Igreja para o lado


Se nossa igreja desaparecesse, que falta faria para a cidade? Que tipo de saudade sentiriam de nós? Que recordação teriam? Ao descrever o modo de vida daqueles irmãos da fé, Lucas, o autor de Atos, aponta que a igreja, em seus primeiros dias, vivia de tal forma que extravasava a presença do Senhor para todos os lados.

Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.
(Atos 2.46-47)

Lucas revela que a igreja vivia de bem com Deus, quando diz que diariamente perseveravam unânimes no templo... louvando a Deus. Buscavam a presença do Senhor de maneira ativa, intencional e intensa. Perseveravam na doutrina dos apóstolos e na oração (Atos 2.42); nutriam o coração com gratidão, expressando através de muitos louvores e adoração. Em resumo, essa era a ênfase de quando se reuniam: meditavam na Palavra, faziam todo o tipo de oração e louvavam com liberdade de expressão ao Senhor. Dessa maneira, cresciam na comunhão com Deus.

Porque estava em paz com Deus, a igreja vivia de bem entre si.

Diz o escritor que partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração. Ao redor da mesa, viviam em harmonia, nutriam respeito, tinham boas conversas, desfrutavam de amizade verdadeira e contagiavam uns aos outros com a alegria dos céus. Eram festivos e contagiantes. Faziam tudo, porém, com singeleza de coração, com o tipo de simplicidade que atrai e acolhe, sem ostentação, vaidade ou opulência. Dessa maneira, cresciam na comunhão uns com os outros.

Porque vivia tão respeitosamente entre si, a igreja vivia de bem com a comunidade.

Toda a cidade de Jerusalém percebia e respeitava a igreja, a ponto de Lucas escrever que os crentes passaram a ter a simpatia de todo o povo (ARA), eram estimados por todos (NTLH), caindo na graça de todo o povo (ARC). Essa igreja não era desagradável, grosseira, mal-humorada, descortês, indiferente, detestável, odiosa, ofensiva, enfadonha, irritante, insuportável. Ao contrário, tornou-se povo que age de maneira cordial, educada, sensível, sociável, delicada, afetuosa, amigável, encantadora, querida, atenciosa, receptiva, doce, amável, afável, gentil, risonha, tratável, aprazível, correta e prestativa. Fácil entender por que toda a cidade passou a ter grande apreço pelos crentes. Dessa maneira, cresciam na comunhão com a cidade.

Na prática, o estilo de vida da igreja impactava a sociedade: melhores maridos, melhores esposas, melhores filhos, melhores pais, melhores estudantes, melhores profissionais, melhores vizinhos, melhores cidadãos. Por conta disso tudo, o resultado natural é que acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos. Quando vive em plenitude o evangelho, a igreja transborda para o lado e atrai muitos a Cristo.

Fonte:
Instituto Jetro - Rodolfo Garcia Montosa

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