O que está acontecendo com nossos pastores?


Prezado amigo, colega, companheiro líder, estou escrevendo essas poucas letras direto para você e também para mim mesmo. Poucos minutos antes de escrever essas poucas linhas, recebi um telefonema de um querido pastor e sua primeira palavra foi: pastorP ontes, você tem um tempo para me ouvir? Falei que sim, foi então que ele me disse da sua dificuldade em ter amigos, dificuldades em se abrir e desconfianças com sua própria igreja e denominação. Disse-me ele: “preciso de alguém que me escute sem me julgar, sem me condenar, etc... etc... etc...”

Conversamos por longos minutos, aliás, falei muito pouco, muito pouco mesmo, ele, no entanto, falou o tempo todo, do seu medo, das suas angústias, das suas inquietantes preocupações com a igreja, com sua família, com sua própria vida; depois chorou, chorou muito, sozinho pela manhã, disse-me ele. Depois me perguntou: “Pr. Pontes, o que está acontecendo com nós pastores? Será que isso é Deus trazendo juízo?” Pois, segundo ele, na sua cidade existem muitos pastores tristes, deprimidos, tomando remédios para conseguir conciliar o sono.

Fiquei a ouvir atento aquele amado colega que passa por uma forte crise depressiva, existencial; fiquei realmente a pensar o que na verdade está acontecendo conosco, "líderes" do rebanho de Deus. Comecei então a pensar em algumas possibilidades que quero compartilhar com você querido leitor dessa coluna, são elas:

Primeiro: Acho que nos últimos anos, nós pastores passamos a viver e praticar mais uma religião do que viver a simplicidade do evangelho.

Segundo: As instituições passaram a ter um poder e um domínio fortíssimo sobre os seus líderes; as pessoas, o rebanho, passaram a ser segundo plano.

Terceiro: O pastor não tem pastor que cuide dele mesmo. Não tem amigos, se isola, às vezes é autossuficiente.

Quarto: As igrejas locais estão abarrotadas de programações e atividades, e isso gera muito peso, muito trabalho e pouca produção de santidade e crescimento espiritual sadio.

Quinto: O pastor não prioriza seu casamento nem seus filhos.

Sexto: Existe no meio pastoral muita indisciplina do seu tempo e no cuidado do seu próprio corpo e da sua saúde mental.

Sétimo: Muitos pastores querem pastorear a geração de hoje com os mesmos métodos e formas de 10, 20 anos atrás - isso gera angústia e impotência.

Bem, esses são apenas alguns aspectos do que considero como combustíveis que estão alimentando essa forte crise do meio pastoral. Agora, a pergunta é: foram apontados os possíveis erros, mas qual a solução?

Respondo de forma mais simples possível: se o líder quer dar um novo rumo a sua vida ou mesmo fazer consigo mesmo um trabalho preventivo contra essa crise que assola a liderança, então é copiar cada um dos pontos acima, refletir e começar a combater um por um. Levando isso a sério, o líder será mais saudável nos mais variados aspectos.

Então ,mãos a obra, ou senão fique no mesmo estado e daqui a alguns dias estaremos nos consultórios psiquiátricos e psicológicos. Mas, aconselho a mim e a você: façamos a certo hoje para amanhã não estarmos chorando.
Abraço amigo,


Fonte: Vinacc - Pr. José Pontes
Via Púlpito Cristão 


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