Votos Para Deus!

Pois maldito seja o enganador, que, tendo um animal sadio no seu rebanho, promete e oferece ao Senhor um defeituoso; porque eu sou grande Rei, diz o SENHOR dos Exércitos, o meu nome é terrível entre as nações. (Ml 1:14)

Votos. Você deve estar cansado de tanto ouvir essa palavra. Em ano de eleições é assim mesmo. Não se fala de outra coisa. Mas fique calmo: Não é de voto político que vamos tratar, o voto que menciono aqui é o que trata Malaquias no capítulo 1, versículo 14, de seu livro. Tem tudo a ver com votos, mas não tem nada a ver com eleições. Vamos tratar de votos não como atos políticos, mas como atos puramente espirituais. Feitos diante de Deus, e não de César. Você vai notar que a Bíblia tem muitas instruções sobre esse assunto tão importante para a vida de quem anda com Deus.

Em meio às aflições, doenças e guerras homens e mulheres de Israel faziam votos a Deus (Gn 28:20; Nm 21:2; Jz 11:30; I Sm 1:11). “Era uma maneira de mostrar a seriedade com que encaravam sua necessidade de Deus” [Hubbard (1991: 83)]. Mas o que é um voto? Um voto é simplesmente uma promessa a Deus. Ele era “ou de realizar alguma coisa ou de abster-se de alguma coisa, uma ação em retribuição ao favor de Deus ou como expressão de zelo ou devoção para com Deus” [Douglas (1962:1669)]. Trata-se, portanto, de um ato de culto, que deve ser feito voluntariamente e cumprido rigorosamente, como veremos na seqüência.

1. Pois maldito seja o enganador: Os votos feitos a Deus eram atos voluntários e espontâneos de adoração. “Ninguém era obrigado a votar, mas, se o fizesse, teria de manter a palavra” [Reed (2009:464)]. Para evitar abusos na hora de cumpri-los, algumas regras muito claras foram criadas por Deus. A primeira regra estabelece que o voto seja cumprido rapidamente: Se um de vocês fizer um voto ao Senhor o seu Deus, não demore a cumpri-lo (Dt 23:21a). A segunda regra determina que o voto seja cumprido honestamente: Faça tudo para cumprir o que os seus lábios prometeram (Dt 23:23a). O israelita do período de Malaquias estava descumprindo especialmente a segunda regra. Ele cumpria o seu voto, mas não o cumpria de maneira honesta. As palavras utilizadas por Deus para se dirigir àquele que votava de um jeito e cumpria de outro são sim severas, mas não são impróprias. Mas o que elas indicam? A palavra maldito aponta “um profundo desgosto divino, bem como acena com a possibilidade de um julgamento” [Coelho Filho (1994:35)]. A palavra enganador, por sua vez, mostra “o desagrado divino com pessoas que não são fiéis nos compromissos que assumem com ele” [Coelho Filho (1994:36)]. O preço pago por não cumprir um voto feito a Deus é muito alto.

2. Tendo um animal sadio no seu rebanho: Numa ocasião de muita aflição, um voto fora feito em oração. Talvez tenha dito mais ou menos assim: “Senhor, se me livrares dessa aflição, lhe darei um animal perfeito do meu rebanho como oferta de gratidão”. O Senhor, algum tempo depois, atendeu o clamor do seu servo e o livrou de todas as suas aflições. Este servo, agora, tinha um voto a cumprir para com o seu Deus. Um dos vários animais do seu rebanho de ovelhas deveria ser oferecido à casa do Senhor. Mas qual deles ofertar? Esta era a dúvida do momento. Dois animais do aprisco atraíram a sua atenção de imediato. O primeiro não se locomovia nem se alimentava mais sozinho. Era cego das duas vistas. Ficou assim por causa do feroz ataque de um lobo. O segundo não tinha as pernas da frente. Um carro de boi havia passado por cima delas. Ele optou por doar o animal cego. O voto foi, então, cumprido, mas não como prometido. Prometeu o animal saudável e ofereceu ao Senhor um defeituoso. Deu-lhe aquele animal que sabia que iria perder logo e no qual não iria mais valer a pena investir! Ficou com os melhores animais para serem consumidos ou negociados.

3. Porque eu sou grande Rei: O modo como se cumpria os votos mostra, dentre outras coisas, o quanto a visão que o povo tinha de Deus era míope. Para tratar essa visão estreita, Deus mostrou a visão que tinha de si mesmo: eu sou o grande Rei. Não há exagero nesta afirmação divina. Ele é mesmo grande Rei! Deus é grande Rei porque reina não apenas em Israel, mas em toda a terra (Sl 47:7). Deus é grande Rei porque, no céu, está o santo trono, de onde faz tudo o que lhe agrada (Sl 115:3). Deus é grande Rei porque não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes? (Dn 4:35). Deus é grande Rei porque dele é a terra e tudo que nela se contém, o mundo e os que nele vivem (Sl 24:1). Deus é grande Rei porque dele, e por meio dele e para ele são todas as coisas (Rm 11:36). Enfim, Deus é grande Rei porque a sua soberania é universal, é absoluta, é imutável. Quem, pois, controla a sequência dos eventos e de todos os seus resultados não “é a necessidade, nem o acaso, nem a insensatez do homem, nem a malícia de Satanás” [Hodge (2001:332)]: É Deus, o grande Rei!

4. O meu nome é terrível entre as nações: Três expressões nos chamam a atenção em Malaquias: “meu nome”, “teu nome” e “seu nome”. Das três, a que se repete com frequência, é “meu nome”. Aparece oito vezes (1:6, 11, 14, 2:2, 5, 4:2). As outras duas, “teu nome” e “seu nome, ocorrem apenas uma vez cada (1:6 e 3:16). Deus afirma que o seu nome é terrível. A palavra “terrível” é uma tradução da palavra hebraica yare’. Ela é usada tanto para descrever a emoção do medo (Dt 5:5, I Sm 7:7), quanto para retratar reverência e respeito (Lv 19:3; Sl 112:1) [Harris (1998:654-655)]. Os povos tremiam de medo, quando ouviam falar do nome Deus. Tremiam com razão. Afinal, o nome de Deus não era (e não é) um nome qualquer. Por várias vezes, afirma-se, na Bíblia, que o seu nome é um “santo nome” (Lv 20:3, 22:32; I Cr 16:10, 35, 29:16; Sl 32:21, 103:1, 105:3, 145:21; Is 57:15; Ez 20:39, 36:20-22, 39:7, 25; 43:8; Am 2:7). E Deus zela tanto por esse seu santo nome, que faz um forte alerta: Não use o meu nome sem o respeito que ele merece; pois eu sou o Senhor, o Deus de vocês, e castigo aqueles que desrespeitam o meu nome (Êx 20:7). Deus, o grande Rei, não poupa de juízo quem não leva o seu nome a sério. Ao cumprir os seus votos, doando para Deus o animal que não podia ser doado, isto é, o cego, ou aleijado, ou mutilado, ou ulceroso, ou sarnoso, ou cheio de impigens (Lv 22:22), o povo deixou claro que não temia esse santo nome de Deus. Quem o teme, jamais se porta de um modo tão imoral, diante de um ser infinito em todas as suas perfeições, de quem depende absolutamente e diante de quem é responsável por seu caráter e conduta.

PRATICANDO A PALAVRA DE DEUS

Cumpra os seus votos feitos a Deus prontamente - Devem-se fazer votos a Deus. Eles podem ser feitos em qualquer época: “depois de um fracasso, em meio a um sofrimento, antes do início de uma nova etapa da vida” [Fonte: http://www.ultimato.com.br. Acessado em 01/02/2010.]. Você pode fazê-los tanto por sua própria vida quanto pela vida de outros. Você pode, por exemplo, fazer um voto a Deus para não arder mais em ciúmes. Já pensou nisso? Ou, então, pode fazer um voto a Deus em favor do seu filho, para que ele não use mais pedra de crack. Mudanças maravilhosas costumam surgir a partir de um voto feito a Deus! Agora, atenção! Assim que alcançar a bênção, cumpra logo o voto: ... não tardes em cumpri-lo (Ec 5:4a). Deus não tem prazer em atrasos: Seja pontual!

Cumpra os seus votos feitos a Deus integralmente - Quem opta por fazer um voto diante de Deus, deve saber que terá o dever de cumpri-lo depois: ... o que votares, paga-o (Ec. 5:4b). Deve-se, então, analisar bem o que vai dizer na hora de fazê-lo. Não diga nada que você não vai “querer” ou “poder” cumprir depois: Pense bem antes de prometer alguma coisa a Deus, pois você poderá se arrepender depois (Pv 20:25 – NTLH). Não deixe que a sua língua o faça pecar nessa hora (Ec 5:6a). O Deus que sempre faz o que diz não se agrada de quem não faz o que diz. Ele “não dá pouca consideração aos votos quebrados. Um voto quebrado pode trazer o julgamento de Deus sobre nossos esforços” [Eaton; Carr (1989:106)].

Cumpra os seus votos feitos a Deus alegremente - O ato de fazer um voto diante de Deus é um ato muito sério. Mas isso não quer dizer que não deve haver alegria em nosso coração na hora de cumpri-lo. O salmista fazia questão de cumprir os seus votos nas reuniões do povo de Deus (Sl 22:5, 116:14), quando o Senhor era alegremente celebrado e salmodiado. É assim que deve ser! Quem cumpre o seu voto no tempo certo (prontamente) e do modo certo (integralmente), deve se alegrar muito no Senhor, que ouviu o seu clamor e o livrou de forte inimigo (Sl 18:7), de grande transgressão (19:13), de todas as suas tribulações (Sl 34:6), no dia do mal (Sl 41:1).

CONCLUSÃO

Que tal fazer alguns votos a Deus? Mas não faça votos somente voltados para as coisas materiais. Não faça votos apenas para que a figueira floresça, para que haja fruto na vida, para que os campos produzam mantimento, para que as ovelhas sejam devolvidas ao aprisco, para que haja gado nos currais. Faça votos também voltados para as coisas espirituais. Faça votos de dedicar mais a sua vida ao Senhor, de ler mais a sua palavra e meditar nela dia e noite, de alimentar o espírito em vez de alimentar a carne. Não faça votos apenas em seu favor. Faça votos a Deus em favor dos outros também. E cumpra os de acordo com o que ensina a palavra de Deus!

LEIA + SOBRE O LIVRO DE MALAQUIAS AQUI

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DEC - PC@maral

5 comentários:

  1. LOUVADO SEJA DEUS POIS ESTES DIAS DEUS ME USOU COM ESTA PALAVRA TREMENDA E SANTA.NOSSA AI DEUS PEDIU PRA MIM BUSCAR MAIS NA NET E ACHEI ESTE ESTUDO ESTOU EM LÁGRIMAS.GLÓRIA A JESUS PELA VIDA DE QUEM COLOCOU .QUE CRESCA ESTA OBRA PRA GLORIA DE DEUS.

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  2. Benedito

    Amém! Glórias a Deus por esta palavra ter servido para sua edificação.

    Que Deus continue lhe abençoando sempre!

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  3. que Deus possa ser honradoé venha usar sempre pessoas assim para estarmos entendendo bem o que Deus sempre quer dizer.....a ti senhor Jesus toda honra e gloria......

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  4. obrigada!!! este texto foi muito gratificante e esclarecedor.

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