Os Atributos de Deus.

Conhecer a Deus de maneira correta não é opção é mandamento!

Quem é você?

Naturalmente, fazemos esta pergunta quando desejamos conhecer alguém. O nome, a naturalidade, a nacionalidade, a paternidade e a maternidade, a formação, o que fez, o que faz, o que pretende, etc. Josué, por exemplo, perguntou aos heveus: Quem sois vós? Donde vindes? (Js 9:8; conf I Sm 30:13); os marinheiros perguntaram a Jonas: Que ocupação é a tua? Donde vens? Qual a tua terra? E de que povo és tu? (Jn 1:8). Esses dados pessoais externos são importantes para conhecermos uma pessoa. Mas, na verdade, só conhecemos satisfatoriamente alguém quando passamos a conviver com a pessoa. É quando descobrimos suas qualidades e defeitos, seu modo de agir e de reagir, seu temperamento, seus valores, seus princípios. Essas manifestações pessoais internas revelam o caráter, a essência da pessoa com muito mais confiabilidade do que os dados externos.

Conhecer a Deus de maneira correta não é opção é mandamento!

Quem é Deus?

Essa indagação certamente é uma das mais pronunciadas pelas pessoas em todos os tempos. Ela revela o desconhecimento humano sobre seu Criador. O poderoso Faraó dos tempos de Moisés, perguntou: Quem é o SENHOR para que lhe ouça eu a voz e deixe ir a Israel? E confessou: Não conheço o SENHOR (Ex 5:2). Alguns lideres judeus perguntaram a Cristo: Quem és tu? Quem, pois, te fazes ser? (Jo 8:25,53). E admitiram: ...este [Cristo] nem sabemos donde é (Jo 9:29). A multidão de judeus também não conhecia a Deus: Quem é esse Filho do Homem? (Jo 12:34). O ex-cego, que fora curado por Deus, também não o conhecia: Quem é, Senhor, para que eu nele creia? (Jo 9:36). No passado, Paulo fora ignorante em relação ao verdadeiro Deus, até que fez a pergunta fatal: Quem és tu, Senhor? (At 9:5).

Talvez em razão desse grande desconhecimento, o próprio Cristo quis saber do povo e dos discípulos: Quem dizem os homens que sou eu? Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou? (Mc 8:27; Mt 16:15). O questionamento de Cristo faz sentido porque muita gente achava que Deus era João Batista; outros: Elias; mas outros: Algum dos profetas; outros, ainda achavam, que Deus era jardineiro: Ela supondo ser ele o jardineiro, respondeu: Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei (Jo 20:15). Em nosso tempo, a ignorância a respeito de Deus se tornou mais absurda ainda: há quem adore animais; quem adore imagens feitas de lata, de bronze, de prata, de ouro, de barro, de palha; há quem creia no poder de cristais, de gnomos, de números; há quem se apegue a galho de arruda, a copo com água, a sal grosso.

Qual a razão de brutal ignorância?

Temos a seguinte resposta: ... por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes (Rm 1:28). Em todo o mundo, há pessoas que, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato (Rm 1:21).

Servir a Deus sem o conhecer é possível?

É possível se adorar a Deus sem o conhecer? Infelizmente é! O próprio Senhor Jesus testemunhou a atitude de pessoas que adoravam e serviam a Deus sem o conhecer: Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens (Mc 7:6-7; cf At 17:23; cf I Sm 1:19-28, 3:7; I Jo 4:8).

No Antigo Testamento, os sacerdotes não sabiam mais onde estava o Senhor, os pastores prevaricaram contra o Senhor, os profetas profetizaram por Baal e andaram atrás de coisas de nenhum proveito, e os que ensinavam a lei, reclama Deus, não me conheceram (Jr 2:8). No Novo Testamento, Jesus revela que acertará contas com pastores, missionários e obreiros que profetizam, expulsam demônios e fazem milagres em nome de Deus, mas nunca o conheceram. Então, lhes dirá: ...nunca vos conheci (Mt 7:21-23). Que tragédia: são homens que ensinam a Bíblia, que manifestam a glória e o poder de Deus, mas que não conhecem a Deus!

Há muita gente crendo em Jesus, mas não como diz a Escritura (Jo 7:38). À samaritana, que se julgava filha de Jacó (Jo 4:12), Jesus disse: Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva (Jo 4:10). Ela conhecia a tradição de Jacó. Mas não conhecia o Deus de Jacó. Pessoas que não conhecem a Deus como diz a Escritura, desconhecem o caminho da paz, e não há justiça nos seus passos; fazem para si veredas tortuosas; e quem anda por elas não conhece a paz (Is 59:8).

Conhecer a Deus: dádiva e responsabilidade.

Conhecer a Deus de maneira correta não é opção; é mandamento: Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor (Os 6:3); Sabei que o Senhor é Deus; foi ele quem nos fez, e dele somos; somos o seu povo e rebanho do seu pastoreio (Sl 100:3). Se você ainda não sabe quem é o Deus da Bíblia, saiba que: Ele é quem perdoa todas as tuas iniqüidades; quem sara todas as tuas enfermidades; quem da cova redime a tua vida e te coroa de graça e misericórdia; quem farta de bens a tua velhice, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia. (Sl 103:3-5)

Saiba, porém, que não se conhece a Deus por vontade humana. O verdadeiro conhecimento da Divindade é gerado por Deus; é fruto do amor e da misericórdia divina: Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém sabe quem é o Filho, senão o Pai; e também ninguém sabe quem é o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar (Lc 10:22). É para cumprir esta missão que o Filho enviou o Espírito Santo, da parte do Pai (Jo 16:7-15). Quem nunca recebeu esta graça, sempre irá perguntar: “Quem é Deus?” Mas quem já foi agraciado, pergunta e responde: Pois quem é Deus, senão o Senhor? E quem é rochedo, senão o nosso Deus? Quem é o Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso nas batalhas. Quem é esse Rei da Glória? O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei da Glória. (II Sm 22:32; Sl 24:8-10)

A Bíblia Sagrada declara que Deus coloca em nosso coração um desejo grande de conhecer as coisas e, principalmente, conhecer a Ele e as coisas que Ele faz, ainda que de forma incompleta: Deus marcou o tempo certo para cada coisa. Ele nos deu o desejo de entender as coisas que já aconteceram e as que ainda vão acontecer, porém não nos deixa compreender completamente o que ele faz (Ec 3:11). Isso significa que temos a responsabilidade de crescer no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (II Pe 3:18). Mas, para que devemos conhecer a Deus? Para nascermos de novo e sermos salvos, e para que, na fartura, não o neguemos e venhamos a dizer: Quem é o Senhor? Ou na escassez, não venhamos a furtar e profanar o nome de Deus (I Jo 2:29, 4:7; PV 30:9).

Como podemos conhecer a pessoa e a natureza de Deus?

É desejo do nosso coração conhecer melhor a Deus? Nossa alma suprira por Deus? (Sl 42:1). Nossa alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor? Nosso coração e nossa carne exultam pelo Deus Vivo? (Sl 84:2). Se temos esses sentimentos e vontades dentro de nós podemos conhecer o mistério guardado em silêncio nos tempos eternos, e que, agora, se tornou manifesto e foi dado a conhecer por meio das Escrituras proféticas, segundo o mandamento do Deus eterno, para a obediência por fé, entre todas as nações, ao Deus único e sábio seja dada glória, por meio de Jesus Cristo, pelos séculos dos séculos. Amém! (Rm 16:25-27).

Os Atributos de Deus – Reflexões sobre o caráter divino.

O conhecimento dos atributos naturais e morais do Senhor; nos faz compreender que o Deus Trino (Pai, Filho e Espírito Santo) é independente – Ele não precisa de nós, nem do restante de Sua criação para existir -, é imutável – não muda no Seu ser, nas Suas perfeições e nas Suas promessas, mas age e sente emoções conforme as situações humanas -, é eterno – não tem começo nem fim, e, em Seu ser, não experimenta sucessão de momentos -, é onipresente – não tem tamanho nem dimensões espaciais, pois está presente em todos os lugares, com todo o Seu ser -, é espiritual – existe como ser que não é feito de matéria, que não tem partes, nem dimensões, que não pode ser percebido por nossos sentidos naturais -, é onipotente – é o causador supremo de todas as coisas e, pelo simples exercício de Sua vontade, realiza tudo o quanto deseja –, é onisciente - conhece plenamente a Si mesmo e todas as coisas reais e possíveis -, é sábio – sempre escolhe as melhores metas e os melhores meios para alcançar Seus objetivos -, é fiel – é o Deus verdadeiro e todo o Seu conhecimento e Suas palavras são verdade -, é bondoso – é o padrão do que é bom e tudo o que Ele faz é aprovado -, é justo – sempre age segundo o que é justo e Ele próprio é padrão de justiça -, é santo – absolutamente separado do pecado e dedica-se a buscar a Sua própria honra. [GRUDEM, W. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 2000, PP. 109-164]

Devemos lembrar que: assim como só conhecemos as pessoas quando convivemos com elas, de nada adianta sabermos o que a Bíblia ensina sobre a pessoa e o caráter de Deus, se não nos relacionarmos com Ele, crendo que o que as Escrituras Sagradas declaram sobre Sua pessoa é verdade e que, por isto, Sua natureza e moralidade devem ser o padrão de vida a ser vivido pelos Seus filhos. Conhecer, portanto, é mais do que saber, é experimentar, é viver, é andar com Deus.

Contudo, o que foi descrito aqui não corresponde à realidade total do que Deus realmente é, porque a revelação bíblica é condicionada às limitações humanas, à linguagem e cultura dos homens, ou seja, o que de melhor podemos saber sobre Deus ainda ficará muito aquém do que realmente Ele é: Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! (Rm 11:33). Nesta vida, nunca seremos como Deus é e nem saberemos das coisas como Ele sabe, porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado (...) Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido. (I Co 13:9-10,12)

Todavia, o que é necessário e suficiente para conhecermos de Deus, sermos salvos e recebermos Dele a vida eterna, o Espírito Santo revelou nas Escrituras Sagradas, porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus (I Co 2:10).

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