é você para julgar?”, pergunte: “Quem é você para encontrar falha?”.

O objetivo não é ser inteligente ou eloquente, mas mostrar que ele está se escondendo da questão real: sua própria culpa diante de Deus. Assegure ao seu interlocutor que você não está se sentindo superior em relação a ele. Antes, que você está simplesmente lhe dando informações que poderiam resgatá-lo, afastando-o de seu pecado e culpa e direcionando-o à misericórdia de Deus.


Fonte:
Ministério Fiel - Gregory Koukl
Tradução: Camila Rebeca Teixeira.
Revisão: William Teixeira.
Original: Who Are You to Judge?

4 comentários:

  1. Boa noite!
    Grazi foi curado da lepra?

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    Respostas
    1. Você deve estar falando de Geazi - o moço de Eliseu. O final do capítulo 5 de 2 Reis, no versículo 27 diz que a lepra de Naamã passou para Geazi e a todos os seus descendentes. (2 Reis 5:27) - Logo depois, no capítulo 6 (existe um período longo de tempo entre os acontecimentos do capítulo 5 e os do capítulo 6) - quando o rei da Siria enviou soldados a Dotã para prender Eliseu, note que no versículo 15 lemos que: "tendo-se levantado muito cedo o moço do homem de Deus(...)" - é como aceitar que esse moço seja Geazi - que també aparece falando diante do rei de Israel no capitulo 8 no versículo 4 lemos: "Ora, o rei falava a Geazi, moço do homem de Deus (...) - obs: um rei jamais atenderia a um homem leproso.

      Concluindo

      O que aconteceu a Bíblia não informa, mas podemos crer que Geazi foi curado da lepra em determinado momento mas não existe o relato desta cura.

      Grande abraço

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    2. Você pode ler um pouco sobre Geazi neste linhk https://www.pcamaral.com.br/2010/01/geazi-um-homem-mudado-serie-homens-e.html

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    3. Pr. Jonatas Moraes01 outubro, 2019 21:30

      A paz do Senhor meu irmão Paulo Cesar! O texto bíblico no qual podemos justificar a presença de Geazi junto ao Rei, está em Levítico 13:12-17.
      V.12 E, se a lepra se espalhar de todo na pele, e a lepra cobrir toda a pele do que tem a praga, desde a sua cabeça até aos seus pés, quanto podem ver os olhos do sacerdote,
      v.13 Então o sacerdote examinará, e eis que, se a lepra tem coberto toda a sua carne, então declarará o que tem a praga por limpo; todo se tornou branco; limpo está.
      v.14 Mas no dia em que aparecer nela carne viva será imundo.
      v.15 Vendo, pois, o sacerdote a carne viva, declará-lo-á por imundo; a carne é imunda; é lepra.
      v.16 Ou, tornando a carne viva, e mudando-se em branca, então virá ao sacerdote,
      v.17 E este o examinará, e eis que, se a praga se tornou branca, então o sacerdote declarará limpo o que tem a praga; limpo está.

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