A Verdade! Quem quer realmente conhecer?

Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade. (João 17:17)

Por Edmilson Mendes em Cálice de Vida


Verdade se tornou uma palavra pesada, politicamente incorreta, chata. Para a sociedade atual, desejável certamente não é. Em muitas situações, ainda que comprovadamente seja uma verdade absolutamente verdadeira, ela só incomoda, causa desconforto, é desprezada, por vezes ridicularizada e, em suma, não é nenhum pouco bem vinda.

Todas as tendências do pós-modernismo fragilizaram a verdade com extrema eficiência. A ideia foi simples. E astuta. Nada de ir contra ou se opor a verdade, bastaria se criar inúmeras alternativas de verdades aparentemente tão verdadeiras e boas quanto a única. Ou seja, sem absolutos, sem verdade absoluta. Agora cada um tem sua verdade, com sua cor, seu número, com encaixe sob medida, enfim, uma verdade com o figurino de cada um.

Neste ambiente que se criou, no qual se aprovou e a grande maioria aderiu, o tema ficou indigesto. Os rótulos para aqueles que procuram defender, expor e proclamar a verdade são conhecidos: arrogantes, fundamentalistas, donos da verdade, juízes, orgulhosos, intolerantes. Rótulos que facilmente grudam e, por incrível que possa parecer, têm pinta de verdade aos olhos do grande público, pois trata-se de protestos e argumentos que exalam liberdade. Portanto na moda e na agenda de todo grupo que luta por seus direitos. Basta observar pelo que marcham as vadias, os pró legalização da maconha, a ala que quer porque quer o sexo livre sem limites ou preconceitos, etc.

Neste contexto, para acomodar preferências, se criou algo nojento, as bíblias fatiadas. Explico. É mais ou menos como comprar frios na padaria. Não quero a peça inteira, só quero 300 gramas de cada frio da minha preferência. O alimento sólido foi transformado num lanchinho. E lanchinho, sem todos os nutrientes espirituais para uma completa e saudável vida cristã, passa bem longe do aviso de Jesus, é no discurso sobre sua missão que Ele enfatiza este alerta: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” João 8.32

Que verdade? Seis capítulos depois, no mesmo evangelho, Jesus declara que Ele é o caminho, a verdade e a vida. No primeiro capítulo, também em João, é afirmado que o verbo se fez carne. A palavra é Jesus. Jesus é a palavra. Logo, se Ele é a verdade, a verdade da qual Ele fala está na palavra, ou seja, Ele mesmo na sua totalidade. Procure, em todos os livros da Bíblia você encontrará Jesus, a verdade que liberta.

O que pedaços ou fatias da verdade produzem? Talvez o que temos visto aos montes nas igrejas, pessoas atoladas nos mais variados dramas. Confessando a Cristo, porém dramaticamente acorrentadas aos mais variados pecados, vícios, decadências, misérias. Dar atenção apenas as verdades convenientes geram vidas inconvenientes. E iludidas. E tristes. E presas.

Ora, a liberdade proposta por Cristo é fruto do conhecer a verdade. Conhecer é relacionar-se. É interação. A medida que me relaciono com a verdade para a qual Cristo me convida vou experimentando a liberdade na perspectiva bíblica, que nem é necessário argumentar, é o oposto da liberdade na perspectiva secular.

Por conta de tudo isso cresce o número dos que optam pela auto-piedade e o complexo de vitimização. C. S. Lewis acerta bem no alvo ao comparar a busca de conforto por parte dos que se sentem injustiçados, e a busca da verdade por parte dos que compreenderam que precisam e dependem dela independentemente da dor que tal busca possa representar:
“Se você buscar a verdade poderá encontrar conforto no fim. Se buscar conforto não o alcançará, e tampouco a verdade, mas apenas bajulação e ilusões no começo e desespero no fim.”
Paz!

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