A Centralização Da Cruz

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A Descentralização Da Cruz

Contra as manhosas e poderosas artimanhas de Satanás, só há uma arma suficientemente capaz de destruí-las, a saber: centralizar a fé na pessoa do Senhor Jesus Cristo. A palavra de Deus desautoriza qualquer tentativa da igreja de usar outros meios para salvar, libertar, curar, transformar, que não o poder do Senhor Jesus. A obra realizada na cruz é suficientemente poderosa para solucionar os mais simples e os mais complexos dilemas humanos.

É precisamente por essa razão que Satanás faz o que pode e o que não pode para ofuscar a suficiência de Cristo. Com sua morte, Cristo centralizou o comando da vida humana em si mesmo: E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim (Jo 12:31). No capítulo oito da carta aos Romanos, o apóstolo Paulo declara que o evento da cruz é uma obra total, completa, plena, acabada, perfeita, pois: os pecadores arrependidos são libertos da culpa e do poder do pecado (vv.1-9); os pecadores arrependidos passam da morte eterna para a vida eterna (vv.6-13); os pecadores arrependidos são libertos do espírito de escravidão e recebem o espírito de adoção, isto é, a condição de filhos de Deus (v.15); os pecadores arrependidos são capacitados a enfrentar todos os sofrimentos da vida presente, confiantes em que a glória futura é infinitamente superior (vv.17-25); os pecadores arrependidos são assistidos pelo Espírito Santo em suas fraquezas (v.26); os pecadores arrependidos sentem-se seguros por saberem que a vida tem sentido, tem destino e tem o comando de Deus (vv. 28-30);

O apóstolo conclui o capítulo com uma seqüência de perguntas e respostas que exaltam a suficiência de Cristo, única arma espiritual capaz de vencer as mais duras adversidades da vida e os mais poderosos adversários espirituais: Diante de tudo isso, o que mais podemos dizer? Se Deus está do nosso lado, quem poderá nos vencer? Ninguém! Porque ele nem mesmo deixou de entregar o próprio Filho, mas o ofereceu por todos nós! Se ele nos deu o seu Filho, será que não nos dará também todas as coisas? Quem acusará aqueles que Deus escolheu? Ninguém! Porque o próprio Deus declara que eles não são culpados. Será que alguém poderá condená-los? Ninguém! Pois foi Cristo Jesus quem morreu, ou melhor, quem foi ressuscitado e está à direita de Deus. E ele pede a Deus em favor de nós. Então quem pode nos separar do amor de Cristo? Serão os sofrimentos, as dificuldades, a perseguição, a fome, a pobreza, o perigo ou a morte? Como dizem as Escrituras Sagradas: "Por causa de ti estamos em perigo de morte o dia inteiro; somos tratados como ovelhas que vão para o matadouro." Em todas essas situações temos a vitória completa por meio daquele que nos amou. Pois eu tenho a certeza de que nada pode nos separar do amor de Deus: nem a morte, nem a vida; nem os anjos, nem outras autoridades ou poderes celestiais; nem o presente, nem o futuro; nem o mundo lá de cima, nem o mundo lá de baixo. Em todo o Universo não há nada que possa nos separar do amor de Deus, que é nosso por meio de Cristo Jesus, o nosso Senhor. (31-39)

O texto acima apresenta um elenco variado de problemas, adversidades e adversários mais fortes do que os seres humanos; contudo, os cristãos são considerados vitoriosos sobre todas essas coisas, se sua confiança estiver centrada única e exclusivamente em Cristo. A vitória de Jesus na cruz o credenciou a ser o único Deus conhecido entre os homens capaz de salvá-los e libertá-los de todas as mazelas deste mundo caído; e, por causa disso, Deus Pai o exaltou e lhe entregou o comando de todas as coisas, em todo o universo, conquista essa que, na verdade, começou bem antes, culminando na cruz: Doutra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas, agora, na consumação dos séculos, uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo. (Hb 9:26; cf. Mt 25:34; Ef 3:11; Ap 13:8)

Relacionamos dez razões por que todas as coisas e todos os seres estão sob o comando soberano de Jesus Cristo:

1) Ele existe antes de todas as coisas.


Ele é antes de todas as coisas (Cl 1:17a)
No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. (Jo 1:1 e 2)
Conferir: Jo 8:58; I Co 15:47; I Jo 2:13-14; I Jo 1:1-3; Jo 1:15; Ap 22:13.

2) Ele criou todas as coisas.

Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. (Jo 1:3)
porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele. (Cl 1:16)
Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder, porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas. (Ap 4:11)

3) Ele sustenta todas as coisas.

Nele, tudo subsiste (Cl 1:17b)
Conforme o que ordenaste, tudo se mantém até hoje; porque todas as coisas te obedecem. (Sl 119:91)
Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos, cetro de eqüidade é o cetro do teu reino. (Hb 1:8)
porque nele [Cristo] vivemos, e nos movemos, e existimos (At 17:28)

4) Ele reconcilia as pessoas com Deus.

E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação. (Rm 5:11)
E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação (II Co 5:18)
Mas agora, unidos com Cristo Jesus, vocês, que estavam longe de Deus, foram trazidos para perto dele pela morte de Cristo na cruz. Pela sua morte na cruz, Cristo destruiu a inimizade que havia entre os dois povos. Por meio da cruz, ele os uniu em um só corpo e os levou de volta para Deus. (Ef 2:13 e 16 - NTLH)
Conferir: Cl 1:20-23; Jo 14:6

5) Ele é o primeiro sobre tudo e todos.

[Ele] é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência (Cl 1:18b)
E ao anjo da igreja que está em Esmirna escreve: Isto diz o Primeiro e o Último, que foi morto e reviveu (Ap 2:8).
todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele. (I Co 8:6)
Conferir: At 26:23; Rm 11:34-36, 14:8; I Co 10:26; Mt 6:33.

6) Ele é o Senhor da Igreja.

E ele é a cabeça do corpo da igreja (Cl 1:18a)
Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. (Mt 16:18)
E sujeitou todas as coisas a seus pés e, sobre todas as coisas, o constituiu como cabeça da igreja (Ef 1:22) .
porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo. (Ef 5:23 )

7) Ele é glorificado no céu.

Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória. (I Tm 3:16)
e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra. Vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos... proclamando em grande voz: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor. Então, ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava dizendo: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos. E os quatro seres viventes respondiam: Amém! Também os anciãos prostraram-se e adoraram. (Ap 5:8-14)

8) Ele tem todo o poder no céu e na terra.

porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse (Cl 1:19)
e qual a sobreexcelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder, que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dos mortos e pondo-o à sua direita nos céus, acima de todo principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro. E sujeitou todas as coisas a seus pés (Ef 1:19-22)
Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. (Mt 28:18)
Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-poderoso. (Ap 1:8)

9) Ele reina sobre todos os poderes.

E foi na cruz que Cristo se livrou do poder dos governos e das autoridades espirituais. Ele humilhou esses poderes publicamente, levando-os prisioneiros no seu desfile de vitória. (Cl 2:15 - NTLH)
dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém! (Rm 9:5)
E ouvi como que a voz de uma grande multidão, e como que a voz de muitas águas, e como que a voz de grandes trovões, que dizia: Aleluia! Pois já o Senhor, Deus Todopoderoso, reina. (Ap 19:6)
Conferir: I Tm 6:13-15; Ap 2:16-18, 17:4, 19:15).

10) Ele será reconhecido como único Senhor.

Foi para isto que morreu Cristo e tornou a viver; para ser Senhor tanto dos mortos como dos vivos. (Rm 14:9)
Porquanto não há diferença entre judeu e grego, porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. (Rm 10:12)
Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai. (Fp 2:9-11)
Conferir: Rm 1:3-4, 10:9, 14:10-11.

CONCLUSÃO

Um número considerável de cristãos vê o futuro da vida na terra de uma forma romântica, pacífica, otimista; mas a palavra de Deus apresenta um quadro marcado por confusão, desordem, rebeldia, morte, enfim, um ambiente extremamente sombrio. Nas palavras de Jesus Cristo, o dia de julgamento é como um laço, que há de sobrevir a todos os que vivem sobre a face de toda a terra. Um poderosíssimo sistema de engano percorrerá o planeta de maneira que todos aqueles que não receberam o amor da verdade para se salvarem, e cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro (II Ts 2:10; Ap 13:8), serão tragados por essa mentira diabólica e servirão ao anticristo.

Todavia, os cristãos autênticos se posicionarão como trincheiras, como obstáculos, como ferrenhos adversários do anticristo, mas não impedirão que este ser maligno assuma o controle provisório da civilização humana. Por isso, o Senhor disse: Fiquem alertas! Não deixem que as festas, ou as bebedeiras, ou os problemas desta vida façam vocês ficarem tão ocupados, que aquele dia pegue vocês de surpresa (Lc 21:34-35). Que surpresa? A maior e mais decepcionante será descobrir, no final, que, ao invés de se servir a Cristo, se estava servindo ao anticristo.

O adversário do povo de Deus não se cansa; ano a ano trabalha para iludir espiritualmente cristãos teimosos em não crescer na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (II Pe 3:18); irmãos insistentes em uma espiritualidade que demoniza sofrimento, dor, tribulação, provação, doenças, e diviniza riqueza, conforto, saúde, bem-estar. Dessa forma, são facilmente seduzidos a crerem que há solução e libertação fora da cruz de Cristo e a se entregarem às novas fórmulas de espiritualidades oferecidas nas prateleiras das igrejas modernas. Isso é trocar Jesus por Baal; é trocar o Criador pelas coisas criadas; enfim, é desconfiar da simplicidade do poderoso evangelho de Cristo, até, finalmente, tornar-se um inimigo da cruz de Cristo (Fp 3:18).

Para que nós não venhamos a cair no laço do diabo, confiemos na suficiência de Cristo. Nos momentos de grave crise, de forte aperto, não se renda à espiritualidade moderna; confie em Cristo, que diz: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. E diga como o apóstolo Paulo: De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo (II Co 12:9). Na hora da dor, do aperto, do câncer, da tragédia, não complique a situação; simplesmente, peça a misericórdia de Deus, em nome de seu Filho Jesus (Jo 14:13 e 14, 15:16, 16:23-24).

Em todo o tempo, revista-se de confiança em Cristo: Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas e as considero como esterco, para que possa ganhar a Cristo e seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus, pela fé; para conhecê-lo, e a virtude da sua ressurreição, e a comunicação de suas aflições, sendo feito conforme a sua morte para ver se, de alguma maneira, eu possa chegar à ressurreição dos mortos. (Fp 3:7-11)

E mais: Conservemos os nossos olhos fixos em Jesus, pois é por meio dele que a nossa fé começa, e é ele quem a aperfeiçoa. Ele não deixou que a cruz fizesse com que ele desistisse. Pelo contrário, por causa da alegria que lhe foi prometida, ele não se importou com a humilhação de morrer na cruz e agora está sentado do lado direito do trono de Deus. (Hb 12:2 - NTLH)

Deus seja louvado! Glórias a Jesus!


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Fonte: Texto de autoria do Pastor José Lima de Farias Filho compartilhado no PC@maral - SÉRIE A CENTRALIDADE DA CRUZ

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