A oração de muitos cristãos se assemelha a um cheque sem assinatura.


“... uma luz brilhou na cela” (Atos 12.7).

“Tiago – meu irmão!” – Como Pedro deve ter sofrido quando soube da execução de Tiago. Ele foi decapitado por ordem de Herodes. Agora o próprio Pedro estava na prisão. Acorrentado. Vigiado por 16 soldados. O choque sofrido pela igreja foi profundo. Quem seria o próximo?

Você conhece algo semelhante? Subitamente tudo escurece em sua vida. Nuvens negras o amedrontam. A pressão das circunstâncias está como um peso em sua alma. A sua fé começa a vacilar. E agora? Como consigo me arranjar com a realidade da situação? Devo me resignar? Devo contar com o pior? Ah, como me alegro toda vez que leio essas palavras: “... mas a igreja orava intensamente a Deus por ele” (Atos 12.5). Enquanto isso, Pedro dormia tranquilamente como uma criança nos braços de sua mãe. No entanto, o céu estava alarmado. Um anjo desceria para libertar Pedro da prisão. E, devido à presença do anjo, subitamente ficou claro como o dia na cela. A luz de Deus preencheu o local.

Então houve a imediata ação de libertação. Um toque no lado e o chamado: “Pedro, depressa, levante-se!”. As correntes caíram de seus braços – simples assim! Pedro vestiu o manto, pegou o cinto e as sandálias e, sonolento, seguiu caminhando após o anjo. A porta para a liberdade abriu-se por si. Somente então Pedro se deu conta de que a mão de Deus estava agindo.

Enquanto isso, a igreja estava de joelhos. Os intercessores estavam batendo incessantemente às portas de Deus. Que maravilhosa comunhão de oração é essa quando o coração do Pai Celestial é importunado!

A seguir, Pedro estava diante da porta. Ele bateu, insistiu, queria entrar na casa, esperou impaciente que alguém lhe abrisse. A serva da casa, a querida Rode, ouviu a conhecida voz de Pedro e imediatamente voltou para a sala e anunciou, alarmada, aos intercessores que estavam aos prantos: “Pedro está diante da porta!”. Os outros, porém, achavam que ela não estava bem da cabeça: “Você não é normal! – Você está fora de si!”.

Sim, nós somos exatamente assim! Oramos, mas não cremos. Clamamos, mas não esperamos que algo aconteça. Deus, já há algum tempo, ligou a luz, mas nós ainda permanecemos com os olhos fechados. Muitos cristãos ficam tão impressionados com os fatos e a realidade que sua oração se assemelha a um cheque sem assinatura. Sem qualquer valor! Sabem que Deus atende orações, mas não as deles. Sabem que Deus realiza milagres, mas não para eles. Eles fixam o olhar nas profundezas de seus sentimentos obscuros e contam com qualquer coisa, menos com a intervenção do seu Salvador Onipotente.

Imagine que, ao final de uma reunião de oração, alguém fala um sonoro “amém” e agradece a Deus nesses termos: “Senhor Jesus, agradecemos que atendeste todas as orações e certamente atenderás as que contribuírem para a tua glorificação”. Nesse ponto surge um problema: não lembramos mais daquilo pelo qual oramos. Resultado: expectativa zero!

Continuando: nós reagimos com insegurança e assustados quando somos atendidos espontaneamente. E, finalmente: nós talvez até consideremos as nossas súplicas como se fossem uma exigência absurda diante de Deus. É justamente isso o que o inimigo quer que aconteça. Ele não se opõe às suas orações, mas se opõe à sua fé sincera.

Ele não se opõe à sua longa lista de pedidos de oração, mas se opõe à sua inabalável confiança. Algo curioso! Quando, na sua infância, você pedia e sua mãe lhe servia um copo de limonada, você alguma vez ficou assustado por isso? Isso não era a coisa mais natural do mundo? Qual é então a razão para a nossa expectativa diante da amorosa providência de nosso Pai Celestial ser tão miserável?

Qual é a razão que nos faz ter tão pouca alegria nessa expectativa? Qual é o grau de grandeza que atribuímos para aquele que entregou sua vida em nosso lugar? O Senhor Jesus não deseja apenas varrer as dificuldades do nosso caminho, mas quer se manifestar em tudo como o Maravilhoso que ele é! O Senhor quer a nossa admiração porque a solução e a vitória têm a assinatura dele. Outrora a de Pedro, hoje a nossa!

Fonte:
Portal Chamada - Manfred Paul

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