Semelhantes entre nós, mas diferentes de Jesus (por enquanto)

Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos. (1 João 3:2)

Publicado originalmente em Revista Ultimato

Quando o verbo se fez carne, ele se tornou semelhante a nós. Ele não era Deus disfarçado de ser humano. Jesus era, ao mesmo tempo, filho de Deus (divino) e filho de homem (humano). Ele sentia fome, sede e cansaço. Como nós, passou pelas mesmas tentações (Hb 4.15).

Somos iguais entre nós, mas diferentes de Jesus. O texto que afirma que ele “foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança” não termina neste ponto. Há uma ressalva: “Como nós, experimentou toda espécie de tentação, mas “sem jamais pecar”” (Phillips). Outras versões dizem: “Ainda que ele nunca tenha cedido a elas [às tentações] nem pecado” (NBV) ou “com exceção do pecado” (BJ) ou “com a diferença que nunca cometeu pecado” (Taizé).

Até o momento da volta de Cristo há convivência entre o traço do pecado e o traço da graça, entre a carne e o Espírito, entre o velho homem (o nascido no pecado) e o novo homem (o nascido no Espírito).

No entanto, a boa notícia é mais pródiga do que pensamos. A imagem e semelhança de Deus, à qual fomos criados (Gn 1.27) e que foi arrancada penosamente pela queda, será reconstituída. Então seremos semelhantes a Jesus. Três passagens fundamentam esta certeza. A primeira diz que aqueles que Deus escolheu, ele também separou “a fim de se tornarem parecidos com o seu Filho” (Rm 8.29). (Em outras versões diz-se “para serem conformes” ou “para que se tornassem semelhantes”.) A segunda afirma que a glória do Senhor refletida em nós “vai ficando cada dia mais brilhante e vai nos tornando cada vez mais parecidos com ele” (2 Co 3.18). (Na NBV diz-se que essa glória progressiva torna-nos “mais e mais semelhantes a ele”.) A terceira explica: “Agora nós somos filhos de Deus, mas ainda não sabemos como vamos ser”, porém “sabemos isto: quando Cristo aparecer ficaremos parecidos com ele, pois o veremos como ele realmente é” (1 Jo 3.2).

Agora, Jesus é semelhante a nós, em tudo, exceto no pecado. E, por causa deste entrave, nós somos parecidos entre nós, mas não iguais a Jesus. Em sua volta, Jesus continuará a ser semelhante a nós e nós passaremos a ser iguais a ele!

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