A morte de Lázaro e a teologia da ausência
Marta, irmã de Lázaro e Maria, corre até Jesus e declara-lhe: "Senhor, se estivesse aqui..."! Ou seja, Jesus não estava lá, quando Lázaro irmão de Marta e Maria morreu. Jesus estava ausente em um momento que parecia segundo Marta extremamente importante para ela e sua irmã. Imagine, Jesus estava ausente!
Se é importante estar presente devemos pensar então que também em algumas situações é importante estar ausente. Nem sempre a presença faz-se necessária! Existem situações que serão mais bem resolvidas com a nossa ausência. Pensar que tudo depende da nossa presença para ser resolvido é se imaginar Deus, pois, somente Ele "é o criador e sustentador de todas as coisas".
Quando observamos os evangelhos e, de forma precisa, a vida do nosso mestre Jesus, percebemos que mesmo ele sendo o Emanuel (Deus conosco), houve momentos na vida dos discípulos e seus seguidores que ele estava ausente. E, claro, esta ausência não era situacional, mas sim, proposital! Tudo que Jesus fez enquanto viveu como homem entre nós, tinha um propósito. Jesus viveu uma vida na terra impulsionada pelo vento do propósito divino.
"Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se estivesse aqui, não teria morrido meu irmão" - (João 11:21)
As ausências de Jesus tinha propósito.
Quando o líder se ausenta dos seus liderados ele dá espaço para a manifestação de suas competências e deficiências. Jesus estrategicamente se ausentou alguns momentos na vida de seus liderados para que eles pudessem crescer.Saber a hora de estar presente e a hora de estar ausente é importante para liderar com excelência. As vezes realizamos mais com a nossa ausência do que com nossa presença. A presença do líder pode ser o fator inibidor da manifestação real de quem realmente é o liderado. A ausência dá espaço para assumirmos quem somos de verdade!
No cotidiano existencial é necessário perceber se nos tornamos o fator de limitação para as pessoas desenvolverem suas competências, pois, as vezes a nossa simples presença pode intimidar. Parece absurdo, mas, existem pais que bloquearam o desenvolvimento dos filhos por causa de uma presença castradora e sufocante. E outros destruíram a autoestima dos filhos com a sua ausência. Pois, a ausência pode gerar a morte da referência. Filhos sem referenciais paternos e maternos podem não desenvolver seus potenciais.
No mundo corporativo a ausência do patrão em alguns momentos é importante para revelar os comprometidos e descomprometidos com a empresa. A ausência promove revelação das pessoas que nos cercam.
Marta, depois da sua declaração ouve a resposta de Jesus: "...eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra viverá" (João 11:25). Ou seja, Jesus pode trazer à vida o irmão de Marta, mas a pergunta paira no ar: Porque ele estava ausente? Talvez a ausência de Jesus foi para ensinar aquelas mulheres uma das mais importantes lições da vida: Podemos perder pessoas que amamos para a morte, mas em Jesus sempre haverá ressurreição!
Fonte:
Instituto Jetro - Reginaldo Martins dos Santos
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