Proselitismo integral
Por Ruy Cavalcante em Intervalo Cristão
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o tornais duas vezes mais filho do inferno do que vós”. (Mt 23:15)
Segundo o dicionário Vine, prosélito (do grego προσήλυτος/proselytos) significa “estranho”. Há várias definições para esse termo, porém todas elas indicam, resumidamente, alguém que, apesar de ser estranho, desconhecido, sem identificação, se torna adepto de outra visão (ideologia, religião), abandonando as suas convicções. Esse termo indica muitas vezes os peregrinos que aderiam à religião judaica nos tempos bíblicos, por força das circunstancias.
Na perspectiva indicada por Cristo no texto acima, eu faço um prosélito quando convenço alguém a ser meu discípulo, através dos mais variados argumentos, contrariamente ao que a bíblia determina: fazer discípulos de Cristo, atraídos pela Graça de Deus, onde esta, por sua vez, é ministrada a eles pelo Evangelho de Jesus.
Há poucos dias atrás debatíamos eu e meus colegas, do curso de Ciências Sociais, sobre sociedade e religião. Como é comum nesse tipo de ambiente acadêmico, especialmente em cursos de ciências humanas, a maioria dos argumentos são contrários a influencia da igreja nas questões sociais (a maioria não entende a diferença entre Igreja santa, imaculada, e igreja instituição, conjunto de crentes que professam ser cristãos).
Infelizmente tudo o que o professor e alguns alunos falavam sobre a igreja, de forma negativa, era verdade. É fato que boa parte dos nossos representantes, especialmente os que enveredam pelos campos da política partidária, são corruptos ou corruptíveis. É fato que a igreja evangélica não tem conseguido dar um bom testemunho para os de fora, pelos motivos já expostos aqui no blog. Mas me chamou a atenção os argumentos de uma colega, que embora não fosse cristã evangélica, defendia a igreja.
Ela dizia que apesar do que se diz, a igreja tem sim atuado de forma muito positiva, pois ela mesma é testemunha de diversos eventos sociais promovidos por igrejas, nos mais variados bairros de Rio Branco aqui no estado do Acre, coisa que também deve acontecer noutras cidades Brasil afora.
Bom, apesar de eu mesmo ser cristão evangélico, pessoalmente concordo com ela apenas em partes. Poucas partes.
Realmente muitas igrejas têm atuado em questões sociais. Por vezes promovem distribuição de “sacolão” e roupas para famílias carentes, sopas para desabrigados, e em alguns casos até cursos gratuitos para pessoas carentes. Porém, numa análise um pouco menos superficial, podemos perceber facilmente que, na maioria das vezes, a intenção é fazer prosélitos.
Muitos dos casos que vivenciei, quase todos para ser mais sincero, são de crentes que estavam mais preocupados em levar pessoas para suas igrejas, para o crescimento de seus respectivos ministérios, e pouquíssimos estavam realmente preocupados em mudar a realidade social daquelas famílias. E o que é pior, estes que tentam “ganhar para a igreja”, não anunciam o Evangelho.
Creio que a igreja deve sim realizar uma missão integral, cuidando de anunciar o Evangelho enquanto busca de todas as formas ajudar na solução dos outros problemas que assolam o indivíduo, das questões sociais, do socorro ao necessitado (Tg 2:15-16). Mas o fundamento para tudo isso deve ser o amor e o desejo genuíno de que Deus possa salvá-los, ainda que jamais pisem em nossos templos.
Mas não é isso que tem acontecido, pois até mesmo quando fazemos o bem, temos outras intenções, queremos ser beneficiados com isso. Em última instancia o objetivo é sempre que nossa igreja cresça em números, seja destaque entre as outras, pois já esquecemos há muito tempo a quem a Igreja de fato pertence.
O que fazemos é proselitismo e não evangelismo. Convencemos as pessoas a aderirem a nossa visão, a nossa denominação, seja através de uma ajuda com segundas e terceiras intenções (a exemplo dos projetos sociais do PT, como a bolsa família, puramente eleitoreira), seja através de promessas enganosas. Dessa forma fazemos discípulos de nós mesmos, com a nossa visão e identificados com a nossa denominação, mas com nenhuma identificação com Cristo. O destino delas será o mesmo que o nosso, caso não haja arrependimento por essa prática maligna, pois serão estranhos, desconhecidos por Cristo (Mt 25:12).
Graças a Deus que há sim exceções! Na verdade sempre haverá aqueles que não se dobram a baal, que agem por amor a Deus e a sua Palavra, que continuam desejando ser sal e luz do lado de fora de seus templos, e que não buscam apenas o proveito próprio (I Co 10:24).
Essa é a verdadeira Igreja de Cristo, que cumpre seu papel social por entender que foi chamada para as boas obras (Ef 2:10), sem esperar nada em troca, pois sabe que o que existe de maior valor já lhe foi entregue na cruz, de graça, pela Graça, restando agora tão somente servir a Deus e ao próximo. Esse é o verdadeiro corpo de Cristo, que não abre mão da verdade, que anuncia o Evangelho verdadeiro, ainda que isso não tenha como consequência o reconhecimento dos homens.
É dessa Igreja que quero ser parte, reconhecida pelo amor (Jo 13:35), que tem a marca da cruz e que faz tudo por Jesus, pois sabe que para o cristão até a morte é lucrativa.
“Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro”. (Fp 1:21)
Segundo o dicionário Vine, prosélito (do grego προσήλυτος/proselytos) significa “estranho”. Há várias definições para esse termo, porém todas elas indicam, resumidamente, alguém que, apesar de ser estranho, desconhecido, sem identificação, se torna adepto de outra visão (ideologia, religião), abandonando as suas convicções. Esse termo indica muitas vezes os peregrinos que aderiam à religião judaica nos tempos bíblicos, por força das circunstancias.
Na perspectiva indicada por Cristo no texto acima, eu faço um prosélito quando convenço alguém a ser meu discípulo, através dos mais variados argumentos, contrariamente ao que a bíblia determina: fazer discípulos de Cristo, atraídos pela Graça de Deus, onde esta, por sua vez, é ministrada a eles pelo Evangelho de Jesus.
Há poucos dias atrás debatíamos eu e meus colegas, do curso de Ciências Sociais, sobre sociedade e religião. Como é comum nesse tipo de ambiente acadêmico, especialmente em cursos de ciências humanas, a maioria dos argumentos são contrários a influencia da igreja nas questões sociais (a maioria não entende a diferença entre Igreja santa, imaculada, e igreja instituição, conjunto de crentes que professam ser cristãos).
Infelizmente tudo o que o professor e alguns alunos falavam sobre a igreja, de forma negativa, era verdade. É fato que boa parte dos nossos representantes, especialmente os que enveredam pelos campos da política partidária, são corruptos ou corruptíveis. É fato que a igreja evangélica não tem conseguido dar um bom testemunho para os de fora, pelos motivos já expostos aqui no blog. Mas me chamou a atenção os argumentos de uma colega, que embora não fosse cristã evangélica, defendia a igreja.
Ela dizia que apesar do que se diz, a igreja tem sim atuado de forma muito positiva, pois ela mesma é testemunha de diversos eventos sociais promovidos por igrejas, nos mais variados bairros de Rio Branco aqui no estado do Acre, coisa que também deve acontecer noutras cidades Brasil afora.
Bom, apesar de eu mesmo ser cristão evangélico, pessoalmente concordo com ela apenas em partes. Poucas partes.
Realmente muitas igrejas têm atuado em questões sociais. Por vezes promovem distribuição de “sacolão” e roupas para famílias carentes, sopas para desabrigados, e em alguns casos até cursos gratuitos para pessoas carentes. Porém, numa análise um pouco menos superficial, podemos perceber facilmente que, na maioria das vezes, a intenção é fazer prosélitos.
Muitos dos casos que vivenciei, quase todos para ser mais sincero, são de crentes que estavam mais preocupados em levar pessoas para suas igrejas, para o crescimento de seus respectivos ministérios, e pouquíssimos estavam realmente preocupados em mudar a realidade social daquelas famílias. E o que é pior, estes que tentam “ganhar para a igreja”, não anunciam o Evangelho.
Creio que a igreja deve sim realizar uma missão integral, cuidando de anunciar o Evangelho enquanto busca de todas as formas ajudar na solução dos outros problemas que assolam o indivíduo, das questões sociais, do socorro ao necessitado (Tg 2:15-16). Mas o fundamento para tudo isso deve ser o amor e o desejo genuíno de que Deus possa salvá-los, ainda que jamais pisem em nossos templos.
Mas não é isso que tem acontecido, pois até mesmo quando fazemos o bem, temos outras intenções, queremos ser beneficiados com isso. Em última instancia o objetivo é sempre que nossa igreja cresça em números, seja destaque entre as outras, pois já esquecemos há muito tempo a quem a Igreja de fato pertence.
O que fazemos é proselitismo e não evangelismo. Convencemos as pessoas a aderirem a nossa visão, a nossa denominação, seja através de uma ajuda com segundas e terceiras intenções (a exemplo dos projetos sociais do PT, como a bolsa família, puramente eleitoreira), seja através de promessas enganosas. Dessa forma fazemos discípulos de nós mesmos, com a nossa visão e identificados com a nossa denominação, mas com nenhuma identificação com Cristo. O destino delas será o mesmo que o nosso, caso não haja arrependimento por essa prática maligna, pois serão estranhos, desconhecidos por Cristo (Mt 25:12).
Graças a Deus que há sim exceções! Na verdade sempre haverá aqueles que não se dobram a baal, que agem por amor a Deus e a sua Palavra, que continuam desejando ser sal e luz do lado de fora de seus templos, e que não buscam apenas o proveito próprio (I Co 10:24).
Essa é a verdadeira Igreja de Cristo, que cumpre seu papel social por entender que foi chamada para as boas obras (Ef 2:10), sem esperar nada em troca, pois sabe que o que existe de maior valor já lhe foi entregue na cruz, de graça, pela Graça, restando agora tão somente servir a Deus e ao próximo. Esse é o verdadeiro corpo de Cristo, que não abre mão da verdade, que anuncia o Evangelho verdadeiro, ainda que isso não tenha como consequência o reconhecimento dos homens.
É dessa Igreja que quero ser parte, reconhecida pelo amor (Jo 13:35), que tem a marca da cruz e que faz tudo por Jesus, pois sabe que para o cristão até a morte é lucrativa.
“Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro”. (Fp 1:21)
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