A irrelevância de tantos sermões – Por que a pregação expositiva é importante
Por Albert Mohler Jr. em iPródigo
Se a pregação é central na adoração cristã, de que tipo de pregação estamos falando? A pura irrelevância de muito da pregação contemporânea é um sintoma severo de nosso Cristianismo superficial. Quando o ministério do púlpito não tem conteúdo, a igreja fica desprovida da palavra de Deus, e sua saúde e sua fidelidade são imediatamente diminuídas.
Muitos evangélicos são seduzidos pelos proponentes de pregações tópicas ou narrativas. A força declarativa da Escritura é suavizada pela demanda por histórias e a forma textual da Bíblia é suplantada por considerações tópicas. Em muitos púlpitos, a Bíblia, se sequer for citada, se transforma em uma mera fonte de curtos aforismos ou narrativas convenientes.
As preocupações terapêuticas da cultura muitas vezes definem a agenda da pregação evangelical. As questões do “eu” predominam, e a congregação espera ouvir respostas simples para problemas complexos. Além disso, o pós-modernismo clama para si a primazia intelectual na cultura, e mesmo que não se renda completamente ao relativismo doutrinário, o congregante comum espera tomar suas decisões finais sobre as questões importantes da vida, desde a cosmovisão ao estilo de vida.
A pregação cristã autêntica possuí um senso de autoridade e uma demanda por decisões que não são encontrados em qualquer outro lugar na sociedade. A verdade sólida do Cristianismo contrasta fortemente com as pretensões instáveis da pós-modernidade. Infelizmente, o apetite pela pregação séria virtualmente desapareceu entre muitos cristãos que estão satisfeitos em terem sua fascinação por si mesmos encorajada pelo púlpito.
Um dos primeiros passos na recuperação da pregação cristã autêntica é definir exatamente o que queremos dizer quando discutimos pregação autêntica como “exposição”. Muitos pregadores afirmam ser expositores. Mas em muitos casos, isso significa meramente que o pregador tem um texto bíblico em mente, não importa o quão tênue seja a relação desse texto com o sermão.
Eu ofereço a seguinte definição de pregação expositiva como uma base para reflexão:
A pregação expositiva começa com a determinação do pregador de apresentar e explicar o texto da Bíblia para sua congregação. Esse simples ponto de partida é uma grande questão divisora na homilética contemporânea, pois muitos pregadores partem do pressuposto que precisam começar com um problema de questão humana e então caminhar rumo ao texto. De forma contrária, a pregação expositiva começa no texto e trabalha a partir do texto para aplicar sua verdade às vidas dos crentes. Se essa determinação e compromisso não estiverem claras desde o início, algo diferente de pregação expositiva vai acontecer.
O pregador sempre vem ao texto e à pregação com muitas preocupações e prioridades em mente, muitas das quais são inegavelmente legítimas e importantes em si mesmas. Entretanto, se é para haver genuína exposição da palavra de Deus, essas outras preocupações devem estar subordinadas à tarefa central e irredutível de explicar e apresentar o texto bíblico.
A pregação expositiva está inescapavelmente ligada à séria tarefa da exegese. Se o pregador vai explicar o texto, ele precisa, primeiro, estudar o texto. Ele deve dedicar as horas de estudo e preparação necessárias para entender o texto. Durante esse tempo, o pastor deve investir a maior porção de sua energia e intelecto nessa tarefa de “manejar bem a palavra da verdade” (2 Timóteo 2.15). Não há atalhos para a exposição fiel. O expositor não é um explorador que retorna para contar as aventuras da jornada. Ele é um guia que lidera o povo ao texto e ensina a arte do estudo e da interpretação bíblica, demonstrando essas disciplinas essenciais em sua pregação.
O pregador expositivo, além disso, se submete tanto ao conteúdo quando à forma do texto bíblico como a palavra inerrante e infalível de Deus, divinamente planejada e dirigida. Deus falou por meio dos autores inspirados da Escritura, e cada gênero da literatura bíblica demanda que o pregador dê cuidadosa atenção ao texto, permitindo que o próprio dê forma à mensagem. Muitos pregadores vêm ao texto com uma forma de sermão em mente e um conjunto limitado de ferramentas para trabalhar. Certamente, a forma do sermão pode ser diferente de pregador para pregador e de texto para texto. Mas a exposição fiel demanda que o texto estabeleça tanto a forma quanto o conteúdo do sermão.
O pregador sobe ao púlpito para realizar um propósito central: anunciar a mensagem e o significado do texto bíblico. Isso requer investigação histórica, discernimento literário e a aplicação fiel da analogia fidei para interpretar a Escritura pela Escritura. Isso também requer que o expositor rejeite o conceito moderno de que o texto não significa necessariamente o que o texto significava. Se a Bíblia é verdadeiramente a palavra eterna e permanente de Deus, ela significa o que significava e é aplicada de forma renovada a cada geração.
Uma vez que o significa do texto é anunciado, o pregador parte para a aplicação. Aplicação da verdade bíblica é uma tarefa necessária da pregação expositiva. Mas a aplicação deve seguir a tarefa diligente e disciplinada da explicação do próprio texto. T. H. L. Parker descreve a pregação assim: “Pregação expositiva consiste na explicação e aplicação de uma passagem da Escritura. Sem explicação, não é expositiva; sem aplicação, não é pregação”.
A aplicação é absolutamente necessária, mas é cercada de perigos. O principal deles talvez seja a tentação de crer que o pregador pode, ou deve, manipular o coração humano. O pregador é responsável por proclamar a palavra eterna da Escritura. Apenas o Espírito Santo pode aplicar essa palavra aos corações humanos ou mesmo abrir os olhos e ouvidos para entender e receber o significado do texto.
Cada sermão apresenta ao ouvinte uma decisão a ser tomada. Ou iremos obedecer, ou iremos desobedecer, a palavra de Deus. A autoridade soberana de Deus opera por meio da pregação de sua palavra para demandar obediência de seu povo e fazê-los regozijar nela. Pregação é a instrumentalidade essencial pela qual Deus molda seu povo, conforme o Espírito Santo acompanha a palavra. Como os reformadores nos lembram, é por meio da pregação que Cristo está presente entre seu povo.
Muitos evangélicos são seduzidos pelos proponentes de pregações tópicas ou narrativas. A força declarativa da Escritura é suavizada pela demanda por histórias e a forma textual da Bíblia é suplantada por considerações tópicas. Em muitos púlpitos, a Bíblia, se sequer for citada, se transforma em uma mera fonte de curtos aforismos ou narrativas convenientes.
As preocupações terapêuticas da cultura muitas vezes definem a agenda da pregação evangelical. As questões do “eu” predominam, e a congregação espera ouvir respostas simples para problemas complexos. Além disso, o pós-modernismo clama para si a primazia intelectual na cultura, e mesmo que não se renda completamente ao relativismo doutrinário, o congregante comum espera tomar suas decisões finais sobre as questões importantes da vida, desde a cosmovisão ao estilo de vida.
A pregação cristã autêntica possuí um senso de autoridade e uma demanda por decisões que não são encontrados em qualquer outro lugar na sociedade. A verdade sólida do Cristianismo contrasta fortemente com as pretensões instáveis da pós-modernidade. Infelizmente, o apetite pela pregação séria virtualmente desapareceu entre muitos cristãos que estão satisfeitos em terem sua fascinação por si mesmos encorajada pelo púlpito.
Um dos primeiros passos na recuperação da pregação cristã autêntica é definir exatamente o que queremos dizer quando discutimos pregação autêntica como “exposição”. Muitos pregadores afirmam ser expositores. Mas em muitos casos, isso significa meramente que o pregador tem um texto bíblico em mente, não importa o quão tênue seja a relação desse texto com o sermão.
Eu ofereço a seguinte definição de pregação expositiva como uma base para reflexão:
Pregação expositiva é o modo da pregação cristã que toma como seu propósito central a apresentação e aplicação do texto da Bíblia. Todas as outras questões e preocupações são subordinadas à tarefa central de apresentar o texto bíblico. Como a palavra de Deus, o texto da Escritura tem o direito de estabelecer tanto o conteúdo quanto a estrutura do sermão. Exposição genuína acontece quando o pregador avança no significado e na mensagem do texto bíblico e deixa claro como a palavra de Deus estabelece a identidade e a cosmovisão da igreja como o povo de Deus.
A pregação expositiva começa com a determinação do pregador de apresentar e explicar o texto da Bíblia para sua congregação. Esse simples ponto de partida é uma grande questão divisora na homilética contemporânea, pois muitos pregadores partem do pressuposto que precisam começar com um problema de questão humana e então caminhar rumo ao texto. De forma contrária, a pregação expositiva começa no texto e trabalha a partir do texto para aplicar sua verdade às vidas dos crentes. Se essa determinação e compromisso não estiverem claras desde o início, algo diferente de pregação expositiva vai acontecer.
O pregador sempre vem ao texto e à pregação com muitas preocupações e prioridades em mente, muitas das quais são inegavelmente legítimas e importantes em si mesmas. Entretanto, se é para haver genuína exposição da palavra de Deus, essas outras preocupações devem estar subordinadas à tarefa central e irredutível de explicar e apresentar o texto bíblico.
A pregação expositiva está inescapavelmente ligada à séria tarefa da exegese. Se o pregador vai explicar o texto, ele precisa, primeiro, estudar o texto. Ele deve dedicar as horas de estudo e preparação necessárias para entender o texto. Durante esse tempo, o pastor deve investir a maior porção de sua energia e intelecto nessa tarefa de “manejar bem a palavra da verdade” (2 Timóteo 2.15). Não há atalhos para a exposição fiel. O expositor não é um explorador que retorna para contar as aventuras da jornada. Ele é um guia que lidera o povo ao texto e ensina a arte do estudo e da interpretação bíblica, demonstrando essas disciplinas essenciais em sua pregação.
O pregador expositivo, além disso, se submete tanto ao conteúdo quando à forma do texto bíblico como a palavra inerrante e infalível de Deus, divinamente planejada e dirigida. Deus falou por meio dos autores inspirados da Escritura, e cada gênero da literatura bíblica demanda que o pregador dê cuidadosa atenção ao texto, permitindo que o próprio dê forma à mensagem. Muitos pregadores vêm ao texto com uma forma de sermão em mente e um conjunto limitado de ferramentas para trabalhar. Certamente, a forma do sermão pode ser diferente de pregador para pregador e de texto para texto. Mas a exposição fiel demanda que o texto estabeleça tanto a forma quanto o conteúdo do sermão.
O pregador sobe ao púlpito para realizar um propósito central: anunciar a mensagem e o significado do texto bíblico. Isso requer investigação histórica, discernimento literário e a aplicação fiel da analogia fidei para interpretar a Escritura pela Escritura. Isso também requer que o expositor rejeite o conceito moderno de que o texto não significa necessariamente o que o texto significava. Se a Bíblia é verdadeiramente a palavra eterna e permanente de Deus, ela significa o que significava e é aplicada de forma renovada a cada geração.
Uma vez que o significa do texto é anunciado, o pregador parte para a aplicação. Aplicação da verdade bíblica é uma tarefa necessária da pregação expositiva. Mas a aplicação deve seguir a tarefa diligente e disciplinada da explicação do próprio texto. T. H. L. Parker descreve a pregação assim: “Pregação expositiva consiste na explicação e aplicação de uma passagem da Escritura. Sem explicação, não é expositiva; sem aplicação, não é pregação”.
A aplicação é absolutamente necessária, mas é cercada de perigos. O principal deles talvez seja a tentação de crer que o pregador pode, ou deve, manipular o coração humano. O pregador é responsável por proclamar a palavra eterna da Escritura. Apenas o Espírito Santo pode aplicar essa palavra aos corações humanos ou mesmo abrir os olhos e ouvidos para entender e receber o significado do texto.
Cada sermão apresenta ao ouvinte uma decisão a ser tomada. Ou iremos obedecer, ou iremos desobedecer, a palavra de Deus. A autoridade soberana de Deus opera por meio da pregação de sua palavra para demandar obediência de seu povo e fazê-los regozijar nela. Pregação é a instrumentalidade essencial pela qual Deus molda seu povo, conforme o Espírito Santo acompanha a palavra. Como os reformadores nos lembram, é por meio da pregação que Cristo está presente entre seu povo.
Traduzido por Filipe Schulz | iPródigo.com | Original aqui
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