Atos dos Apóstolos mostra a importância do grupo de comunhão


A leitura do livro de Atos dos Apóstolos, no Novo Testamento, na Bíblia Sagrada, dá uma diretriz precisa sobre a importância de os cristãos terem um grupo de comunhão para compartilhar, encorajar-se mutuamente, motivar-se para a missão e orar uns pelos outros. Na verdade, nos cinco primeiros capítulos, tal importância já é revelada com clareza. A comunhão regular com irmãos e irmãs de fé numa mesma comunidade é parte imprescindível da caminhada com Jesus.

Logo no capítulo 1, v.14, lemos que “todos eles (apóstolos e discípulos de Jesus) se reuniam sempre em oração”. A prática da oração coletiva é um dos privilégios que podemos desfrutar nesses encontro regulares. Quando as pequenas brasas do coração de cada um se juntam, o resultado é o aquecimento geral das nossas emoções e a intensificação do clamor.

Porque o resultado mais importante é a certeza de que Deus está atento ao que se diz naquele lugar, de maneira ainda mais especial. Em 2:1, é informado que os discípulos “estavam todos reunidos num só lugar”. E no v.42, sabemos que “se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações”.

Em 2:44,46, está registrado que eles “todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do Templo, e partiam o pão em suas casas...” A questão do local onde se reuniam gera controvérsias até hoje. Fato é que eles não tinham templos como entendemos ser isso hoje. O templo a que se refere o texto bíblico é o templo da religião judaica na antiga Jerusalém, e os irmãos e irmãs tinham também momentos de adoração nas casas, onde participavam da Ceia do Senhor, conversavam sobre a vida e oravam a respeito.

No capítulo 3, o autor do livro de Atos, Lucas, ao contar a história de um milagre de cura de um paralítico, deixa transparecer o hábito de Pedro e João (v.1): “Certo dia Pedro e João estavam subindo ao templo na hora da oração...” No verso 11, a reação do povo demonstra que costumavam reunir-se num espaço apropriado: “todo o povo ficou maravilhado e correu até eles, ao lugar chamado Pórtico de Salomão”.

A sabedoria estratégica fazia com que os apóstolos se colocassem numa posição de fácil acesso e com condições de pregar a Palavra. O Espírito Santo fazia o impossível e o povo, maravilhado, os ouvia atentamente. E muitos se convertiam. A pré-disposição para estarem juntos no tal “pórtico” era um dos pontos importantes do plano divino.

O quarto capítulo de Atos narra o início da perseguição aos cristãos em Jerusalém. Nos versos 21 a 24, e 31, vemos que a primeira atitude dos apóstolos depois do aperto pelo qual passaram foi a de procurar os irmãos para compartilhar, orar junto com eles e obter encorajamento mútuo:

“Depois de mais ameaças, eles os deixaram ir (...) Quando foram soltos, Pedro e João voltaram para os seus companheiros e contaram tudo o que os chefes dos sacerdotes e os líderes religiosos lhes tinham dito. Ouvindo isso, levantaram juntos a voz a Deus... Depois de orarem, tremeu o lugar em que estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam corajosamente a palavra de Deus”.

É nítido, nesse trecho do Novo Testamento, o potencial de motivação evangelística e de apoio mútuo que têm os encontros regulares de comunhão. Os apóstolos chegam querendo falar do que sofreram, a igreja ouve atentamente, eles oram juntos, Deus intervém, e seus corações são revigorados e impulsionados à pregação da palavra de Deus. Saem dali dispostos a falar com ainda maior coragem e entusiasmo do evangelho da graça de Deus.

Ainda no capítulo 4, aprendemos que a vida em comunidade incluía o cuidado com todas as partes da vida de cada irmão e irmã, inclusive questões materiais (v.4): “Não havia pessoas necessitadas entre eles, pois os que possuíam terras ou casas as vendiam, traziam o dinheiro da venda e o colocavam aos pés dos apóstolos, que o distribuíam segundo a necessidade de cada um”. E reforça-se a idéia dos encontros regulares de comunhão e oração (v.12): “todos os que creram costumavam reunir-se”.

Finalizando, depois de mais um episódio de perseguição, agora com castigo físico, é relatado o seguinte: “Os apóstolos saíram do Sinédrio, alegres por terem sido considerados dignos de serem humilhados por causa do Nome (Jesus). Todos os dias no templo e de casa em casa, não deixavam de ensinar e proclamar que Jesus é o Cristo” (v. 41 e 42).

O grupo de discípulos do primeiro século tinha como líderes os apóstolos que Jesus mesmo escolheu. A comunhão entre eles era vibrante. A união destes irmãos era tal que faz pensar sobre como seria se hoje acontecesse o mesmo nas igrejas do Brasil.

Comunhão vibrante: orações unânimes O livro de Atos dos Apóstolos e as cartas de Paulo trazem lindos relatos de como os cristãos eram unidos, de como se preocupavam uns com os outros... A Palavra diz que eles tinham tudo em comum, que repartiam suas propriedades e bens entre todos!

Também perseveravam juntos em encontros de oração, tanto no pátio do templo judaico, local de reuniões inserido na cultura da época, e, todos os dias, nas casas, partindo o pão e comendo juntos com alegria e simplicidade de coração. Dá pra notar como era o convívio, a comunhão e a harmonia...

Claro que aqui e ali havia ajustes a fazer. Mas era um tipo de relacionamento que impactava até mesmo as pessoas que não faziam parte daquela comunidade cristã. Aqueles discípulos tinham realmente aprendido com Jesus sobre o amor ao próximo e sobre unidade. Devemos seguir este exemplo e agradecer a Deus pelo que eles demonstraram ser possível acontecer, e orar para que, cada vez mais, consigamos manter este tipo de comunhão, na prática, em nossas comunidades e igrejas hoje.

Como seria isso no Brasil: temos praticado? Os relatos citados demonstram como era o relacionamento entre os cristãos do primeiro século. Quando a Bíblia diz que eles “perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (Atos 2:42), mostra que essas eram as características da igreja primitiva, a igreja do Novo Testamento. E, como já vimos, sua principal marca era a comunhão.

A Palavra diz que eles reconheciam esta necessidade, se beneficiavam espiritualmente disso, na prática, e tinham prazer em estarem juntos adorando ao Senhor e perseverando na doutrina dos apóstolos. Que seja este o modelo para a igreja de Cristo no Brasil.

Fonte:
Guiame


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