Consertar o outro, é possível?


Após ouvir as queixas daquela mulher de ter um marido calado, individualista, irritadiço, etc, etc, perguntei-lhe: “Você sabia que ele era assim antes de se casarem?” Sem que me causasse qualquer surpresa, ouvi sua resposta: “Sim, mas pensei que, com o tempo, ele fosse mudar.”

Muitas pessoas se casam pensando dessa forma. Entram para o casamento cheias da expectativa de ter um cônjuge ideal, de acordo com a imagem que idealizaram durante a vida.

Porém, mais cedo ou mais tarde, descobrirão que essa é uma missão impossível, porque cada pessoa tem ideias e vontades próprias. Ninguém muda ninguém; as mudanças ocorrem com o crescimento pessoal e a conscientização interior; com uma disposição que vem de dentro para fora. Isto quer dizer que, por mais que um cônjuge reclame, chore ou implore, não terá sucesso no objetivo de provocar mudanças significativas em seu/sua parceiro/a. Isso só acontecerá se ele/a próprio/a chegar à conclusão de que não está feliz assim, de que não é vergonhoso mudar de opinião ou de comportamento, de que o ser humano tem uma potencialidade enorme de crescer e amadurecer e tornar-se uma pessoa cada vez melhor. Tal mudança não é nada fácil.

Cada ser humano é produto de uma família, de uma sociedade, de uma cultura. Internalizamos, desde a infância e no decorrer da vida, valores, regras e costumes que ficam enraizados. Cortar e remover essas raízes e dar lugar a novos valores e conceitos provoca certo grau de dor.

A exigência contínua de fazer o outro mudar gera insegurança, pois a necessidade de aceitação é básica para todas as pessoas. Um cônjuge só poderá ajudar o outro no processo de mudança se puder proporcionar-lhe uma convivência amigável e o conforto de que é aceito e amado do jeito que é.

Deus nos ama como somos, com nossas peculiaridades, capacidades e limitações. A certeza desse amor incondicional nos traz o desejo de crescer e acrescentar novas possibilidades de ser para Ele.

O casamento é uma parceria, na qual cada um tem responsabilidades no relacionamento e onde marido e mulher permanecem juntos, apesar das diferenças individuais.

Será que você é capaz de avaliar qual é a sua necessidade ao querer modelar seu cônjuge?

Certa vez, fazendo um trabalho com um grupo de mães, numa escola, uma senhora levantou essa mesma questão, com o consentimento de várias outras mulheres. Perguntei-lhe quem a havia obrigado a se casar. “Ninguém me obrigou; eu é que o escolhi”, respondeu ela. Dei um grande sorriso e perguntei a todas: “Se foram vocês que escolheram seus maridos, do que é que estão reclamando?”. E todas riram.

Nem tudo o que descobrimos a respeito de nosso/a parceiro/a é bom ou belo, mas é assim que ele/a é. Veja as diferenças que existem entre vocês como algo positivo e que dá um colorido especial ao casamento.

Tente! Experimente! E contemple milagres!

Fonte:
Clik Familia - Elizabete Bifano

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