A existência de Deus

A existência de Deus

Numa época em que tantas idéias e conceitos a respeito de Deus são divulgados, é bom verificarmos o que o próprio Deus revelou a respeito de si mesmo. A Bíblia é a Palavra de Deus, é o único livro que pode falar, com autoridade, sobre o assunto.

É muito importante saber que a Bíblia não procura provar a existência de Deus, mas parte do pressuposto de que Deus existe e que se revela aos que o buscam em espírito e em verdade.

I- Os nomes de Deus

A palavra “Deus” não é nome. Refere-se antes a um título que usamos para designar o Ser supremo, o criador de todas as coisas. Todavia, Deus se revelou pelo nome. Os nomes na Bíblia têm significados, os quais geralmente transmitem alguma idéia quanto ao caráter da pessoa que usa o nome. Todos os nomes pelos quais a Bíblia designa Deus são significativos; e, assim, cada um deles permanece como o símbolo de alguma verdade relativa a Ele. Os três principais nomes da Divindade no Antigo Testamento são:

Eloim [ אלהים ] (Gn. 1:2,26,27). 

A Bíblia começa com a afirmação de que “Eloim” é o Criador. Este nome é freqüentemente usado no Antigo Testamento, aparecendo também como El ou Eloá. Eloim é o plural, reconhecido pelo pronome plural: “façamos”; e Eloá é o singular, este último aparecendo geralmente na poesia sagrada.

Adonai [ אדני ] (Gn. 15: 2,8; Dt. 3:24). 

O significado de Adonai é “Senhor”, e é distinguido na versão portuguesa com letras maiúsculas. Este nome da Divindade aparece no Antigo Testamento com grande freqüência e expressa o domínio e a possessão soberana.

Jeová [ יהוה ] (Êx. 20:7; Is. 42:8). 

Ao revelar-se à Israel, Deus revelou-se como “EU SOU”, dizendo com isso que era um Deus auto-existente. Em Isaías, encontramos a expressão: “Eu sou o SENHOR; este é o meu nome”. A pronúncia “Senhor” vem do tetragrama hebraico “YHWH” traduzido em muitas Bíblias como: Jeová, Jahve, Iavé, Yahweh. O nome de Deus é pessoal e sagrado, e por isso deve ser reverenciado (Êx. 20:7).

II- A natureza de Deus

A Bíblia tem muitas expressões que nos falam a respeito da natureza e do caráter de Deus. Vejamos algumas dessas expressões:

1 - Deus é espírito (Jo. 4:24): 

Esta declaração define a natureza de Deus como sendo espiritual. Porém, Deus é espírito com personalidade; Ele pensa, sente e fala, pode ter comunhão direta com suas criaturas feitas à sua imagem. Como ser espiritual Deus está livre de todas as limitações do corpo, embora algumas vezes os escritores bíblicos tenham de usar a figura do corpo, para ilustrar aspectos diferentes de sua atuação com relação ao homem (Êx. 6:6; Sl. 34:15).

2 - Deus é infinito (I Re. 8:27): 

Deus é infinito e, por isso, não está sujeito às limitações naturais e humanas. Ele está além de ser plenamente compreendido pela mente do homem (Rm. 11:33-36). Com relação ao espaço, Deus caracteriza-se pela imensidade. Deus está presente em todo o espaço infinito e em todas as suas partes.

3 - Deus é eterno (Êx. 15:18; Dt. 33:27; Sl. 90:2): 

Em relação ao tempo, Deus é eterno. Significa que Ele não tem começo nem fim; que Ele está livre de toda a passagem de tempo, e que Ele é a causa do tempo.

III- Os atributos não morais de Deus

Com atributos de Deus, distintos da natureza de Deus, queremos dizer as qualidades atribuídas a Deus, e que são inerentes à substância e que constituem uma descrição analítica do próprio Deus. Os atributos não morais são aqueles predicados necessários da essência divina, mas que não envolvem qualidades morais. Estudá-los-emos na ordem indicada.

1 - Deus é onipotente (Êx. 15:7; Mt. 19:26): 

Ele é o Deus Todo-Poderoso. A onipotência de Deus significa duas coisas: a) Sua liberdade e poder para fazer tudo que esteja em harmonia com sua natureza; b) Seu controle e sabedoria sobre tudo que existe ou que pode existir.

2 - Deus é onipresente (Gn. 28:15; Sl. 139:7-12): 

Com onipresença de Deus queremos dizer Sua infinidade em relação às Suas criaturas. Por ser imenso, Deus é onipresente. Deus está em toda a parte, isto é, o espaço material não o limita em ponto algum. Embora Deus esteja em todo lugar, Ele não habita em todo lugar.

3 - Deus é onisciente (Gn. 18:18; II Tm. 2:19): 

Deus é onisciente, porque conhece todas as coisas. Ele conhece o passado, o presente e o futuro. O conhecimento de Deus é perfeito, Ele não precisa questionar, ou pesquisar as coisas, nem aprender gradualmente.

4 - Deus é soberano (Jr. 18:4-6; Mt. 20:15): 

Isto é, Ele tem o direito absoluto de governar suas criaturas e delas dispor como lhe apraz. Ele possui esse direito em virtude de sua infinita superioridade, de sua posse absoluta de todas as coisas, e da absoluta dependência delas perante ele para que continuem a existir.

5 - Deus é imutável (Ml. 3:6; Tg. 1:17): 

Com imutabilidade de Deus queremos dizer que em essência, atributos, consciência e vontade, Deus é imutável. Todas as mudanças têm que ser para melhor ou para pior. Mas Deus não pode mudar para o melhor, pois é absolutamente perfeito; nem tampouco mudar para o pior, pela mesma razão.

IV- Os atributos morais de Deus

Os atributos morais de Deus se referem aos predicados necessários da divina essência que envolvem qualidades morais. Sob este tópico consideraremos os seguintes atributos:

1 - Deus é justo e santo (Êx. 15:11; Lv. 19:2): 

A santidade de Deus significa a sua absoluta pureza moral; Ele não pode pecar nem tolerar o pecado. Como um Deus justo, Ele faz aquilo que é correto. A justiça é a santidade de Deus manifesta no tratar retamente com suas criaturas.

2 - Deus é bom (Sl. 25:8; Rm. 2:4): 

A infinita bondade de Deus é uma perfeição do Seu ser que caracteriza a Sua natureza e é a fonte de tudo o que é bom no universo. Os termos específicos empregados para estabelecer a bondade de Deus são: a) benevolência, que é a bondade no seu sentido genérico, abrangendo todas as Suas criaturas; b) complacência, que é aquilo em Deus que aprova todas as Suas próprias perfeições como também aquilo que se conforma com Ele; c) misericórdia, que é a bondade de Deus exercida em benefício das necessidades de Suas criaturas; d) graça, que é a livre ação de Deus em benefício daqueles que não têm merecimentos.

3 - Deus é amor (I Jo. 4:8-10): 

A natureza de Deus é amor, em razão da qual Ele deseja relação pessoal com aqueles que possuem a sua imagem. O amor, que é a essência do seu caráter, é manifestado em cada palavra e em cada ato seu. Observe a descrição do amor de Deus (Dt. 7:8; Ef. 2:4). A quem ele foi manifestado e como ele foi demonstrado (Jo. 3:16; I Jo. 3:1).

V- O ser e a natureza de Deus

“O que nos vem à mente quando pensamos em Deus é a coisa mais importante a nosso respeito” (A.W. Tozer). Esse pensamento expressa o supremo significado da doutrina de Deus. Em certo sentido sua aplicação é tanto imediata como penetrante; as convicções que temos sobre Deus irão afetar tudo sobre nós, se o tivermos visto na plenitude de seu ser divino, Pai, Filho e Espírito Santo, perfeito em glória, senhorio, santidade e amor.

1 - Ele deve ser adorado (Jo. 4:23,24): 

Crer na existência de Deus significa reconhecê-lo e adorá-lo. De acordo com Jesus, o Deus revelado nas páginas das Escrituras Sagradas é um Deus cuja natureza requer adoração espiritual e sincera. Ele tudo sabe e tudo pode. Esse fato, além de levar-nos a ter mais cuidado com aquilo que falamos e fazemos, constitui-se em motivo de alegria, pois Deus está sempre ao nosso lado para no ajudar.

2 - Ele deve ser servido (II Co. 5:15): 

A única resposta adequada a Deus é servi-lo. A adoração faz parte desse serviço, que se estende a todas as áreas da vida. O serviço a Deus implica em renunciar a todo direito e a nós mesmos e submeter nossa vontade inteiramente à vontade dEle. A melhor maneira de sermos gratos a Deus pelo seu amor é através da entrega incondicional da nossa vida para o seu serviço.

3 - Ele deve ser proclamado (Atos 17:16, 22-31): 

Parte de nossa resposta a Deus, à medida que Ele revela seu ser e natureza a nós, é torná-lo conhecido em um mundo em que Ele é largamente ignorado ou rejeitado. O mundo não é neutro, mas cheio de ídolos, isto é, falsos objetos de adoração. Somos chamados a desafiar e a confrontar os falsos deuses em o nome do Deus vivo e verdadeiro. Isto envolve espalhar o conhecimento do Deus verdadeiro através do mundo inteiro (Mt. 28:19,20).


Notas: DICIONÁRIO BÍBLICO STRONG. Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong. 2002 Sociedade Bíblica do Brasil

e•lo•him,

0430 אלהים ’elohiym
plural de 433; DITAT - 93c; n m p
1) (plural)
1a) governantes, juízes
1b) seres divinos
1c) anjos
1d) deuses
2) (plural intensivo - sentido singular)
2a) deus, deusa
2b) divino
2c) obras ou possessões especiais de Deus
2d) o (verdadeiro) Deus
2e) Deus

a•do•nai

0136 אדני ’Adonay
uma forma enfática de 113; DITAT - 27b; n m
1) meu senhor, senhor
1a) referindo-se aos homens
1b) referindo-se a Deus
2) Senhor - título, usado para substituir Javé como expressão judaica de reverência

Yah•weh

03068 יהוה Y ̂ehovah
procedente de 1961; DITAT - 484a; n pr de divindade
Javé = “Aquele que existe”
1) o nome próprio do único Deus verdadeiro
1a) nome impronunciável, a não ser com a vocalização de 136

CHAEFER, Lewis Sperry. Teologia Sistemática. São Paulo: IBR. 1986.
CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia vl. 5. 3ª ed. São Paulo: Candeia.

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