Hoje é menos um dia para a volta de Jesus!


Dificilmente encontramos Jesus se referindo a sua, segunda vinda, sem acrescentar a recomendação “vigiai”. Ele sabe que aqueles que esperam o seu retorno estão sujeitos a adormecer espiritualmente. Os atrativos e prazeres da vida, o acúmulo exagerado de bens materiais, a liberação dos instintos egoístas são todos elementos que corrompem o coração e o deixam insensível e desatento às realidades espirituais. Disso vem a necessidade da vigilância. Como deve ser a vigilância do discípulo? Essa pergunta é respondida ou ilustrada na parábola do porteiro:

“Estai de sobreaviso, vigiai {e orai}; porque não sabeis quando será o tempo. É como um homem que, ausentando-se do país, deixa a sua casa, dá autoridade aos seus servos, a cada um a sua obrigação, e ao porteiro ordena que vigie. Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã; para que, vindo ele inesperadamente, não vos ache dormindo. O que, porém, vos digo, digo a todos: vigiai! (Mc 13:33-37).

Na saída do pátio do templo, um dos doze discípulos elogiou a beleza daquele edifício. De fato, era quase impossível não se espantar com a beleza do templo. Ainda que Herodes não tenha feito nenhuma modificação nas suas dimensões, ele fez mudanças significativas e deslumbrantes em sua ornamentação. A luz refletida pelos adornos de ouro deixava qualquer pessoa arrebatada. Jesus, porém, não se deixou levar pelo esplendor daquele santuário. Logo após as palavras elogiosas do discípulo, ele fez uma afirmação impressionante: “Vês estes grandes edifícios? Não ficará pedra sobre pedra que não seja derribada” (Mc 13:2). O templo era o centro do culto a Deus, para todo judeu. Parecia irracional que uma destruição completa poderia sobrevir a um lugar historicamente tão sagrado e, aparentemente, tão estável.

Logo depois, no Monte das Oliveiras, Pedro, Tiago, André e João, admirados com aquele comentário surpreendente, disseram-lhe: “Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá quando todas elas estiverem para se cumprir” (Mc 13:4). Teve início, então, o apocalipse de Jesus. Vale lembrar que apocalipse é uma palavra técnica aplicada a escritos que revelam os propósitos e atuações de Deus num futuro próximo e distante. Nesse seu sermão, Jesus revela aos doze alguns eventos que ocorreriam num futuro próximo e num futuro distante: destruição do templo, aparição de falsos messias, guerras mundiais, terremotos, fome, perseguição política, religiosa e familiar dos piedosos, pregação universal do evangelho, falsos rumores sobre a sua volta, terríveis acontecimentos nas esferas celestiais, a sua segunda vinda.

"Olhai, vigiai e orai, porque não sabeis quando chegará o tempo". (Mc 13:33)

Após a predição, veio a exortação. Nesta parte, Jesus utiliza duas parábolas: respectivamente, “a parábola da figueira” (Mc 13:28-31) e “a parábola do porteiro” (Mc 13:32-37). Na primeira, ele fala da necessidade de se observar e de se interpretar corretamente os acontecimentos preditos. Quando a figueira mostrava sinal de renovação, todos sabiam que o inverno havia terminado e que uma nova estação estava a caminho (Mc 13:28). Assim, quando os discípulos vissem ocorrerem aqueles eventos preditos por Jesus, deveriam entender que estaria próximo o glorioso retorno do Senhor. Na segunda parábola, Jesus insta a que seus discípulos permaneçam vigilantes, uma vez que não saberão a data, nem a hora da sua volta. Com essa parábola, Jesus responde à indagação dos discípulos (Mc 13:4), mostrando-lhes que mais importante do que saberem “quando” e “como” será o fim era estarem dentro do propósito de Deus e permanecerem atentos sobre como o cristão deve se comportar, enquanto o aguarda. A alusão aos acontecimentos futuros foi usada como meio para falar de fé e obediência aos discípulos e da necessidade de estarem sempre atentos, preparados e confiantes nas promessas divinas.

Os ensinamentos contidos na parábola visam construir uma igreja de pessoas firmes, constantes, perseverantes, trabalhadoras e alertas, não anestesiadas pela influência do mundo presente; eles são aplicáveis a todos os crentes, em todas as épocas, conforme dito pelo próprio Cristo: “O que, porém, vos digo, digo a todos; vigiai!” (Mc 13:37).

Antes de Jesus contar a parábola do porteiro, ordenou aos discípulos o seguinte: “Estai de sobreaviso, vigiai (e orai); porque não sabeis quando será o tempo” (Mc 13:33). É a quarta vez, nesse capítulo, que Cristo os orienta a ficarem atentos (Mc 13:5,9,23,33). Isso é reforçado no versículo 33, pela ordem vigiai. No início da parábola, Jesus mostra ao crente a necessidade de estar de sobreaviso, prestar atenção e ter cuidado; depois, mostra que o vigilante é diligente e cauteloso. O mandamento vigiar, em Marcos 13:35,37, tem o significado de estar alerta. Esse mandamento é lembrado em outras partes do Novo Testamento: há recompensa para quem vigia (Lc 12:37); perseverar na oração e vigiar com ações de graças (Cl 4:2); vigiar e ser sóbrio (1 Ts 5:6); vigiar e guardar as vestes; o que vigia é bem-aventurado (Ap 16:15). Não saber quando será o tempo é a razão principal apresentada pelo Mestre para se ficar alerta.

O versículo 32 de Marcos 13 diz que nem Jesus, em sua humanidade, sabia: “Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai”. Que tempo é esse? É verdade que os discípulos desconheciam o tempo cronológico (kronos), que pode ser medido e calculado. Porém, a palavra traduzida como tempo, aqui, é Kairós (tempo de Deus), cujo sentido é a ocasião apropriada que Deus, em sua soberania e providência, vai determinar. Os discípulos deveriam usar essa incerteza para encorajamento e incentivo a uma vida cristã saudável e equilibrada, pautada pela palavra de Deus. Nenhum servo sabe quando o mestre retornará; portanto, é necessário atenção constante. Além do tempo, Jesus apresenta outro motivo para que seus servos estejam atentos: a tarefa (Mc 13:34-35). Deus designa a cada crente uma tarefa específica a ser cumprida.

Jesus inicia a parábola assim: “É como um homem que, ausentando-se do país, deixa a sua casa, dá autoridade aos seus servos, a cada um a sua obrigação, e ao porteiro ordena que vigie” (Mc 13:34). Um homem, também chamado de dono da casa, refere-se claramente a Jesus Cristo, que, no momento de sua ascensão, separou-se dos seus; antes, porém, deu-lhes autoridade para que testemunhassem dele (Lc 24:46-47; At 1:8); confiou aos discípulos a tarefa de anunciar o evangelho do reino, para que o mundo fosse construído de acordo com valores eternos (Mt 28:18-20).

Os servos podem ser os doze apóstolos e, de maneira mais ampla, todos os discípulos com quem Jesus falava em particular e, depois, todos que foram salvos pela graça de Cristo. O Porteiro é referido também em Mc 13:34; Jo 10:3, 18:16. Trata-se daquele que guarda uma porta ou uma portaria, controla a entrada e a saída, cuida da segurança de um determinado patrimônio. O Antigo Testamento fala de porteiros da cidade (II Reis 7:9-11) que recebiam e repassavam notícias de perigos e boas novas para dentro da cidade. Porteiros à porta do rei cuidavam da segurança do palácio (I Cr 9:17-18,23). Porteiros dos arraiais dos filhos de Levi (I Cr 9:18,19) eram guardas postados junto às portas do tabernáculo e do templo; havia porteiros em todos os pontos cardeais (I Cro 9:24), encarregados de vigiar os utensílios do ministério, móveis e objetos do santuário (I Cr 9:27-29); Samuel ocupou essa função (I Sm 3:15). Jesus prossegue, dizendo: Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã; para que vindo ele inesperadamente, não vos ache dormindo. (Mc 13:35 36).

Aí estão relacionadas as quatro vigílias da noite, de acordo com o sistema romano.

* prima vigilia = do por do sol até as 9 horas.
* secunda vigilia = das 9 horas à meia-noite
* tertia vigilia = de zero hora às 3 horas.
* quarta vigilia = das 3 horas até a aurora.


A vigília da tarde era das seis às nove horas da noite; a da meia-noite, das nove às doze horas; a do o cantar do galo, da meia-noite às três horas da manhã, e a da manhã (ou alvorada), das três horas da manhã às seis. Quando olhamos para a confusão que reina no mundo, parece-nos que o dia não pode estar muito longe, em que aquele que prometeu voltar, virá e não tardará. Podemos dizer que estamos prontos para saudá-lo e dizer: Eis aqui o Senhor a quem aguardávamos? O evangelho convida os discípulos a enfrentarem a história com esperança, animados pela certeza de que o Senhor vem.

O crente deve vigiar e orar, enquanto aguarda a volta do Senhor

A volta de Jesus e suas implicações, principalmente os acontecimentos que antecederão o advento requerem uma vigilância toda especial. Não podemos errar na interpretação dos sinais dos tempos e nem nos descuidar da preparação para o grande dia. O não sabermos o dia e a hora faz crescer a nossa responsabilidade, motiva-nos a permanecermos em alerta, sermos cuidadosos, diligentes e cautelosos. A oração é companheira inseparável da vigilância (Cl 4:2). Conforme Jesus ensinou, a vigilância e a oração vão nos ajudar a alcançar forças espirituais para vencermos as tentações (Mt 26:15). A vigilância requer, também, uma comunhão íntima e diária com a palavra de Deus, que também nos ajudará a vencer (I Jo 2:14).

O crente deve trabalhar, enquanto aguarda a manifestação do Senhor, nas nuvens dos céus

A vigilância ordenada e desejada por Jesus não é somente zelosa e piedosa, mas, também, operosa e produtiva. A cada um de nós, o Senhor deu uma obrigação (Mc 13:34). A tarefa do discípulo de Cristo é testemunhar, sem desanimar, e continuar, assim, a ação de Jesus (Mt 28:18-20). Paulo disse que a esperança no Deus vivo é que nos faz trabalhar (I Tm 4:10). Cristo e os apóstolos incentivaram os discípulos a enfrentarem a história com esperança, animados pela certeza de que o Senhor virá. Esse tempo de espera deve ser de vigilância e compromisso com a construção do reino, pois o trabalho para o Senhor não é vão (I Co 15:58). A autoridade dada à igreja, no momento da ascensão, para testemunhar dele (Lc 24:46-47; At 1:8), estende-se a nós, também. Recebemos a tarefa de anunciar o evangelho do reino, a fim de construirmos um mundo de acordo com os valores eternos (Mt 28:18-20).

O crente deve permanecer na luz de Cristo, enquanto aguarda o soar da última trombeta

A longa espera da segunda vinda do Senhor pode levar o discípulo a esmorecer e a desanimar. Quanto maior a incerteza da data e da hora, tanto maior a tentação de debandar para o pecado. Como filhos da luz, porém, não podemos deixar que idéias errôneas venham anestesiar nossa mente e ofuscar o brilho da luz do conhecimento que nos foi revelado. Temos de valorizar a santificação (Ap 16:15; I Ts 5:23), a sobriedade (I Ts 5:6). O crente não pode desistir nunca, mesmo em meio às perseguições e às tribulações. Precisamos andar como filhos da luz (Ef 5:8), deixando as obras das trevas e revestindo-nos das armas da luz (Rm 13:12). Se andarmos na luz, o sangue de Cristo nos purifica de todo o pecado (I João 1:7).

Conclusão

Os sinais proféticos indicam que Jesus está para vir. Nunca se viram e ouviram tantos sinais de que o fim se aproxima como em nossos dias. Resta-nos aguardar, com muita expectação, o retorno do Salvador, que transformará os nossos corpos mortais em corpos gloriosos, imortais e incorruptíveis, para vivermos para sempre com ele. Aguardemos, orando, vigiando, estudando e vivendo a palavra, pregando com ousadia o evangelho da salvação.


Fonte:
Enéias dos Santos

3 comentários:

  1. Já passou mais um dia...ele logo virá e tudo estará consumado. O plano de Deus estará cumprido...Te vejo lá no céu!!!

    Um abraço Pc!

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  2. Nós veremos lá com toda certeza

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  3. Nós veremos lá até breve abraco

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