Lembre-se sempre de Jesus Cristo

Lembre-se sempre de Jesus Cristo

O Jesus do qual nunca podemos nos esquecer é o Jesus da Bíblia, o Jesus dos quatro Evangelhos, o Jesus do evangelho que Paulo pregava!

A quem o apóstolo Paulo endereçou a exortação “Não perca Jesus de vista”? Por mais curioso que possa parecer, não foi a uma das igrejas por ele fundadas na Europa mediterrânea, nem a algum novo convertido, nem a algum candidato ao ministério. O “Lembre-se sempre de Jesus Cristo” está na última das treze cartas escritas por Paulo, entre os anos 64 e 68 depois de Cristo. Ela foi dirigida a Timóteo, que não era mais aquele jovem que o apóstolo havia levado a Cristo, no mínimo vinte anos antes. Quem sabe Timóteo teria agora uns 40 anos!

Além do mais, o pedido de Paulo foi dirigido a alguém que havia herdado a fé sincera de sua mãe Eunice e de sua avó Lóide (2 Tm 1.5); a alguém que o apóstolo chamava de “meu verdadeiro filho na fé” (1 Tm 1.2); a alguém que havia acompanhado Paulo em suas viagens missionárias desde o início da segunda viagem, por volta do ano 51 depois de Cristo (At 16.1-3); a alguém que havia sido seu companheiro de prisão em Roma por volta do ano 60 depois de Cristo (Fm 1); a alguém que havia sido co-remetente de seis das treze cartas de seu pai na fé (2 Coríntios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses e Filemom); e a alguém que seria, segundo a tradição, o primeiro bispo de Éfeso.

Tudo isso indica que perder Jesus de vista é um perigo real, para qualquer pessoa e em qualquer tempo. Significa também que as igrejas de hoje, os ministros religiosos de hoje e os crentes de hoje precisam levar continuamente a sério a advertência de dois milênios atrás: “Lembre-se sempre de Jesus Cristo” (2Tm 2.8)!

Perdemos Jesus de vista quando desprendemos os olhos dele, quando viramos as costas para ele, quando o tiramos do foco, quando o colocamos de lado ou o empurramos para trás, quando projetamos nossa sombra sobre ele e quando o substituímos por qualquer outra pessoa ou coisa.

Lembre-se sempre do Jesus certo

Não é para ter em mente o Jesus errado. Paulo deixa claro a Timóteo: “Lembre-se sempre de Jesus Cristo, “que é” de descendência humana e que ressuscitou segundo o meu evangelho” (J. B. Phillips).

Outras versões ajudam a entender melhor ainda o texto paulino: “Não se esqueça nunca do fato maravilhoso de que Jesus Cristo foi um homem nascido na família do rei Davi; e que também era Deus, como foi demonstrado pelo fato de que ele se levantou novamente dentre os mortos” (CV); “Visualize este quadro: Jesus, descendente de Davi, ressuscitou dos mortos” (AM).

O Jesus que absolutamente não podemos perder de vista não é um Jesus qualquer. Não é filho de Maria e José nem filho bastardo de Maria (Jo 8.41). Não é um misterioso extraterrestre. Não é um megalomaníaco (Jo 7.4), um doente mental (Jo 10.20) nem um endemoninhado solto por aí (Jo 8.49). Não é um milagreiro nem um mercenário religioso (Jo 10.11). Não é um Mahatma Gandhi, um Martin Luther King nem uma Madre Teresa de Calcutá. Não é um agitador das massas nem um revolucionário. Não é um pobre coitado nem alguém que gosta de sofrer. Não é um homem morto, sepultado, putrefato e reduzido a pó. O Jesus do qual nunca podemos nos esquecer é o Jesus da Bíblia, o Jesus dos quatro Evangelhos, o Jesus do evangelho que Paulo pregava!

Lembre-se sempre do Jesus incrível

Do Jesus que sempre existiu -- no princípio mais remoto possível, Jesus já estava com Deus e já era Deus (Jo 1.1).

Do Jesus sem o qual nada do que existe teria sido feito (Jo 1.3, 10).

Do Jesus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29).

Do Jesus que “veio à terra com o firme propósito de exterminar as atividades do Diabo” (1Jo 3.8, Phillips).

Do Jesus que está colocando debaixo de seus pés todos os poderes hostis à criatura e à criação, inclusive a morte, aquele monstro até então implacável, cujo lábio superior alcança os céus e o inferior encontra-se ao rés do chão (1Co 15.26).

Do Jesus que há de vir com poder e muita glória, sob o olhar de todo ser humano de qualquer tempo e raça (Mt 24.30).

Do Jesus que transformará os vivos e ressuscitará os mortos, tornando-nos outra vez semelhantes a ele (1Ts 4.15-17).

Do Jesus que retira do mapa e da história o paraíso perdido e coloca no lugar dele o paraíso recuperado (Ap 21.5).

Lembre-se sempre do Jesus homem e Deus

É de John Stott o seguinte esclarecimento: Jesus não é “um Deus disfarçado de homem, nem um homem com qualidades divinas” (“Cristianismo Básico”, p. 27). Ele quer dizer simplesmente que Jesus é Deus e homem não sucessivamente, mas ao mesmo tempo. Ora Jesus referia-se a si mesmo como Filho do Homem -- “O Filho do Homem veio buscar e salvar quem está perdido” (Lc 19.10) --, ora como Filho de Deus -- “Vem a hora, e ela já chegou, em que os mortos vão ouvir a voz do Filho de Deus, e os que ouvirem viverão” (Jo 5.25). O Senhor tinha duas naturezas -- a natureza divina e a natureza humana. Jesus não deixou de ser Deus quando tomou a forma humana nem deixou de ser homem quando ressuscitou dentre os mortos.

Por ocupar um corpo humano, Jesus torna-se visível, audível e palpável. Ele tem fome, tem sede, tem sono, tem cansaço. Ele chora, paga impostos, ora, passa por privações e tentações. Por ser “a revelação visível do Deus invisível” (Cl 1.15), ele está acima das leis que regem o universo, de cuja criação ele participou. Por essa simples razão, Jesus acalma as ondas do mar e a fúria do vento, caminha por cima da superfície líquida do mar, transforma 600 litros de água em vinho da melhor qualidade, multiplica pães e peixes e seca a figueira sem frutos. Por não ter perdido nem reduzido sua divindade, Jesus “ia curando toda espécie de mal e doenças do povo” (Mt 4.23). Cura a mulher hemorrágica por doze anos, a mulher encurvada por dezoito anos, o homem de Betesda paralítico por 38 anos.

Ele reimplanta a orelha de Malco, expulsa os demônios do geraseno e de Maria Madalena, perdoa os pecados da mulher pecadora e da mulher adúltera. Ele ressuscita uma adolescente que acaba de morrer, um jovem que está sendo levado para o cemitério e um homem de idade que já está em estado de putrefação. Por ser “Filho do Homem”, Jesus está dentro do tempo e do espaço, e é possível dizer que ele tinha oito dias de vida quando foi circuncidado, 12 anos quando dialogou com os mestres da lei e 30 anos quando iniciou o seu ministério. Por ser “Filho de Deus”, Jesus está fora do tempo e do espaço, e então é possível dizer que ele era mais velho que a própria mãe, mais velho que João Batista, que nasceu três meses antes dele, mais velho que Isaías, Davi, Moisés e Abraão, que viveram antes dele, respectivamente, 700, 1.000, 1.500 e 2.000 anos.

Não há nada mais saudável do que lembrar-se sempre do Jesus que aparece nos quatro Evangelhos!

Lembre-se sempre do Jesus imatável

O adjetivo “imatável” é uma palavra nova que precisa ser colocada entre as 400 mil palavras do português falado no Brasil e entre os 150 mil vocábulos inseridos na última edição do “Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa”. Ele é imprescindível, embora possa referir-se a uma única pessoa -- o Senhor Jesus Cristo. Sem ele não seria possível explicar em poucas palavras o que Jesus declarou quando se apresentou como o Bom Pastor: “Ninguém tira a minha vida de mim, mas eu a dou por minha própria vontade, [já que] tenho o direito de dá-la e de tornar a recebê-la [uma referência à sua ressurreição], pois foi isso que o Pai me mandou fazer” (Jo 10. 18). Outras versões dizem: “Ninguém a toma de mim -- eu a entrego porque quero” (AM); “Ninguém me tira a vida, mas por mim mesmo eu dela me despojo” (TEB).

Em outras palavras, Jesus poderia ter dito: “Ninguém tem poder sobre a minha vida”; “Ninguém me faz cair morto”; “Ninguém tem meios para me matar”; “Pois eu sou ao mesmo tempo imortal (aquele que não morre) e imatável (aquele que não pode ser assassinado)”.

Desde o berço até a idade adulta, houve pelo menos três sérias tentativas de assassinato contra Jesus, todas fracassadas.

“A primeira tentativa não deu certo”

Porque os magos não lhe deram a informação solicitada, Herodes, o Grande, “ficou “furioso” e ordenou que matassem todos os meninos de dois anos para baixo, em Belém e nas proximidades” (Mt 2.16). Herodes era um adversário de peso. Homem cruel e sem escrúpulos, já havia mandado matar a sogra, Alexandra, os cunhados Aristóbulo e Costobardes, a esposa, Mariane, e os filhos Alexandre e Antípatro. Devem ter morrido uns vinte meninos de peito na ocasião (Herodes tinha 70 anos), mas Jesus não estava entre eles, pois José já o havia levado a salvo para o Egito (Mt 2.13-14).

“A segunda tentativa não deu certo”

Quando Jesus engrossou o discurso feito em Nazaré no início de seu ministério, “todos os que estavam na sinagoga ficaram “furiosos”... [Então] levantaram-se, expulsaram-no da cidade e o levaram até o topo da colina a fim de atirá-lo precipício abaixo” (Lc 4.28-29). Jesus correu sério risco de vida porque estava no meio de pessoas “tomadas de cólera” (TEB) e à beira de um abismo. Todavia, nenhum mal lhe aconteceu porque o Senhor estranhamente “passou por entre eles e retirou-se” (Lc 4.30).

“A terceira tentativa não deu certo”

Por não ter princípio nem fim, por ser autoexistente, por ser eterno, claro, Jesus era mais velho que Abraão. Isso quer dizer que Jesus não mentiu nem blasfemou ao declarar: “Eu sou o que sou muito antes que Abraão fosse alguma coisa” (Jo 8.58, AM). Não obstante, os judeus encheram as mãos de pedras para atirarem nele, “mas Jesus se ocultou [ou se escondeu, em outra versão] e saiu do templo” (Jo 8.58, ARA).

Apesar do cerco, da fúria e dos recursos dos seus oponentes, Jesus não foi atravessado pela espada em Belém, nem teve seu corpo esmagado em Nazaré, nem foi apedrejado em Jerusalém.

Se abrirmos o Apocalipse, encontraremos, embora figuradamente, mais uma tentativa de morte contra Jesus, certamente a mais brutal de todas. Um imenso e furioso dragão, identificado como o Diabo, se agacha diante de uma mulher em trabalho de parto para devorar a criança, identificada como o Messias, aquele que governará todas as nações. Todavia, logo ao sair do ventre da mãe, o filho é tomado e posto em segurança junto ao trono de Deus (Ap 12.1-7).

Não é possível abrir mão do adjetivo “imatável” (ou “inassassinável”) diante desses livramentos e diante da explicação dada pelo próprio Jesus: “Ninguém me tira a vida, mas por mim mesmo eu dela me despojo” (O que aconteceu quando se entregou para ser preso condenado e crucificado na Páscoa dos judeus).

Desde o berço até a idade adulta, houve pelo menos três sérias tentativas de assassinato contra Jesus, todas fracassadas.

Lembre-se sempre de Jesus Cristo!

Fonte:
Revista Ultimato

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