3 declarações sobre a certeza da salvação


Por Tim Challies em iPródigo

Hoje eu gostaria de fazer três declarações sobre um assunto que é sempre relevante para os cristãos: a certeza da salvação. Essa é uma área de grande confusão para muitos crentes, uma área que pode levar a grande desânimo. Eu vou fazer três declarações sobre segurança e depois, se Deus quiser, voltarei com uma palavra sobre a verdadeira base para essa certeza.


#1 É POSSÍVEL E ATÉ NORMAL PARA O CRISTÃO EXPERIMENTAR A CERTEZA DA SALVAÇÃO.

John MacArthur chama a certeza da salvação de “o direito de primogenitura e privilégio de todo crente verdadeiro em Cristo”. Essa certeza não é apenas possível, mas deve ser normal para qualquer crente em Cristo. Romanos 8:16 ensina que a certeza da salvação é parte do ministério do Espírito Santo. “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus…”. Leia o que Matthew Henry diz sobre este versículo: “Aqueles que são santificados têm o Espírito de Deus testemunhando com seus espíritos, que deve ser entendido não como uma imediata revelação extraordinária, mas como um trabalho ordinário (comum) do Espírito, em/para conforto, acalmando a alma. Esse testemunho sempre concorda com a palavra escrita e é, portanto, sempre fundamentado na santificação, porque o Espírito no coração não pode contradizer o Espírito na palavra”. 2 Pedro 1.10 vai tão longe ao ponto de nos mandar buscar essa garantia. “Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis.”

No entanto, ainda mais claro do que esses versículos é 1 João 5.13. Assim que João termina esta carta, ele revela o seu propósito ao escrevê-la. “Eu escrevo estas coisas a vós que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna”. Deus se preocupou em nos fornecer um livro inteiro na Bíblia que nos ensina a entender que temos a vida eterna. Certamente, então, podemos concordar que Deus quer que tenhamos certeza de que somos seus filhos.

Tendo visto que é possível e normal para o cristão experimentar a certeza da salvação, nos voltamos agora a um segundo ponto que parece quase contraditório:

#2 É POSSÍVEL E ATÉ NORMAL PARA O NÃO-CRISTÃO EXPERIMENTAR UMA FALSA CERTEZA DE SALVAÇÃO.

Um prenúncio de uma das cenas mais terríveis de todos os tempos que o mundo vai experimentar se desdobra em Mateus 7, em uma seção geralmente intitulada “Nunca vos conheci”. “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade”. Quando o julgamento final vier, haverá muitos que ficarão estarrecidos ao saber que não são verdadeiros crentes. Eles vão para a sepultura confiantes de sua salvação, mas irão para o julgamento e descobrirão que serão lançados fora da presença de Jesus. Isso deve ser preocupante para todos os que se consideram cristãos. Não é de se admirar que Paulo procurou confiança em sua salvação, declarando em 2 Timóteo 1.12: “Eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia.”

É educativo, claro, olhar para os fundamentos da garantia daqueles que só pensam que são os verdadeiros crentes. Podemos olhar para isso com mais detalhes depois, mas por agora note essa curta frase: “Não profetizamos/expulsamos/fizemos… ” Há muito o que podemos aprender com essas poucas e curtas palavras. Aqueles que têm uma falsa segurança colocam a sua esperança em si e em seus próprios esforços. Eles apelam para a sua própria obra ao invés da de Cristo.
Vamos agora para a nossa terceira afirmação, que deverá fornecer grande conforto para aqueles que lutam nessa área.

#3 É POSSÍVEL E ATÉ NORMAL CRISTÃOS TEREM DÚVIDAS DE SUA SALVAÇÃO

Não há nada de incomum em ocasionalmente duvidar de sua salvação. A única coisa incomum sobre a dúvida seria a experimentar e não lidar com isso. Seria incomum não lutar com ela até que tenha sido sufocada pelo poder do Espírito. Uma pesquisa com grandes crentes de nossos dias e do passado iria provar que é comum lidar com algum nível de dúvida. Geralmente não é uma dúvida que consuma e leva a pessoa à depressão constante e desespero, mas uma dúvida mais ocasional que pode ser superada pelo ministério do Espírito.

Donald Whitney listou várias coisas importantes para entender sobre este tipo de dúvida; vale a pena considerar cada uma delas.

Duvidar da garantia não é o mesmo que enfrentar incredulidade. Uma pessoa pode ter uma fé forte e vibrante em Jesus Cristo enquanto ainda pode sentir algum nível de dúvida. Não devemos tratar dúvida e incredulidade como termos sinônimos, para que uma pessoa não sinta em seus breves períodos de dúvida que isso indica incredulidade grave em seu coração. Incredulidade pressupõe uma negação de muitos pontos importantes da doutrina; dúvida é mera incerteza sobre tais doutrinas.

Existem muitas causas de dúvida. Talvez duvidemos por causa dos ataques de Satanás, por causa de provações ou circunstâncias difíceis, por causa do pecado em nossas vidas ou até mesmo uma condição física ou mental. A dúvida não é necessariamente provocada por abundância de pecados em nossas vidas.
Imaturidade espiritual pode contribuir para a dúvida. Com maior maturidade vem um maior entendimento de Deus e nossa posição diante dele através da morte expiatória de Jesus. Assim, em geral, esperamos que as dúvidas diminuam enquanto uma pessoa cresce em maturidade espiritual.

Sensibilidade para o pecado pode causar confusão a respeito da segurança. Crentes, através dos seus corações renascidos, são abençoados com uma maior sensibilidade para o pecado. Essa compreensão elevada da gravidade do pecado pode levar cristãos, e talvez jovens cristãos em particular, à dúvida. No entanto, deve-se notar que essa maior compreensão do pecado é realmente uma marca do trabalho do Espírito com o coração de uma pessoa.

Comparações com outros crentes podem abalar a segurança. Comparar-se a outros crentes pode enfatizar a imaturidade da fé de uma pessoa. Devemos entender que as pessoas só amadurecem com grande esforço e com uma grande quantidade de tempo. Muitas vezes, é surreal comparar-se com um crente que é muito mais maduro.

Conversão na infância pode afetar a segurança. Uma pessoa que foi convertida enquanto criança pode sentir que estava enganada quando tomou a decisão. Ela pode sentir que sua decisão é de alguma forma menos significativa, porque o cristianismo é tudo o que já conheceu.

Vemos, então, que há muitos motivos pelos quais os cristãos podem duvidar de sua certeza da salvação. Alguns desses são fatores internos e alguns são externos. Alguns deles podem, de fato, ser dados pelo próprio Deus para testar e nos aperfeiçoar. Mas por tudo isso o crente pode ter confiança de que ter alguma dúvida é comum para a vida cristã. Enquanto a dúvida é um problema causado por viver em um mundo pecador, não é pecado lutar contra ela.

Traduzido e cedido por Josie Lima | iPródigo.com | Original aqui

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