Sem poder não há eficácia na pregação



O evangelista Lucas encerra seu primeiro livro (o Evangelho), tratando da grande comissão. Jesus deixou claro para seus discípulos que eles deveriam, em seu nome, pregar arrependimento para remissão de pecados, a todas as nações, começando de Jerusalém (Lc 24.47). Em seguida, mostra a necessidade da capacitação de poder para pregarem: “Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49). Lucas começa seu segundo livro (Atos dos Apóstolos), retomando o assunto da grande comissão e mostrando mais uma vez a necessidade do revestimento do poder do Espírito Santo: “Mas recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8). Não há missão, sem pregação e não há pregação sem poder. Não há testemunho eficaz sem o poder do Espírito Santo. Primeiro a igreja é revestida de poder, depois ela prega com eficácia. Quatro lições podem ser aprendidas dos textos acima:

​Em primeiro lugar, o conteúdo da pregação (Lc 24.47). A mensagem que a igreja deve pregar não é prosperidade nem milagres, mas o arrependimento para a remissão de pecados. A menos que o homem reconheça que é pecador, jamais sentirá falta do Salvador. Só os doentes reconhecem que precisam de médico. Sem arrependimento não há perdão de pecados. Oh, que Deus abra nossos olhos para o conteúdo da grande comissão.

​Em segundo lugar, o alcance da pregação (Lc 24.47). Lucas diz que a igreja deve pregar arrependimento para remissão de pecados a todas as nações. O evangelho deve ser pregado por toda a igreja, em todo o mundo, a todo o tempo. Nenhuma visão que não abarque o mundo inteiro não é a visão de Deus, pois o seu Filho morreu para comprar com o seu sangue aqueles que procedem de toda tribo, língua, povo e nação (Ap 5.9). Muito embora a pregação tenha começado em Jerusalém, não foi destinada apenas ao povo judeu, pois foi endereçada a todas as etnias da terra.

​Em terceiro lugar, o compromisso com a pregação (Lc 24.48; At 1.8). Tanto no Evangelho como no livro de Atos, Lucas enfatiza que os pregadores são testemunhas (Lc 24.48; At 1.8). Quem prega a palavra deve falar do que ouviu, do que viu e do que experimentou. Não é uma mensagem divorciada de sua vida. A vida do pregador está inalienavelmente comprometida com a mensagem que proclama. Por essa mensagem ele vive e ele morre. Muitas vezes, ela sela com o seu sangue a mensagem que anuncia. Todos os apóstolos de Jesus foram mártires desse mensagem, exceto João, que foi exilado na Ilha de Patmos. Ainda hoje, muitas testemunhas adubam o solo para a semente do evangelho com o seu sangue!

​Em quarto lugar, a capacitação para a pregação (Lc 24.49; At 1.8). No Evangelho, Lucas fala da promessa do Pai. Em Jerusalém os discípulos deviam aguardar a promessa do Pai, o revestimento de poder, com uma espera obediente, perseverante e cheia de expectativa. Em Atos, Lucas fala que só depois de receberem poder, com a descida do Espírito Santo sobre eles, é que seriam testemunhas até aos confins da terra. Com isso, Lucas está ensinando que a capacitação precede a ação. O revestimento de poder precede a pregação do arrependimento para remissão de pecados. Não há pregação eficaz sem revestimento de poder. Primeiro, a igreja recebe poder do alto, depois ela vai cumprir a missão. Antes de Jesus enviar a igreja ao mundo, ele enviou o Espírito Santo para ela. Hoje, tristemente, nós temos negligenciado essa busca de poder. Substituímos o poder do Espírito pelos nossos métodos. Pregamos belos sermões, mas vazios de poder. Usamos os recursos mais modernos da comunicação, mas não alcançamos os corações. Fazemos muita trovoada, mas não há sinal da chuva restauradora. Oh, que Deus nos faça entender que há tempo para esperar e tempo para agir. Tempo para ser revestido pelo poder do Espírito e tempo para pregar com gloriosos resultados!


Fonte:
Palavra da Verdade - Hernandes Dias Lopes


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